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Catástrofe

Relatório isenta pilotos na queda do Boeing da Ethiopian

4 de abril de 2019

Governo da Etiópia afirma que tripulação seguiu procedimentos recomendados pelo fabricante americano e atribui queda da aeronave 737 MAX 8 à falha no software de controle automático.

Dagmawit Moges fala à imprensa em Adis Abeba
Dagmawit Moges: "A tripulação realizou repetidas vezes todos os procedimentos fornecidos pelo fabricante"Foto: picture-alliance/AA/M. Wondimu Hailu

Um relatório preliminar do governo da Etiópia divulgado nesta quinta-feira (04/04) afirma que os pilotos do voo da Ethiopian Airlines que caiu após a decolagem, no mês passado, matando todas as 157 pessoas a bordo, seguiram os procedimentos recomendados pela fabricante da aeronave, mas mesmo assim não conseguiram evitar a queda.

"A tripulação realizou repetidas vezes todos os procedimentos fornecidos pelo fabricante, mas não conseguiu controlar a aeronave", afirmou a ministra dos Transportes da Etiópia, Dagmawit Moges, em Adis Abeba. O relatório foi elaborado com base nos registros do Boeing 737 MAX 8 acidentado no dia 10 de março.

"Uma falha seguida no software de controle automático de voo da aeronave fez com que o procedimento de parada fosse ativado, o que causou a queda da aeronave", afirmou Moges, atribuindo a queda a uma falha técnica.

Os investigadores avaliam o papel do controle de sistema de voo conhecido pelo acrônimo MCAS, que, em determinadas circunstâncias, podem fazer com que a frente, ou o "nariz" do avião, seja direcionada para baixo a fim de evitar uma perda de sustentação aerodinâmica (estol).

Os investigadores etíopes não mencionaram diretamente o MCAS no relatório, mas recomendaram à Boeing que reavalie "o sistema de controle de voo relacionado à controlabilidade" da aeronave 737 MAX 8. A empresa americana fez correções no software, que ainda necessitam de aprovação pelas agências reguladoras nos Estados Unidos.

Essas são as primeiras conclusões divulgadas após a investigação das caixas-pretas do avião, que está sendo realizada na França.

Mais de 50 países interditaram seus espaços aéreos para aeronaves desse modelo ou viram suas companhias nacionais suspenderem o uso dos aviões. Essas decisões foram tomadas em razão das preocupações com essas aeronaves após a queda do voo da Ethiopian Airlines e de outro acidente semelhante ocorrido menos de seis meses antes num voo da companhia indonésia Lion Air, que deixou 189 mortos. Ambos os aviões caíram minutos após decolarem.

A Boeing está sendo investigada pelos Departamentos de Justiça e de Transportes dos Estados Unidos, além de comitês do Congresso americano. As investigações também avaliam o papel da Administração Federal de Aviação dos EUA, que aprovou o 737 MAX em 2017 e se recusou a proibir sua utilização após o primeiro acidente com o avião em outubro.

O 737 é o avião de passageiros moderno mais vendido do mundo e é considerado um dos mais confiáveis. A série MAX, lançada em 2017, é a versão mais recente do bimotor de corredor único da Boeing e já recebeu mais de cinco mil pedidos de cerca de cem clientes.

A série é mais eficiente em termos de combustível em comparação com seus antecessores e há quatro variantes: MAX 7, MAX 8, MAX 9 e MAX 10, que podem transportar entre 138 e 204 passageiros e foram projetadas para voos de curta e média distância.

RC/ap/dw/efe

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