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Relatório revela erros quanto à morte de Menezes

11 de junho de 2006

Um relatório da Comissão de Queixas da Polícia britânica obtido pelo tablóide inglês News of the World revela alguns dos graves erros que levaram à morte, no dia 22 de julho de 2005, do brasileiro Jean Charles de Menezes, confundido com um terrorista suicida. A comissão tentou impedir na noite de sábado (10/06) a publicação do relatório na imprensa.

O documento revela que, apesar de os altos comandantes da Scotland Yard terem sido informados algumas horas depois do incidente que um jovem inocente havia sido morto, o ocorrido só foi relatado ao comissário-chefe, Ian Blair, 12 horas depois. O relatório também denuncia, segundo o News of the World, que os funcionários da Scotland Yard buscaram o apoio do primeiro-ministro Tony Blair na tentativa de impedir que ocorresse uma investigação independente e manipularam o registro da operação de vigilância do suspeito.

A polícia também não teria transmitido o aviso enviado pela equipe de agentes secretos responsáveis por seguir Jean Charles de Menezes de que ele era inocente. Os agentes que atuaram na última fase do acompanhamento de Menezes, desde o momento em que ele saiu de casa e tomou o ônibus até entrar na estação de metrô Stockwell, teriam interpretado mal a ordem recebida e, em vez de simplesmente pará-lo, mataram-no.

Outra revelação surpreendente, segundo o jornal, é que uma análise de sangue indicou que Menezes consumira cocaína um pouco antes de sua morte, o que poderia explicar por que os agentes viram certa inquietação no eletricista.

Uma fonte que conhece os detalhes da investigação disse ao News of the World que a explicação mais provável para a demora de 12 horas no aviso da morte do inocente é que Ian Blair não gosta de receber más notícias, razão pela qual os policiais só tiveram coragem de confessar o incidente no dia seguinte.

Por coincidência, sem saber do grave ocorrido, Blair fez uma declaração à imprensa na manhã seguinte ao incidente de que a polícia estava fazendo um excelente trabalho. (EFE)

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