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Reino Unido assina ordem de extradição de Assange aos EUA

13 de junho de 2019

Ministro do Interior britânico confirma assinatura de pedido para entregar fundador do Wikileaks à Justiça americana. Decisão, agora, será tomada por tribunal.

Julian Assange enfrenta um total de 18 acusações criminais nos EUA
Julian Assange enfrenta um total de 18 acusações criminais nos EUAFoto: Getty Images/AFP/D. Leal-Olivas

O ministro de Interior do Reino Unido, Sajid Javid, confirmou nesta quinta-feira (13/06) que assinou a solicitação de extradição do fundador do portal Wikileaks, Julian Assange, para os Estados Unidos, país que deve julgá-lo por diversas acusações, entre elas a de espionagem.

O australiano, detido no Reino Unido, deverá comparecer nesta sexta-feira a um tribunal de Londres para participar de outra audiência preliminar de sua luta legal contra a extradição para os EUA.

Em maio, um grande júri da Virgínia, nos EUA, apresentou 17 novas acusações contra ele, acusado de espionagem e divulgação de documentos altamente secretos. Os crimes podem lhe render condenação de até 170 anos, segundo o jornal The Washington Post.

Javid falou nesta quinta-feira sobre o caso Assange em entrevista à emissora britânica BBC Radio 4. "Estou muito satisfeito que a polícia finalmente tenha capturado Assange e que ele esteja preso, porque ele infringiu a legislação britânica", disse. "Na quarta, assinei a ordem de extradição, que será apresentada diante da corte", acrescentou o ministro, esclarecendo que o tribunal tomará "a decisão final" sobre o futuro de Assange.

Um porta-voz do Ministério do Interior disse em comunicado que Assange foi detido "por conta de um pedido de extradição provisória procedente dos EUA". Agora, o Ministério do Interior recebeu a completa solicitação, que foi assinada pelo ministro.

Assange, de 47 anos, é acusado pelos EUA de dezenas de crimes, incluindo espionagem e divulgação de documentos diplomáticos e militares confidenciais. Ele está detido na prisão de alta segurança de Belmarsh, no sudeste de Londres.

O fundador do portal Wikileaks rejeita a extradição, argumentando que os seus atos "protegeram muitas pessoas". Assange foi condenado em 1º de maio a 50 semanas de prisão por ter violado as condições de sua liberdade condicional quando se refugiou, em 2012, na embaixada do Equador em Londres para evitar sua extradição à Suécia, onde era acusado de estupro.

O australiano permaneceu quase sete anos na embaixada do Equador até que, em 11 de abril, o presidente equatoriano lhe retirou a proteção diplomática e permitiu sua detenção pela polícia britânica.

Para alguns, Assange é um herói por ter exposto casos de abuso de poder e por defender a liberdade de expressão. Para outros, ele é um traidor, que minou a segurança americana.

Assange e sua plataforma ganharam grande relevância internacional em 2010, quando o Wikileaks publicou um vídeo secreto do Exército americano mostrando um ataque de helicópteros que matou pelo menos 12 pessoas em Bagdá, inclusive dois membros da reportagem da agência de notícias Reuters, em 2007.

Em 2010, o Wikileaks causou irritação em Washington ao publicar centenas de milhares de comunicações diplomáticas secretas dos EUA. Os documentos, liberados ao longo de meses, expuseram avaliações muitas vezes altamente críticas de líderes mundiais por parte de diplomatas americanos.

FC/efe/afp/lusa/ap

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