Reino Unido projeta ausência de até 25% dos funcionários
2 de janeiro de 2022
Governo britânico pediu que responsáveis de órgãos do setor público façam planos de contingência, prevendo que até um quarto da força de trabalho se ausente devido a infecções pelo coronavírus e exigência de isolamento.
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O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, pediu aos responsáveis de órgãos do setor público para que façam "planos de contingência" devido à possível ausência de até 25% dos funcionários por causa da covid-19, informou o governo britânico neste domingo (02/01).
Com os números diários recordes de infecção nos últimos dias devido à variante ômicron e as pessoas precisando se isolar por pelo menos sete dias, o governo espera que as empresas e os serviços públicos enfrentem interrupções nas próximas semanas.
Os diretores devem fazer "preparativos sólidos" diante do "pior cenário" e antecipar ter que cobrir 10%, 20% ou até 25% dos funcionários, principalmente em setores nos quais não é possível trabalhar de casa, como saúde e educação.
Johnson pediu aos ministros que trabalhem em estreita colaboração com seus respectivos setores para desenvolver planos robustos. Entre as alternativas levantadas estão, por exemplo, pedir que voluntários, como professores aposentados, voltem ao trabalho.
Impacto da ômicron
O Reino Unido registou recordes de infeções pelo coronavírus nos últimos dias, chegando a quase 190 mil casos na véspera de Ano Novo, com os especialistas prevendo que o pico dos números pode ser alcançado em breve. No entanto, as hospitalizações e mortes permaneceram em níveis muito mais baixos do que nas ondas anteriores.
O impacto da ômicron na força de trabalho em cadeias de abastecimento, serviços públicos e escolas está sendo monitorado de perto, disse Johnson.
"Há um trabalho em andamento para identificar possíveis mudanças regulatórias, políticas ou operacionais que possam minimizar ou aliviar possíveis interrupções", informou o governo.
Máscaras nas salas de aula
Como uma das medidas para conter a disseminação da ômicron, o ministro da Educação, Nadhim Zahawi, pediu que os alunos do ensino secundário usem máscaras nas salas de aula no regresso das férias de Natal na Inglaterra, onde até agora era obrigatório o uso da proteção apenas nas áreas comuns das escolas.
Zahawi também anunciou a instalação de sete mil purificadores de ar em zonas mal ventiladas dos estabelecimentos de ensino. Porém, os sindicatos do setor da educação consideraram o número insuficiente, visto que há pelo menos 300 mil salas de aula.
le (lusa, efe, reuters)
As variantes do novo coronavírus
Para evitar a estigmatização e a discriminação dos países onde as variantes do Sars-Cov-2 foram detectadas pela primeira vez, a OMS padronizou seus nomes conforme letras do alfabeto grego.
Foto: Sascha Steinach/ZB/picture alliance
Várias denominações para uma cepa
A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu que as novas variantes do coronavírus passam a ser chamadas por letras do alfabeto grego e não devem mais ser identificadas pelo local onde foram detectadas pela primeira vez. Cientistas criticavam ainda que estavam sendo usados vários nomes para a cepa descoberta na África do Sul, como B.1.351, 501Y.V2 e 20H/501Y.V2.
Foto: Christian Ohde/CHROMORANGE/picture alliance
Nomes científicos continuam válidos
A OMS pediu que os países e a imprensa passem a adotar a nova nomenclatura das variantes e evitem associar novas cepas aos locais de origem. A organização acrescentou, porém, que as novas denominações não substituem os nomes científicos, que devem continuar sendo usados em trabalhos acadêmicos.
Foto: Reuters/D. Balibouse
Variante alfa
A variante B.1.1.7 foi detectada em setembro de 2020 no Reino Unido e se espalhou pelo mundo. Segundo um estudo publicado em março na "Nature", há evidências de que a variante alfa seja 61% mais mortal do que o vírus original. Entre homens com mais de 85 anos, o risco de morte aumenta de 17% para 25%. Para mulheres da mesma faixa etária, de 13% para 19%, nos 28 dias posteriores à infecção.
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante beta
Pesquisadores identificaram a variante B.1.351 em dezembro de 2020 na África do Sul. A cepa atinge pacientes mais jovens e é associada a casos mais graves da doença. Os cientistas sequenciaram centenas de amostras de todo o país desde o início da pandemia e observaram uma mudança no panorama epidemiológico, "principalmente com pacientes mais jovens, que desenvolvem formas graves da doença".
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante gama
A variante P.1 foi detectada pela primeira vez em 10 de janeiro de 2021 pelo Japão em passageiros vindos de Manaus. Originária do Amazonas, ela se espalhou pelo Brasil e outros países vizinhos. A cepa possui 17 mutações, três das quais estão na proteína spike. São provavelmente essas últimas que fazem com que o vírus possa penetrar mais facilmente nas células para então se multiplicar.
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante delta
A variante B.1.617, detectada em outubro de 2020 na Índia, causa sintomas diferentes dos provocados por outras cepas, é significativamente mais contagiosa e aparentemente aumenta o risco de hospitalização, segundo sugeriram estudos. "O vírus se adapta de forma inteligente. Muitos doentes recebem resultados negativos nos testes, mas desenvolvem sintomas graves", explicou um médico de Nova Déli.
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante ômicron
A nova variante B.1.1.529, batizada de ômicron pela Organização Mundial da Saúde, foi descoberta em 11 de novembro de 2021 em Botsuana, que faz fronteira com a África do Sul, onde a cepa também foi encontrada. A ômicron contém 32 mutações na chamada proteína "spike" (S), número considerado extremamente alto. Cientistas avaliam que essa variante se dissemina mais rapidamente do que as anteriores.
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A busca pela padronização
O novo padrão foi escolhido após "uma ampla consulta e revisão de muitos sistemas de nomenclatura", afirma a OMS. O processo durou meses e entre as sugestões de padronização estavam nomes de deuses gregos, de religiões, de plantas ou simplesmente VOC1, VOC2, e assim por diante.
Foto: Ohde/Bildagentur-online/picture alliance
Nomes e apelidos polêmicos
Desde o início da pandemia, os nomes utilizados para descrever o Sars-Cov-2 têm provocado polêmica. O ex-presidente americano Donald Trump costumava chamar o novo coronavírus de "vírus da China", como forma de tentar culpar o país asiático pela pandemia. O vírus foi detectado pela primeira vez na cidade chinesa de Wuhan.
Foto: picture-alliance/AA/A. Hosbas
Novas cepas podem ser mais perigosas
Mutações em vírus são comuns, mas a maioria delas não afeta a capacidade de transmissão ou de causar manifestações graves de doenças. No entanto, algumas mutações, como as presentes nas variantes do coronavírus originárias do Reino Unido, da África do Sul e do Brasil, podem torná-lo mais contagioso.
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Associação ao local de origem
Historicamente, vírus novos costumam ganhar nomes associados ao local de descoberta, como o ebola, que leva o nome de um rio congolês. No entanto, esse padrão pode ser impreciso, como é o caso da gripe espanhola de 1918. As origens desse vírus são desconhecidas, mas acredita-se que os primeiros casos tenham surgido no estado do Kansas, nos Estados Unidos.
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