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Reino Unido vai proibir venda de filhotes em pet shops

26 de dezembro de 2018

Governo anuncia nova legislação para o próximo ano, após 95% dos britânicos votarem a favor da proibição em consulta. Objetivo é reprimir a exploração e o abuso contra cães e gatos em criadouros para reprodução.

Filhote de cachorro
Estima-se que 49% dos adultos britânicos tenham ao menos um animal de estimaçãoFoto: Colourbox

O Reino Unido vai proibir a venda de filhotes de cachorros e gatos em pet shops, numa tentativa de frear a exploração e o abuso de animais. Segundo o governo britânico, a nova legislação deve entrar em vigor no próximo ano.

"Isso significa que qualquer um que queira comprar ou adotar um filhote com menos de seis meses terá que negociar diretamente com o criador ou com um centro de realojamento de animais", informou o Ministério de Meio Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais (Defra).

O governo acredita que a nova lei vai ajudar a reprimir as chamadas "fazendas de filhotes", onde muitos animais são criados para reprodução em condições inadequadas, além de dificultar os negócios de comerciantes que não pensam no bem-estar dos bichos.

O parlamentar britânico David Rutley, que comanda a área responsável pelo bem-estar animal do Defra, declarou que a proibição é "parte do nosso compromisso em certificar que [animais de estimação] tenham o melhor início de vida possível".

A decisão sobre a nova legislação vem após a realização de uma consulta pública que apontou que impressionantes 95% da população britânica apoia o veto à venda de filhotes.

Grupos que lutam pelos direitos dos animais – como o abrigo Battersea Dogs & Cats Home, uma das organizações que resgatam gatos e cães necessitados mais conhecidas do Reino Unido – celebraram a medida do governo, descrevendo-a como um importante passo à frente.

O veterinário Marc Abraham, fundador da organização Pup Aid, que luta contra fazendas de filhotes, disse que a lei é "uma verdadeira vitória para os ativistas, mas também para os cachorros e gatos do Reino Unido". Para ele, o veto tende a tornar os criadores de animais para reprodução mais responsáveis, além de dificultar a venda de filhotes ilegalmente contrabandeados.

A nova legislação tem sido chamada de Lei de Lucy, em homenagem a uma cadela resgatada em péssimas condições de uma fazenda de filhotes no País de Gales em 2013. Lucy, que morreu em 2016, passou a maior parte da vida presa numa pequena gaiola, sem conseguir se movimentar.

A ativista Lisa Garner, que cuidou da cadela até sua morte, lançou então uma campanha de conscientização nas redes sociais que mudou a forma como os britânicos pegam seus animais de estimação.

A instituição de caridade veterinária People's Dispensary for Sick Animals (PDSA) estima que 49% dos adultos britânicos tenham ao menos um animal de estimação em casa. A população de gatos no país chegou a 11 milhões em 2018, enquanto a de cachorros é de 8,9 milhões.

EK/afp/ap

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