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Reinado de Schumacher de novo à prova

Marcio Weichert5 de março de 2004

Hexacampeão evita favoritismo e reconhece melhora da concorrência. Irmão diz que agora é tudo ou nada. Durabilidade dos motores passa a ser decisiva. Novas regras dão chance de avanço tecnológico às equipes menores.

Quantas vezes esta cena se repetirá este ano?Foto: AP

Tal como nas temporadas passadas da Fórmula 1, a de 2004 também começa em Melbourne, com o GP da Austrália, neste domingo (7/3). Mas ninguém espera uma reprise este ano. Mais mudanças nas regras, melhor equilíbrio tecnológico entre as grandes equipes e a revelação de novos talentos ao volante têm tudo para acirrar a concorrência no Campeonato Mundial, tanto ou mais que no ano passado, quando Michael Schumacher tornou-se hexacampeão com apenas dois pontos de vantagem. Um aperto que há muito ele não passava.

Ninguém duvida que o reinado do mais bem sucedido piloto de Fórmula 1 de todos os tempos possa chegar ao fim em 2004. Mesmo assim, quase todos insistem em empurrar para Schumi a responsabilidade do favoritismo. Uma pesquisa do Instituto Forsa apurou que 78% dos alemães apostam suas fichas este ano no único piloto do país a conquistar títulos na elite do automobilismo mundial. Muito? Há um ano, 94% depositavam sua confiança no conterrâneo.

Pilotos e pneus

Ou seja, Schumacher continua de fato o favorito, mas desta vez não será surpresa se alguém lhe tomar o trono. "Qualquer piloto das quatro grandes equipes é muito bom. Por isto é difícil citar um nome (de quem será meu maior adversário). Ainda é muito cedo", diz cauteloso o hexacampeão. Tanto o vice-campeão Kimi Räikkonen (McLaren-Mercedes), quanto o jovem Fernando Alonso (Renault) e os dois pilotos da BMW-Williams (seu irmão Ralf Schumacher e o colombiano Juan Pablo Montoya) já anunciaram seu desafio ao soberano. A nova geração também quer brilhar.

Mas também as escuderias concorrentes recuperaram terreno em relação à Ferrari. Sobretudo McLaren e Williams, impulsionadas pelos motores alemães da Mercedes e BMW, respectivamente. E desde o ano passado a Renault. "Para mim, talvez, a McLaren esteja um pouco melhor que a BMW. Daí ainda se pode aguardar algo que leve o carro à frente. Será interessante observar esta evolução", comenta Schumacher.

Das quatro grandes escuderias, a italiana é a única a usar pneus Bridgestone. Para muitos, uma desvantagem para o hexacampeão e seu parceiro Rubens Barrichello. O diretor de automobilismo da Mercedes não concorda. "Vai se decepcionar quem acredita que Ferrari e Bridgestone não são competitivos, como se tem ouvido por aí", diz Norbert Haug.

Novas regras para motores e treinos

Papel mais importante que os pneus devem ter os motores. O grande desafio agora não é ter necessariamente o mais potente, mas garantir sua durabilidade. Se até 2003, as equipes podiam usar um motor por dia, desta vez eles precisam durar os três dias de testes, treinos e corrida de cada grande prêmio. Se a máquina pifar num teste ou treino e tiver de ser substituída, o piloto do carro será punido com a perda de dez colocações no grid de largada.

Para que as equipes menores – como a Toyota, que fabrica seu F1 na Alemanha – possam tentar tirar o atraso tecnológico em relação às quatro primeiro colocadas de 2003, elas poderão usar três carros e pilotos nos treinos de testes das sextas-feiras.

Confirmação do vencedor só na quarta-feira

O método de classificação para as corridas não mudou, mas ambos os treinos de qualificação serão realizados este ano no sábado. A transferência das decisões sobre punições a responsáveis por acidentes para somente após os GPs não agradou Norbert Haug, da Mercedes:

"Não vejo sabedoria nesta questão. Não nos serve de nada que somente na quarta-feira se saiba quem foi o vencedor do GP. O vitorioso tem de ser aquele que recebe primeiro a bandeira quadriculada."

Só três pilotos alemães

Desde 2000, a Alemanha não tinha tão poucos pilotos na F1. Com a saída de Heinz-Harald Frentzen, o número caiu para três. Se Michael Schumacher está tranqüilo, Ralf e Nick Heidfeld estão com a corda no pescoço. Ambos só têm contrato até o fim deste ano. Dispensado pela Sauber, Heidfeld ganhou na última hora uma vaga na Jordan-Ford e, se não recuperar sua imagem de revelação da F1 em 2001, estará com os dias contados na elite do automobilismo.

O irmão do hexacampeão não corre tal risco, mas está claro que a Williams não pretende mantê-lo na equipe depois do quinto lugar em 2003. Ralf e a escuderia acertaram, porém, voltar a conversar em abril, após os três primeiros GPs da temporada. "Para mim, agora é tudo ou nada. Se quero ser campeão mundial, vou ter de bater meu irmão", admite o piloto, disposto como nunca a sair da sombra de Michael.

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