Reino Unido tem 100 mil casos de covid pela primeira vez
22 de dezembro de 2021
Variante ômicron já é a dominante no país e preocupa autoridades, que temem alta das hospitalizações no ano novo. Em 24 horas, foram contabilizadas 106.122 novas infecções, maior número desde o começo da pandemia.
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O Reino Unido registrou nesta quarta-feira (22/12), pela primeira, mais de 100 mil casos diários de covid-19, em meio a disseminação da ômicrom, que já é a variante dominante no país.
Em 24 horas, foram contabilizadas 106.122 novas infecções, maior número desde o começo da pandemia, e 140 mortes relacionadas à doença.
Na terça-feira, haviam sido 90.629 novos casos. No mesmo dia, 8.008 pessoas estavam hospitalizadas com coronavírus, maior índice desde 22 de novembro. Apesar de alto, o número é bem abaixo do pico do inverno passado, que foi de 39.254, em 18 de janeiro, quase cinco vezes mais do que os níveis atuais.
No entanto, hospitalizações e mortes costumam aumentar semanas após a elevação dos casos, o que deixa em alerta as autoridades para uma possível sobrecarga nas internações próximo ao ano novo.
O NHS England informou que 301 internações devido à covid-19 foram registradas em hospitais de Londres em 20 de dezembro, um aumento de 78% em relação à semana anterior e o maior número em um único dia desde 7 de fevereiro.
As mortes pela ômicron na Inglaterra subiram para 18, enquanto as internações, confirmadas ou suspeitas, saltaram para 195.
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Sem novas restrições na Inglaterra
Apesar do grande número de casos, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, anunciou que nenhuma nova restrição será imposta na Inglaterra antes do Natal. No entanto, ele deixou claro que, após a data, novas medidas podem ser necessárias.
Por ora, o governo anunciou apenas a redução do período de quarentena para pessoas vacinadas que forem infectadas pelo coronavírus de dez para sete dias na Inglaterra. Os pacientes que tiverem um teste de antígeno negativo no sexto e no sétimo dias após a doença poderão deixar o isolamento.
Na Escócia, os eventos ao ar livre serão limitados a 500 pessoas a partir de 26 de dezembro por pelo menos três semanas. A mudança significa o cancelamento da popular festa de rua de Réveillon de Edimburgo pelo segundo ano consecutivo.
No País de Gales, grupos de no máximo seis pessoas poderão se reunir em pubs, cinemas e restaurantes a partir do Boxing Day (26 de dezembro). Na Irlanda do Norte, as boates terão que fechar na mesma data.
Nesta quarta-feira, os órgãos reguladores britânicos aprovaram a vacina contra covid-19 da Pfizer-BioNTech para crianças de cinco a 11 anos, mesmo dia em que o país ultrapassou 30 milhões de terceiras doses administradas em adultos. O objetivo é aplicar o booster em todos os maiores de 18 anos até o fim do ano.
le (afp, ots)
As variantes do novo coronavírus
Para evitar a estigmatização e a discriminação dos países onde as variantes do Sars-Cov-2 foram detectadas pela primeira vez, a OMS padronizou seus nomes conforme letras do alfabeto grego.
Foto: Sascha Steinach/ZB/picture alliance
Várias denominações para uma cepa
A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu que as novas variantes do coronavírus passam a ser chamadas por letras do alfabeto grego e não devem mais ser identificadas pelo local onde foram detectadas pela primeira vez. Cientistas criticavam ainda que estavam sendo usados vários nomes para a cepa descoberta na África do Sul, como B.1.351, 501Y.V2 e 20H/501Y.V2.
Foto: Christian Ohde/CHROMORANGE/picture alliance
Nomes científicos continuam válidos
A OMS pediu que os países e a imprensa passem a adotar a nova nomenclatura das variantes e evitem associar novas cepas aos locais de origem. A organização acrescentou, porém, que as novas denominações não substituem os nomes científicos, que devem continuar sendo usados em trabalhos acadêmicos.
Foto: Reuters/D. Balibouse
Variante alfa
A variante B.1.1.7 foi detectada em setembro de 2020 no Reino Unido e se espalhou pelo mundo. Segundo um estudo publicado em março na "Nature", há evidências de que a variante alfa seja 61% mais mortal do que o vírus original. Entre homens com mais de 85 anos, o risco de morte aumenta de 17% para 25%. Para mulheres da mesma faixa etária, de 13% para 19%, nos 28 dias posteriores à infecção.
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante beta
Pesquisadores identificaram a variante B.1.351 em dezembro de 2020 na África do Sul. A cepa atinge pacientes mais jovens e é associada a casos mais graves da doença. Os cientistas sequenciaram centenas de amostras de todo o país desde o início da pandemia e observaram uma mudança no panorama epidemiológico, "principalmente com pacientes mais jovens, que desenvolvem formas graves da doença".
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante gama
A variante P.1 foi detectada pela primeira vez em 10 de janeiro de 2021 pelo Japão em passageiros vindos de Manaus. Originária do Amazonas, ela se espalhou pelo Brasil e outros países vizinhos. A cepa possui 17 mutações, três das quais estão na proteína spike. São provavelmente essas últimas que fazem com que o vírus possa penetrar mais facilmente nas células para então se multiplicar.
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante delta
A variante B.1.617, detectada em outubro de 2020 na Índia, causa sintomas diferentes dos provocados por outras cepas, é significativamente mais contagiosa e aparentemente aumenta o risco de hospitalização, segundo sugeriram estudos. "O vírus se adapta de forma inteligente. Muitos doentes recebem resultados negativos nos testes, mas desenvolvem sintomas graves", explicou um médico de Nova Déli.
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante ômicron
A nova variante B.1.1.529, batizada de ômicron pela Organização Mundial da Saúde, foi descoberta em 11 de novembro de 2021 em Botsuana, que faz fronteira com a África do Sul, onde a cepa também foi encontrada. A ômicron contém 32 mutações na chamada proteína "spike" (S), número considerado extremamente alto. Cientistas avaliam que essa variante se dissemina mais rapidamente do que as anteriores.
Foto: Andre M. Chang/Zuma/picture alliance
A busca pela padronização
O novo padrão foi escolhido após "uma ampla consulta e revisão de muitos sistemas de nomenclatura", afirma a OMS. O processo durou meses e entre as sugestões de padronização estavam nomes de deuses gregos, de religiões, de plantas ou simplesmente VOC1, VOC2, e assim por diante.
Foto: Ohde/Bildagentur-online/picture alliance
Nomes e apelidos polêmicos
Desde o início da pandemia, os nomes utilizados para descrever o Sars-Cov-2 têm provocado polêmica. O ex-presidente americano Donald Trump costumava chamar o novo coronavírus de "vírus da China", como forma de tentar culpar o país asiático pela pandemia. O vírus foi detectado pela primeira vez na cidade chinesa de Wuhan.
Foto: picture-alliance/AA/A. Hosbas
Novas cepas podem ser mais perigosas
Mutações em vírus são comuns, mas a maioria delas não afeta a capacidade de transmissão ou de causar manifestações graves de doenças. No entanto, algumas mutações, como as presentes nas variantes do coronavírus originárias do Reino Unido, da África do Sul e do Brasil, podem torná-lo mais contagioso.
Foto: DesignIt/Zoonar/picture alliance
Associação ao local de origem
Historicamente, vírus novos costumam ganhar nomes associados ao local de descoberta, como o ebola, que leva o nome de um rio congolês. No entanto, esse padrão pode ser impreciso, como é o caso da gripe espanhola de 1918. As origens desse vírus são desconhecidas, mas acredita-se que os primeiros casos tenham surgido no estado do Kansas, nos Estados Unidos.
Foto: picture-alliance/National Museum of Health and Medicine