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Relatório aponta falhas na proteção dos recifes australianos

21 de setembro de 2015

A Grande Barreira de Corais está sendo danificada pelos efeitos das mudanças climáticas e da agricultura. Apesar de esforços, Patrimônio Mundial no estado de Queensland perdeu metade de sua cobertura nos últimos 30 anos.

Foto: Getty Images/AFP/W. West

Um relatório divulgado nesta segunda-feira (21/09) pelo governo do estado australiano de Queensland, onde a Grande Barreira de Corais está localizada, aponta que os 2.300 quilômetros do recife de corais estão em más condições e ameaçados pela temperatura e pela acidez da água, que estão aumentando.

Além disso, o lançamento de resíduos resultantes da exploração agrícola causa danos ao recife. De acordo com relatório, somente 13% dos produtores de cana estavam usando os procedimentos recomendados referentes ao lançamento de nutrientes e apenas 30% para pesticidas.

No entanto, os agricultores estão próximos de atingir metas estipuladas, e pecuaristas também estão fazendo progresso, afirma o documento. Mas, apesar de todos os esforços, a Grande Barreira de Corais perdeu metade de sua cobertura ao longo dos últimos 30 anos.

"Boletim escolar ruim"

O ministro do Meio Ambiente de Queensland, Steven Miles, expressou preocupação diante das conclusões do relatório. "Se um dos meus filhos chegasse em casa com um boletim de notas como esse, eu ficaria um pouco desapontado", afirmou Miles em entrevista à emissora australiana ABC, dizendo ainda que não houve avanço em relação às metas entre 2013 e 2014.

Miles afirmou, ainda, que a comunidade internacional tem o direito de permanecer preocupada com a situação do recife, embora o Comitê da Unesco para o Patrimônio Mundial ter decidido, em julho deste ano, não classificar a Grande Barreira de Corais como "em perigo". No entanto, o comitê disse que iria monitorar o recife – uma das maiores atrações turísticas da Austrália – nos próximos quatro anos.

Aquecimento das águas ameaça os coraisFoto: Getty Images/AFP/W. West

Fracasso ambiental

Na semana passada, veio à tona que o governo australiano, sob a administração do ex-primeiro-ministro Tony Abbott, gastou 400 mil dólares australianos (254 mil euros) em lobby para que o Comitê para o Patrimônio Mundial não desse o selo "em perigo" ao recife. A administração de Abbott reduziu o financiamento para programas ambientais e despediu centenas de funcionários do Departamento do Meio Ambiente.

A Grande Barreira de Corais é o maior sistema de recife de corais do mundo e abriga 1.500 espécies de peixes e 3 mil tipos de moluscos. A cada ano, cerca de dois milhões de pessoas visitam o recife, que é listado como um dos Patrimônios Mundiais da Unesco.

Embora o turismo gere uma quantidade enorme de receita, a presença de multidões suscita preocupações de que o turismo também esteja prejudicando o ecossistema.

FC/dpa/rtr

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