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SaúdeReino Unido

Reino Unido monitora casos de subvariante da ômicron

23 de janeiro de 2022

Análises iniciais indicam que BA.2, já registrada em cerca de 40 países, pode ser ainda mais transmissível que a ômicron. Especialistas, porém, dizem que não há motivo para pânico, mas para alerta.

Mulher sobe em escada rolante. Ela usa máscara. Ao fundo, placas alertam sobre o coronavírus.
Mais de 400 casos da subvariante já foram detectados no Reino Unido desde o começo do anoFoto: Rasid Necati Aslim/AA/picture alliance

O Reino Unido vai observar mais de perto uma subvariante da ômicron, denominada de BA.2, que pode ser ainda mais contagiosa.

A agência britânica de segurança sanitária (UKHSA, na sigla em inglês) classificou a variante como "de monitoramento". Normalmente, as variantes que eventualmente podem se tornar de "preocupação" são primeiramente observadas. Desde o começo do ano já foram registrados no Reino Unido mais de 400 casos da BA.2, segundo a UKHSA.

Análises iniciais sugerem que a subvariante pode ser ainda mais facilmente transmissível do que a ômicron, conhecida como BA.1. No entanto, uma investigação mais aprofundada é necessária. 

"É da natureza dos vírus evoluir e sofrer mutações, então é de se esperar que continuemos a ver novas variantes surgirem", explica Meera Chand, diretora de incidentes da UKHSA.

"Nossa contínua vigilância genômica nos permite detectá-las e avaliar se são significativas", acrescenta.

Presença em cerca de 40 países

Identificada em 6 de dezembro no Reino Unido, ainda não está claro onde a variante apareceu pela primeira vez. Casos já foram reportados em cerca de 40 países, entre eles Índia, Suécia e Cingapura. A maioria, porém, foi contabilizada na Dinamarca, onde já foram identificados mais de 6.400 casos da BA.2.

"O que nos surpreende é a rapidez com que essa subvariante, que circula em grande parte na Ásia, se instalou na Dinamarca", disse à AFP o epidemiologista francês Antoine Flahault, diretor do Instituto de Saúde Global da Universidade de Genebra.

Na Dinamarca, a BA.2 se alastrou rapidamente: foi responsável por 20% de todos os casos de covid-19 na última semana de 2021, subindo para 45% na segunda semana de 2022.

A agência de saúde pública da França disse que o que interessa, no momento, é saber se essa subvariante tem características diferentes da BA.1 em termos de contágio e gravidade.

Alerta, mas não pânico

Para Flahault, palavra de ordem não é pânico, mas "vigilância". Segundo ele, por enquanto, a impressão que se tem é que os casos da BA.2 tem uma gravidade comparável à variante clássica ômicron.

"Mas há inúmeras questões sobre a mesa", pondera, alertando sobre a necessidade de monitorar as propriedades da nova variante.

Anders Fomsgaard, pesquisador do SSI da Dinamarca, órgão responsável por lidar com doenças infecciosas no país, disse que ainda não há uma boa explicação para o rápido avanço da subvariante, acrescentando que está intrigado, mas não preocupado.

"Pode ser que ela seja mais resistente à imunidade da população, o que permite infectar mais. Ainda não sabemos", disse ele à emissora dinamarquesa TV 2.

Segundo Fomsgaard, existe a possibilidade de pessoas infectadas com BA.1 não ser imunes à BA.2. "Nesse caso, devemos estar preparados para isso. E então, de fato, podemos ver dois picos dessa epidemia".

A análise inicial feita pelo SSI na Dinamarca não mostrou diferença nas hospitalizações pela BA.2 em comparação com BA.1.

Eficácia das vacinas

Tom Peacock, virologista do Imperial College, de Londres disse que a subvariante mais recente não deve questionar a eficácia das vacinas existentes.

"Observações muito precoces na Índia e na Dinamarca sugerem que não há diferença dramática na gravidade em comparação com a BA.1", escreveu no Twitter.

"É provável que haja diferenças mínimas na eficácia da vacina contra a BA.1 e a BA.2. Pessoalmente, não tenho certeza de que BA.2 terá um impacto substancial na atual onda da ômicron na pandemia".

"Vários países estão próximos, ou mesmo além do pico das ondas BA.1. Eu ficaria muito surpreso se BA.2 causasse uma segunda onda neste ponto. Mesmo com transmissibilidade um pouco maior, isso não é absolutamente uma mudança como da delta para a ômicron", explicou.

A OMS classifica as variantes do coronavírus em três categorias: de interesse, de preocupação e sob monitoramento. A ômicron é uma variante de interesse.

Até dezembro, 17 variantes que a OMS havia observado desde o início da pandemia se mostraram ser de curta duração ou menos ameaçadoras, não estando mais sob observação especial.

le (afp, reuters, ots)

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