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Reino Unido tenta elevar pressão sobre Trump por Irã

7 de maio de 2018

Ministro britânico do Exterior, Boris Johnson, se une aos esforços de Merkel e Macron e viaja a Washington para defender a permanência americana no pacto nuclear.

"Seria um erro abandonar o acordo nuclear e remover as restrições impostas ao Irã" afirmou o britânico Boris Johnson
"Seria um erro abandonar o acordo nuclear e remover as restrições impostas ao Irã" afirmou o britânico Boris JohnsonFoto: Reuters/H. McKay

O Reino Unido se uniu à Alemanha e à França nos esforços diplomáticos para que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não abandone o acordo nuclear com o Irã, enquanto se aproxima o prazo final para que a decisão da Casa Branca seja tomada.

Leia também: Trump, a aposta perigosa de Macron

Em artigo publicado neste domingo (06/05) no jornal The New York Times, o ministro britânico do Exterior, Boris Johnson, defendeu a permanência americana no tratado e afirmou que, embora tenha algumas falhas, o pacto ainda é a melhor saída para controlar o programa nuclear iraniano.

Johnson já está em Washington para se reunir com o vice-presidente americano, Mike Pence, e com o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca John Bolton, um ferrenho crítico do pacto nuclear assinado pelo ex-presidente Barack Obama.

Nas últimas semanas, a chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, e o presidente da França, Emmanuel Macron, se reuniram com Trump em Washington para também defender a permanência do país no acordo.

Trump ameaçou retirar seu país do pacto fechado em 2015 entre o Irã, as cinco potências com direito de veto no Conselho de Segurança (EUA, Reino Unido, França, China e Rússia) e a Alemanha, que deve ser renovado no dia 12 de maio. O presidente exigiu que seus aliados "consertem as terríveis falhas" do tratado, o qual ele chamou várias vezes de "o pior acordo da história".

O pacto prevê que sanções econômicas ao Irã serão levantadas se o país se comprometer a não construir armas nucleares. Teerã, por sua vez, afirma que não obteve os benefícios esperados apesar de cumprir com as obrigações previstas no acordo.

"[O acordo] tem suas fraquezas, mas estou convencido de que pode ser remediado. Neste exato momento, o Reino Unido trabalha junto ao governo Trump e nossos aliados franceses e alemães para assegurar que isso ocorra", escreveu Johnson em seu artigo.

"Nessa conjuntura delicada, seria um erro abandonar o acordo nuclear e remover as restrições impostas ao Irã" afirmou o ministro.

Ele ressaltou que os inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) têm obtido acesso às instalações nucleares iranianas, "aumentando as perspectivas de que possam encontrar quaisquer tentativas de construir uma arma".

"Agora que essas algemas estão colocadas, não vejo possíveis vantagens em jogá-las fora. Apenas o Irã sairia ganhando com o abandono das restrições a seu programa nuclear", afirmou.

O ministro destacou que a manutenção do acordo ajudará também a conter o que chamou de "comportamento regional agressivo de Teerã", e que todas as demais alternativas são piores. "O curso mais sábio seria melhorar as algemas ao invés de quebrá-las."

O presidente do Irã, Hassan Rohani, advertiu que os EUA enfrentarão um "arrependimento histórico" se saírem do acordo nuclear, e reiterou que seu país se recusará a negociar um novo pacto.

RC/afp/ap

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