Reino Unido mira estereótipos de gênero na publicidade
18 de julho de 2017
Comerciais que fazem uso de clichês sobre homens e mulheres podem ter impacto negativo, principalmente sobre crianças, e poderão ser vetados a partir de 2018, diz órgão regulador britânico.
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Propagandas que difundem estereótipos sobre homens e mulheres ou que ridicularizam pessoas que não se enquadram neles poderão ser banidas da televisão britânica, afirmou nesta terça-feira (18/07) o órgão regulador do setor.
Segundo a Advertising Standards Authority (ASA), a publicidade comercial que difunde estereótipos de gênero pode ter um impacto negativo, principalmente sobre crianças, ao limitar suas aspirações.
Entre os exemplos de campanhas publicitárias que poderão ser rejeitadas pela nova regra, que deverá entrar em vigor em 2018, estão aquelas que mostram apenas mulheres arrumando a bagunça após uma festa de família ou homens que não conseguem realizar tarefas domésticas.
Reguladores também deverão banir comerciais que sugerem que uma atividade é típica de meninos ou de meninas, como no recente caso de uma campanha da marca Aptamil que mostra meninos sonhando em ser engenheiros e meninas que queriam ser bailarinas.
"Apesar de a propaganda ser apenas um fator num debate mais amplo, padrões publicitários mais rígidos podem desempenhar um papel importante para superar desigualdades, em benefício das pessoas, da economia e da sociedade como um todo", justificou a ASA.
Segundo o órgão regulador, alguns estereótipos podem contribuir para disseminar ideias de como as pessoas devem se comportar e vestir e essas mensagens podem ser assimiladas, contribuindo para a maneira como as pessoas veem a si próprias e as decisões que elas tomam.
Especialmente crianças devem ser protegidas desses estereótipos, já que são mais predispostas a assimilar mensagens que elas recebem, o que, por sua vez, pode limitar o seu potencial, afirmou.
Mas nem todos os estereótipos serão banidos. A ASA sugeriu que comerciais que mostram mulheres limpando a casa ou homens pintando paredes ou usando furadeiras, por exemplo, podem ser aceitáveis.
Uma das campanhas que mais levou pessoas a protestar junto à ASA, no ano passado, é da grife de roupas GAP. Ela mostra um menino em idade pré-escolar, chamado de "pequeno acadêmico" e que usa uma camiseta com o rosto de Albert Einstein. Ao lado dele, uma menina da mesma idade usa orelhas de gato brilhantes e é chamada de social butterfly (designação para uma pessoa popular, que circula em vários grupos).
AS/rtr
Mulheres no poder
A maioria dos 193 países nas Nações Unidas é governada por homens. Mulheres à frente de uma nação são raras. Mas há exceções. Algumas são bem conhecidas; outras, nem tanto.
Foto: Reuters/Y. Herman
Angela Merkel
Eleita chanceler federal da Alemanha em 2005, foi a primeira mulher a chefiar um governo alemão. Com 62 anos de idade, cumpre seu terceiro mandato e concorre ao quarto nas eleições de setembro próximo. Muitos consideram Merkel a mulher mais poderosa do mundo. Em 2015, a revista americana "Time" escolheu a filha de pastor protestante a "Personalidade do Ano".
Foto: picture alliance/dpa/M.Gambarini
Theresa May
É a segunda primeira-ministra britânica, após Margaret Thatcher, que governou o país na década de 1980. A ex-ministra do Interior, de 60 anos, mudou-se para Downing Street pouco depois do referendo pela saída do Reino Unido da União Europeia, em julho de 2016. Agora ela enfrenta a difícil tarefa de negociar a saída de seu país do bloco.
Foto: picture-alliance/dpa/H. Tyagi
Beata Szydlo
A terceira mulher na chefia do governo polonês está há quase um ano no cargo. Em seu primeiro discurso diante do Parlamento, a política do partido conservador Direito e Justiça (PiS) disse ser uma prioridade do governo "garantir a segurança da Polônia e contribuir para a segurança da UE". Beata Szydlo, da 54 anos, é católica devota.
Foto: picture-alliance/W. Dabkowski
Tsai Ing-wen
Tsai Ing-wen é a primeira mulher presidente de Taiwan. Por causa de suas críticas à China, após sua posse, em maio último, Pequim congelou as relações com Taiwan. A China é irredutível na posição de que Taiwan, um estreito aliado dos Estados Unidos, algum dia se tornará independente. Tsai Ing-wen assegura que não vai "ceder a qualquer pressão" na questão da soberania.
Foto: Reuters/T. Siu
Ellen Johnson Sirleaf
A política hoje com 78 anos foi a primeira líder democraticamente eleita, em 2006, não só na Libéria, mas em todo o continente africano. Em 2011, ela e outras duas ativistas da Libéria e do Iêmen receberam o Prêmio Nobel da Paz "por sua luta pacífica pela segurança das mulheres e pelos direitos das mulheres à plena participação no trabalho para garantir a paz".
Foto: Reuters/N. Kharmis
Dalia Grybauskaitė
Dalia Grybauskaitėist é a primeira chefe de governo da Lituânia. Da mesma forma como a ex-premiê Thatcher, Grybauskaitė muitas vezes é chamada "dama de ferro". Antes de ser eleita para o governo da Lituânia em 2009, e ser reeleita em 2014, ela conquistou a faixa preta em caratê, ocupou diversos postos no governo de seu país e foi comissária de Programação Financeira e Orçamento da União Europeia.
Foto: Reuters/E. Vidal
Erna Solberg
A Noruega é governada pela segunda mulher, depois de Gro Harlem Brundtland, nos anos 1980 e 1990. Erna Solberg, que tem 56 anos, tornou-se primeira-ministra em 2013. Por causa de sua rígida posição em relação à política de asilo, ela também é chamada "Erna de ferro".
Foto: picture-alliance/dpa/V. Wivestad Groett
Saara Kuugongelwa-Amadhila
Ao assumir, em 2015, a política hoje com 49 anos foi a primeira mulher na chefia do governo da Namíbia. Ainda jovem, ela havia se exilado em Serra Leoa. Mais tarde, estudou Economia nos Estados Unidos. Em 1994, ela retornou à Namíbia e iniciou a carreira política.
Foto: Imago/X. Afrika
Michelle Bachelet
No atual mandato, Michelle Bachelet é presidente do Chile desde 2014, mas ela também já esteve neste cargo de 2006 a 2010, quando foi a primeira mulher a ocupar a chefia do governo chileno. Durante a ditadura chilena, ela esteve presa e foi torturada. Mais tarde, viveu no exílio na Austrália e na então Alemanha Oriental, onde estudou Medicina.
Foto: Getty Images/AFP/C. Reyes
Hasina Wajed
Em 2016, a primeira-ministra de Bangladesh esteve na lista das 100 mulheres mais poderosas do mundo, segundo a revista "Forbes". Hasina Wajed, de 69 anos, governa o oitavo maior país do mundo em número de população – 162 milhões de habitantes – desde 2009. Ela está na política há várias décadas.
Foto: picture-alliance/dpa/Bildfunk
Kolinda Grabar-Kitarovic
Em 2015, foi eleita presidente da Croácia, tornando-se a primeira mulher neste cargo no país. A política de 49 anos já havia ocupado outros postos no governo de seu país e representou a Croácia como embaixadora em Washington. Grabar-Kitarovic também foi a primeira mulher a ser secretária-geral adjunta para a Diplomacia Pública na Otan.