Rei da Holanda encomenda investigação sobre passado colonial
7 de dezembro de 2022
Historiadores e especialista em direitos humanos conduzirão estudo sobre o papel da família real holandesa no período. Governo pretende pedir desculpas oficiais por envolvimento na escravidão.
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O rei da Holanda, Willem-Alexander, encomendou nesta terça-feira (06/12) um inquérito independente sobre o papel da família real no passado colonial do país.
A investigação deve durar três anos e abranger desde o final do século 16 até o presente pós-colonial. A Universidade de Leiden deve realizar o estudo em conjunto com uma comissão independente, com a participação de três historiadores e um especialista em direitos humanos.
A Holanda desempenhou um papel importante no comércio global de escravos do século 17 até a abolição da escravatura, no final do século 19. Segundo informações oficiais, a Companhia Holandesa das Índias Ocidentais manteve navios nos quais cerca de 600 mil pessoas foram transportadas como escravas ao longo dos séculos. As pessoas escravizadas foram forçadas a trabalhar em condições desumanas em plantações nas colônias ultramarinas holandesas no Caribe e na América do Sul.
"Entender os fatos e desenvolvimentos históricos"
"Um conhecimento profundo do passado é essencial para entender os fatos e desenvolvimentos históricos e lidar com seu impacto nas pessoas e comunidades da maneira mais clara e honesta possível", disse o rei. "Acho importante que esse conhecimento também se torne disponível em relação ao papel da Casa de Orange-Nassau na história colonial."
Os ancestrais do rei provavelmente possuíam escravos e também estavam envolvidos no comércio transatlântico de escravos por meio da Companhia Holandesa das Índias Ocidentais, conforme relatado pela emissora pública NOS. A casa real também teria se beneficiado do fluxo de dinheiro de suas antigas possessões coloniais, as Índias Orientais Holandesas, atual Indonésia.
Governo vai pedir desculpas por papel na escravidão
O governo holandês anunciou que pedirá desculpas ainda este mês por seu papel na escravidão e que pretende criar um fundo com um volume de cerca de 200 milhões de euros para sensibilizar sobre o papel do poder colonial na escravatura. No ano passado, assessores do governo recomendaram reconhecer o tráfico de escravos dos séculos 17 a 19 como um crime contra a humanidade.
Em abril, o banco holandês ABN Amro pediu desculpas pelo envolvimento de seus antecessores legais no comércio de escravos, escravidão nas plantações e comércio de produtos derivados da escravidão.
rw/lf (DPA, Reuters)
As promessas não cumpridas para a infância
Em muitos países os direitos mais fundamentais das crianças não são respeitados e elas estão sujeitas à pobreza, ao trabalho infantil, à prostituição, ao tráfico de pessoas e à escravidão.
Foto: Mustafiz Mamun
Cotidiano de trabalho infantil
Como este menino, mais de 4,5 milhões de crianças precisam trabalhar em Bangladesh – muitas vezes em empregos perigosos e recebendo baixos salários. A separação de lixo ou de trapos é muitas vezes vista como um trabalho razoavelmente bom.
Foto: Mustafiz Mamun
Trabalhar em vez de brincar
Enquanto milhões de crianças frequentam a escola e têm tempo para brincar, outras, como esta menina em Bangladesh, podem apenas sonhar com isso. Em vez de brincar, ela tem que carregar pedras todos os dias, sofrendo com todas as consequências negativas para sua saúde e seu desenvolvimento.
Foto: Mustafiz Mamun
Trabalhar, comemorar – ou lutar?
O objetivo do Dia Mundial da Criança é conscientizar o público sobre questões como a proteção e direitos das crianças. Alguns países lembram a data em 1º de junho, e a Alemanha, em 20 de setembro. Já a ONU celebra em 20 de novembro, o dia que, no ano de 1989, a Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Crianças foi adotada.
Foto: Mustafiz Mamun
Sob a ameaça de uma máquina
Nem mesmo no Dia Mundial da Criança há tempo para jogos e brincadeiras: esta criança de 11 anos opera uma máquina numa fábrica de telas contra mosquitos no sul da Índia. Muitas vezes, em tais fábricas, as medidas de segurança são insuficientes, gerando riscos consideráveis para a integridades física e também para a vida.
Foto: picture-alliance/imageBROKER
Comovente
Anil, de 27 anos e que trabalhava em canais de drenagem, morreu após um acidente em Déli, deixando um filho. O repórter Shiv Sunny publicou a foto do menino, de 11 anos, chorando junto ao corpo do pai. A imagem levou muitos a lágrimas e doações, que chegaram ao equivalente a 37.500 euros.
Foto: Twitter/Shiv Sunny
Crianças-soldados
O recrutamento de crianças-soldados é considerado uma das formas mais brutais de exploração de menores de idade. Este jovem combatente da milícia somali Al Shabaab mostra que teve ferimentos em uma das mãos. Não melhor do que ele estão outras milhares de crianças que têm que trabalhar como prostitutas, traficantes de drogas ou escravas.
Foto: Getty Images/AFP/M. Dahir
Muros e fronteiras
Mas não apenas o trabalho infantil é um problema: o então presidente dos EUA, Donald Trump, mostrou mais uma vez sua insensibilidade ao mandar separar crianças de pais que cruzassem a fronteira dos EUA ilegalmente. Foi necessário um clamor internacional para que ele mudasse de ideia.
Foto: Reuters/J. Luis Gonzalez
Em busca de um recomeço
Longe dos pais, dois jovens buscam um recomeço na Alemanha. Eles preparam suas refeições na cozinha de um lar para refugiados no mosteiro Lehnin, no estado de Brandemburgo. Os refugiados menores de idade, em especial os desacompanhados, dependem de ajuda para recomeçar suas vidas.
Foto: picture alliance/dpa/B. Settnik
Depósito de lixo? Não, moradia
Este menino vive e trabalha num aterro de lixo localizado nas proximidades do rio Bhagmati, em Kathmandu, capital do Nepal. Sem qualquer proteção, ele procura por objetos que possam ser úteis.
Foto: picture-alliance/imageBROKER
Índios "chineses"
Estes jovens chineses celebram o Dia Mundial da Criança num jardim de infância em Yiyuan. "Crianças precisam de espaços livres", que é o lema do Dia Mundial da Criança de 2018, parece ter sido ao menos parcialmente implantado aqui.
Foto: picture-alliance/dpa/Xinhua/Z. Dongshan
"Eu tenho um sonho!"
Esta menina em Bangladesh mostra um desenho que fez para o Dia Internacional da Criança: nele, jovens brincam despreocupadas num dia de sol.
Foto: p-cture alliance/Pacific Press/M. Hasan
Liberdade limitada
Três meninas paquistanesas se divertem num passeio de carruagem, uma brincadeira que muitas crianças, sejam ricas ou pobres, também gostariam de fazer. Mas será que elas terão essa liberdade por muito mais tempo numa sociedade patriarcal?