Reino Unido anuncia relaxamento gradual do lockdown
22 de fevereiro de 2021
Com avanço da vacinação e queda nas internações por covid-19 em meio às restrições rígidas, país se prepara para abandonar o confinamento. Plano prevê reabertura em quatro etapas e fim do lockdown em 21 de junho.
Anúncio
O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, anunciou nesta segunda-feira (22/02) um plano para aliviar gradualmente as restrições impostas devido à pandemia de covid-19. O lockdown deve ser encerrado em 21 de junho, ao final de um processo de quatro etapas.
Após impor medidas de contenção muito rígidas em janeiro na tentativa de combater uma variante altamente contagiosa do coronavírus, Johnson afirmou que o país poderá agora aproveitar os frutos de uma das campanhas de vacinação mais rápidas do mundo.
Em pronunciamento diante de legisladores na Câmara dos Comuns britânica, o premiê garantiu que o roteiro é baseado em "dados, não datas", com o objetivo de "guiar cautelosamente, mas irreversivelmente" o país para o fim do confinamento.
"Estamos partindo para o que espero ser uma estrada de mão única para a liberdade", declarou Johnson, cujo país vive atualmente seu terceiro lockdown desde março de 2020.
O plano prevê o desconfinamento em quatro etapas, com cinco semanas de intervalo entre elas, começando com a reabertura das escolas e universidades em 8 de março.
Nessa data também passarão a ser permitidos encontros entre duas pessoas ao ar livre. Três semanas depois, os britânicos poderão então se reunir em pequenos grupos, também ao ar livre, para fins esportivos ou de relaxamento.
Atualmente, as regras permitem o contato com somente uma pessoa de outra residência e apenas para fazer exercícios. Contudo, por ora será mantida a ordem para que as pessoas trabalhem de casa e minimizem as saídas para limitar a transmissão do vírus.
A segunda etapa terá início em 12 de abril, quando lojas não essenciais, cabeleireiros, bibliotecas e academias poderão reabrir, e bares e restaurantes voltarão a funcionar, mas podendo servir apenas em áreas externas.
A partir de 17 de maio, quando se inicia a terceira etapa do desconfinamento, será autorizada a reabertura de cinemas e teatros e a realização de eventos com até 30 pessoas. Além disso, restaurantes e bares poderão voltar a servir em suas áreas internas.
Nessa etapa, os britânicos ainda poderão voltar a viajar para o exterior de férias, bem como retornar aos estádios esportivos, embora em grupos limitados.
Serão permitidos até 10 mil torcedores nos estádios. Para eventos em ambientes fechados, a capacidade máxima será de 1 mil espectadores, enquanto os estádios que não atendam a especificidades de grandes locais terão permissão para receber 4 mil pessoas.
A quarta e última etapa do desconfinamento está prevista para 21 de junho, quando o governo espera remover as restrições de contato social, permitindo a reabertura de casas noturnas após 15 meses fechadas e a realização de grandes eventos públicos, como festivais.
Johnson determinou quatro critérios para manter o alívio das restrições como planejado: que o plano de vacinação continue sem problemas, que haja sinais de redução das hospitalizações, mortes e número de casos, e que não surja uma nova variante resistente às vacinas. Caso contrário, as datas do cronograma poderão ser alteradas.
Anúncio
Queda nas hospitalizações
Dois estudos divulgados nesta segunda-feira mostraram que a campanha de vacinação britânica está contribuindo para uma queda acentuada nos casos da doença e de hospitalizações, aumentando a esperança de que os imunizantes funcionem na vida real conforme nos testes clínicos.
Na Inglaterra, dados preliminares de um estudo com profissionais de saúde apontaram que a vacina da Pfizer-Biontech reduziu o risco de contrair covid-19 em 70% após a primeira dose, uma porcentagem que aumentou para 85% após a segunda.
Já na Escócia, uma pesquisa mostrou que as vacinas da Pfizer-Biontech e da AstraZeneca-Oxford reduziram as hospitalizações devido ao vírus em até 85% e 94%, respectivamente.
Pandemia no Reino Unido
O Reino Unido é um dos países mais avançados em termos de vacinação contra a covid-19. Ao menos 17,7 milhões de pessoas tomaram pelo menos a primeira dose da vacina, o que corresponde a cerca de um terço da população adulta do país. A meta do governo é vacinar todos os adultos até 31 de julho.
O território britânico tem, por outro lado, um dos balanços mais trágicos em termos de mortalidade, com mais de 120 mil óbitos por covid-19 confirmados desde o início da pandemia. Em números absolutos, é a maior cifra da Europa e a quinta maior do mundo, atrás apenas de Estados Unidos, Brasil, México e Índia.
As medidas anunciadas nesta segunda-feira se aplicam apenas à Inglaterra. Devido à regionalização dos poderes, as regras são diferentes na Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte, e determinadas pelos governos autônomos.
ek/cn (AFP, Reuters, Efe, Lusa, AP)
Celebridades e políticos que testaram positivo para covid-19
Várias estrelas de cinema contraíram o coronavírus. A doença varreu a elite política global e afetou também os melhores atletas.
Foto: Joshua Roberts/Reuters
Emmanuel Macron
O presidente da França foi diagnosticado com o coronavírus dias depois de uma cúpula dos líderes da União Europeia, o que levou várias autoridades do bloco a adotarem o isolamento. Nos dias que antecederam o resultado, ele se reuniu também com lideranças políticas da França e membros de seu gabinete. Seus assessores disseram que ele mantém estilo de vida saudável e se exercita regularmente.
Foto: Lewis Joly/AP Photo/picture alliance
Donald Trump
Após menosprezar a doença durante meses, o presidente dos Estados Unidos confirmou que ele e a primeira-dama, Melania Trump, estavam infectados com o coronavírus em plena reta final de sua campanha à reeleição. Trump raramente aparecia em público usando máscaras de proteção e ignorou em diversas ocasiões os alertas das autoridades de saúde.
Foto: picture-alliance/CNP/A. Drago
Andrzej Duda
O presidente da Polônia, Andrzej Duda, testou positivo para o coronavírus, anunciou um porta-voz no dia 24 de outubro. Dias antes, ele esteve em um fórum de investimento na Estônia, onde se encontrou com o presidente búlgaro, Rumen Radev, que entrou em isolamento profilático depois de ter contato com alguém infectado em seu país de origem. No entanto, não foi confirmado como Duda se contaminou.
Foto: Photoshot/picture-alliance
Andrea Bocelli
O tenor italiano Andrea Bocelli testou positivo para o novo coronavírus em março. Ele relatou que teve apenas febre leve, e no mês seguinte, já fez uma apresentação na Catedral de Milão, vazia devido às regras de restrição.
Foto: Getty Images/S.Legato
Robert Pattinson
O ator, de 34 anos, mais conhecido por estrelar como o vampiro Edward Cullen na saga cinematográfica "Twilight", testou positivo para covid-19, obrigando a produção de "The Batman" a uma pausa apenas três dias depois de ter retomado trabalhos. Pattinson, que também foi Cedric Diggory na adaptação cinematográfica de "Harry Potter e o cálice de fogo", sucede Ben Affleck como o Homem Morcego.
Foto: picture-alliance/dpa/Sputnik/E. Chesnokova
Dwayne 'The Rock' Johnson
O lutador que virou estrela de cinema se tornou uma das mais recentes celebridades a contraírem covid-19. Em um vídeo no Instagram, Johnson revelou que ele, sua esposa e duas filhas testaram positivo — acrescentando que ele teve "uma experiência difícil" com os sintomas. Ele também pediu às pessoas que parem de "politizar" a pandemia e "usem máscara".
Foto: picture-alliance/AP Photo/R. Shotwell
Neymar
O craque brasileiro é um dos três jogadores do PSG a contraírem o vírus, informou a agência de notícias AFP em 2 de setembro. Acredita-se que o surto no clube esteja relacionado a uma viagem de férias que o time fez à ilha espanhola de Ibiza. Posteriormente, Neymar postou uma foto no Instagram com seu filho, que também supostamente testou positivo: "Obrigado pelas mensagens. Estamos todos bem".
Foto: Getty Images/AFP/D. Ramos
Silvio Berlusconi
O ex-premiê italiano de 83 anos testou positivo para o vírus e estaria assintomático, segundo anúncio de seu médico em 2 de setembro. Dois dos filhos de Berlusconi e sua namorada de 30 anos também testaram positivo. O ex-premiê testou positivo depois de passar férias na costa da Sardenha, onde os ricos e famosos da Itália costumam desdenhar das políticas de restrição.
Foto: picture-alliance/dpa/D. Vojinovic
Usain Bolt
A lenda do atletismo Usain Bolt testou positivo poucos dias depois de realizar uma festa para comemorar seu 34º aniversário no final de agosto. O detentor do recorde para os 100 e 200 metros rasos disse que entrou em quarentena, mas que não estava exibindo sintomas. Vídeos da festa de aniversário ao ar livre de Bolt mostraram convidados sem máscaras durante a celebração.
Foto: Reuters/M. Childs
Antonio Banderas
O ator espanhol teve uma surpresa indesejável em seu 60º aniversário em meados de agosto, depois de um teste positivo para o coronavírus. Banderas disse que passou seu aniversário isolado e que estava "mais cansado do que de costume", mas "esperando se recuperar o mais rápido possível".
Foto: picture-alliance/Captital Pictures
Jair Bolsonaro
O presidente brasileiro, que repetidamente minimizou a gravidade da pandemia, contraiu o vírus em julho. Ele foi criticado por ignorar as medidas de segurança recomendadas por especialistas em saúde antes e depois de seu diagnóstico, incluindo apertar as mãos e abraçar apoiadores na multidão. Sua mulher, Michelle, e os filhos Jair Renan e Flávio também testaram positivo.
Foto: picture-alliance/dpa/E. Peres
Tom Hanks
O ator Tom Hanks e sua mulher, a atriz e cantora Rita Wilson, foram algumas das primeiras celebridades a anunciar que contraíram o vírus. O casal testou positivo para a covid-19 em meados de março, quando estava na Austrália. Depois de se recuperar e retornar aos Estados Unidos, Hanks defendeu que as pessoas façam sua parte para retardar a propagação da doença.
Foto: picture-alliance/AP/Invision/J. Strauss
Sophie Gregoire Trudeau
Sophie Gregoire Trudeau, mulher do primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, testou positivo para coronavírus depois de retornar do Reino Unido em meados de março. O marido dela anunciou ter se isolado na residência oficial, mesmo sem apresentar sintomas da enfermidade.
Foto: Reuters/P. Doyle
Boris Johnson
No final de março, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, contraiu o coronavírus que o levou ao hospital por vários dias. Johnson passou uma semana em um hospital em Londres e três noites na UTI, onde recebeu oxigênio e foi observado 24 horas por dia. Ele teve alta em meados de abril, e os funcionários do hospital receberam o crédito de ter salvado sua vida.
Foto: picture-alliance/AP Photo/S. Dawson
Ambrose Dlamini
O primeiro-ministro de Essuatíni (antiga Suazilândia), Ambrose Dlamini, contraiu o coronavírus e morreu em decorrência da covid-19, em dezembro de 2020. Ele tinha 52 anos e chegou a ser internado em um hospital da África do Sul, mas não resistiu.
Foto: RODGER BOSCH/AFP
Hamilton Mourão
O vice-presidente, Hamilton Mourão, anunciou no final de dezembro de 2020 que havia testado positivo para a covid-19. Ele ficou 12 dias em isolamento no Palácio do Jaburu, em Brasília. Antes de receber o diagnóstico, o vice-presidente teve dor no corpo, dor de cabeça e febre que não passou de 38 graus. Em março de 2021, ele recebeu a primeira dose da Coronavac.
Foto: Sergio Lima/AFP
Larry King
O lendário apresentador de TV americano Larry King morreu em janeiro de 2021, em decorrência da covid-19. Ele tinha 87 anos e comandava um tradicional programa de entrevistas na CNN há mais de duas décadas.
Foto: Radovan Stoklasa/REUTERS
Alberto Fernández
O presidente da Argentina, Alberto Fernández, de 62 anos, anunciou no começo de abril de 2021 que contraiu o coronavírus. Segundo a Unidade Médica Presidencial, ele não teve sintomas, graças à imunização pela vacina russa Sputnik V, recebida dois meses antes.