Reino Unido confirma envio de tanques de guerra à Ucrânia
14 de janeiro de 2023
Com decisão, britânicos devem se tornar primeiros a fornecerem a Kiev tanques pesados de combate de fabricação ocidental. Mísseis russos voltam a atingir capital ucraniana e outras cidades do país.
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O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, garantiu neste sábado (14/01) ao presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, que o Reino Unido fornecerá à Ucrânia tanques Challenger 2 e novos sistemas de artilharia.
"O primeiro-ministro sublinhou a ambição britânica de aumentar o nosso apoio à Ucrânia, incluindo o fornecimento de tanques Challenger 2 e sistemas de artilharia adicionais", declarou um porta-voz de Downing Street após de uma conversa telefônica entre os dois líderes.
Dessa forma, o Reino Unido se torna o primeiro país a fornecer à Ucrânia tanques de combate de fabricação ocidental. Desde o início da invasão russa, aliados europeus entregaram a Kiev mais de 300 tanques de fabricação soviética modernizados.
De acordo com relatos da mídia britânica, quatro tanques devem ser entregues imediatamente, com mais oito a serem enviados em breve.
Na conversa, Sunak e Zelensky concordaram sobre a "necessidade de aproveitar este momento com uma aceleração do apoio militar e diplomático global à Ucrânia", graças às "sucessivas vitórias ucranianas que fizeram as tropas russas retroceder".
Ambos enfatizaram outros compromissos internacionais semelhantes, como "a oferta da Polônia de fornecer uma companhia de tanques Leopard".
"O primeiro-ministro enfatizou que ele e todo o governo britânico trabalharão intensamente com parceiros internacionais para prestar rapidamente o tipo de assistência que permitirá à Ucrânia tirar proveito, ganhar a guerra e assegurar uma paz segura e duradoura", acrescentou o porta-voz.
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Pressão aumenta sobre Alemanha
Desde o início da invasão russa da Ucrânia, o Reino Unido tem estado na vanguarda dos países europeus como o principal fornecedor de ajuda financeira e militar ao governo de Zelenski.
A decisão britânica aumenta a pressão sobre o governo alemão para também enviar tanques pesados de batalha à Ucrânia.
Na quarta-feira, a Polônia anunciou sua disposição de fornecer à Ucrânia 14 tanques de batalha Leopard 2 como parte de uma coalizão internacional. No entanto, isso exigiria a aprovação da Alemanha, o país onde o equipamento é fabricado.
Na semana passada, França, Alemanha e Estados Unidos concordaram em enviar 40 veículos de combate de infantaria alemães Marder, 50 veículos de combate de infantaria Bradley e tanques de batalha leves franceses AMX-10 RC.
Outras entregas podem ser acertadas na próxima sexta-feira na próxima reunião dos aliados da Ucrânia na base americana de Ramstein, na Alemanha.
Mísseis atingem Kiev e outras cidades
Ataques de foguetes russos em várias partes da Ucrânia foram novamente relatados na Ucrânia neste sábado. Jornalistas da agência de notícias AFP relataram explosões na capital ucraniana, Kiev, na manhã deste sábado.
Em Kharkiv, no nordeste ucraniano, "o inimigo lançou outro ataque com mísseis contra infraestrutura vital", disse o governador da região, Oleg Synegubov. Pode haver interrupções de energia na área.
Ataques também foram relatados na região sul de Zaporíjia e em Cherkasy, no centro do país.
"Soledar segue sob controle ucraniano"
Também neste sábado, a Ucrânia contradisse novamente o relato da Rússia de que a pequena cidade de Soledar, no leste ucraniano, foi capturada por tropas russas. "Soledar é controlada pelas autoridades ucranianas, nossos militares a controlam", disse o governador regional Pavlo Kyrylenko na televisão estatal, afirmando que ainda há lutas "dentro e fora da cidade".
Soledar e a cidade vizinha de Bakhmut são os pontos "mais quentes" na linha de frente. Na sexta-feira, o Ministério da Defesa da Rússia anunciou a "libertação" de Soledar. Dois dias antes, a força mercenária russa Wagner havia declarado que havia capturado Soledar.
As informações fornecidas pelas partes em conflito não podem ser verificadas independentemente.
A Turquia propôs "cessar-fogo local" na Ucrânia no sábado, já que um acordo de paz mais abrangente não é realista, segundo Ibrahim Kalin, assessor próximo do presidente Recep Tayyip Erdogan. A Turquia atuou como mediadora entre a Rússia e a Ucrânia, por exemplo, no acordo sobre exportação de grãos de portos ucranianos no Mar Negro.
md (EFE, AFP)
Os fatos que marcaram 2022
Ano foi marcado por acontecimentos como a guerra na Ucrânia, extremos climáticos, desdobramentos da pandemia de covid-19 e protestos de mulheres no Irã.
Foto: YASIN AKGUL/AFP/Getty Images
Uma nova guerra na Europa
A guerra de agressão russa contra a Ucrânia foi o tema dominante do ano: em 24 de fevereiro, as tropas de Vladimir Putin invadiram o país vizinho. E a Europa voltou a ter uma guerra. Segundo a ONU, até dezembro, ela custou ao menos 6.755 vidas entre a população civil ucraniana. Cerca de 8 milhões de ucranianos fugiram do país.
Foto: AFP
Vidas destruídas
Uma gestante ferida é retirada dos escombros da maternidade de Mariupol, na Ucrânia. A mulher e seu bebê morreram. O ataque russo à clínica é considerado um crime de guerra. O subúrbio de Bucha, em Kiev, também ganhou notoriedade: segundo fontes ucranianas, mais de 400 corpos foram encontrados lá depois que os russos se retiraram, quase todos civis. A Rússia nega o massacre.
Foto: Evgeniy Maloletka/AP/picture alliance
Levante contra os aiatolás
"Mulher, vida, liberdade" é o lema da luta do povo iraniano contra o regime repressivo dos mulás. Os protestos foram desencadeados pela morte de Jina Mahsa Amini, que morreu sob custódia da polícia em setembro. No funeral dela, muitas mulheres tiraram os lenços da cabeça, o que marcou o início da revolta nacional. No 40º dia após sua morte, milhares visitaram o túmulo de Amini, como se vê na foto.
Foto: UGC/AFP
Golpe contra os direitos da mulher
No final de junho, a Suprema Corte americana revogou os direitos de aborto nos Estados Unidos, tornando-o proibido em muitos estados. O resultado foram protestos maciços contra o veredicto. Na foto, mulheres com "chapéus" cor-de-rosa protestam diante da Suprema Corte. "Hoje, as mulheres têm menos direitos do que suas mães", criticou a democrata Nancy Pelosi.
Foto: ANDREW CABALLERO-REYNOLDS/AFP/Getty Images
Tapa do ano
Escândalo durante a entrega do Oscar: no palco, o ator Will Smith deu um tapa no comediante Chris Rock depois que ele fez uma piada sobre a cabeça raspada da esposa de Smith, Jada Pinkett. A atriz sofre de uma doença rara que causa queda de cabelo. Smith mais tarde se desculpou.
Foto: BRIAN SNYDER/REUTERS
Calor extremo seguido de inundações
Primeiro veio o calor, depois a água: a Índia e o Paquistão sofreram com uma onda de calor sem precedentes de quase 50 graus Celsius. Em agosto, a região foi atingida por inundações devastadoras, especialmente o Paquistão: um terço do país chegou a ficar submerso. As responsáveis são as mudanças climáticas provocadas pelo homem, que intensifica os eventos climáticos extremos.
Foto: AFP
Europa em chamas
2022 foi marcado pelas mudanças climáticas também na Europa, onde estiagens e secas persistentes causaram incêndios florestais devastadores, como no sudoeste da França. O verão na Europa foi o mais quente desde que são registrados dados meteorológicos e causou dezenas de milhares de mortes relacionadas ao calor. Grandes rios como o Reno e o Loire chegaram a secar completamente em alguns pontos.
Foto: AP Photo/picture alliance
Lutar e não resignar
Desde meados do ano, organizações de proteção do clima como "Last Generation" e "Extinction Rebellion" têm provocado manchetes com ações drásticas. Ativistas protestam derramando molho de tomate em obras de arte em museus. E bloqueiam ruas e aeroportos para paralisar as operações - como aqui no Aeroporto Schiphol, de Amsterdã, no início de novembro.
Foto: REMKO DE WAAL/ANP/AFP
O nascimento das estrelas
Ele pode ver o passado até logo após o Big Bang, 13 bilhões de anos atrás, e observar a formação de galáxias: em meados do ano, o telescópio James Webb começou a enviar imagens espetaculares como esta, de montanhas e vales repletos de estrelas, que na verdade são a borda de uma jovem região de formação de estrelas na Nebulosa Carina. A Nasa batizou a imagem "Penhascos Cósmicos".
Foto: NASA, ESA, K. Sahu (STScI)
Fim de uma era
Em 8 de setembro, a rainha Elizabeth 2ª morreu no Castelo de Balmoral, na Escócia. A monarca de 96 anos ocupou o trono britânico por sete décadas, mais tempo do que qualquer um antes dela. Ela comemorou 70 anos no trono em fevereiro de 2022. A morte foi acompanhada de mensagens de pesar e simpatia de todo o mundo - aqui, a Ópera de Sydney é iluminada com um retrato de Elizabeth 2ª.
Foto: ROBERT WALLACE/AFP/Getty Images
Aparência enganosa
O sol é refletido no estádio Lusail em Doha, enquanto pesam acusações de trabalhadores estrangeiros que perderam a vida na construção dos estádios da Copa no Catar. Nunca antes um Mundial de Futebol foi tão controverso como o deste ano no emirado: onde não há eleições livres nem mídia independente, os homossexuais são perseguidos, os direitos das mulheres são restritos.
Foto: KARIM JAAFAR/AFP/Getty Images
Agonia no Afeganistão
Desde que o Talibã tomou o poder em agosto de 2021, a situação humanitária no Afeganistão se deteriorou extremamente: mais da metade da população não consegue mais se alimentar adequadamente. Como esta mulher mendigando na neve com o filho. As mulheres e meninas sofrem particularmente: são discriminadas em todas as áreas da vida e não podem mais frequentar escolas e universidades.
Foto: ALI KHARA/REUTERS
Desinfetante contra o vírus
A covid-19 prosseguiu, embora as restrições e medidas de proteção tenham sido reduzidas em muitos países. Menos na China, onde a população continuou sofrendo sob a rigorosa estratégia de covid zero de Pequim: blocos de apartamentos foram hermeticamente fechados, e pessoas infectadas, mesmo crianças, presas em acampamentos. Após protestos maciços, o governo flexibilizou as exigências em dezembro.
Foto: Pan Yulong/dpa/XinHua/picture alliance
Somos 8 bilhões no planeta
Em meados de novembro, a humanidade ultrapassou a marca dos 8 bilhões de pessoas. A maior parte da população mundial - quase 60% - vive na Ásia. Assim como esta mulher que balança alegremente o cabelo no festival indiano de cores "Holi". O crescimento populacional está diminuindo em todo o mundo: as mulheres estão tendo menos filhos, e a expectativa de vida também caiu devido à pandemia de covid.
Foto: Amit Dave/REUTERS
Messi realiza seu sonho
A polêmica Copa do Mundo no Catar teve um desfecho que não poderia ter um roteiro mais cinematográfico. A Argentina derrotou a França nos pênaltis e conquistou o tricampeonato mundial de futebol. A estrela indiscutível da decisão foi Lionel Messia, que aos 35 anos foi também o melhor jogador da Copa e grande responsável pelo título, ao conduzir a seleção argentina até a grande final.