"Relaxa, Donald", ironiza Greta Thunberg no Twitter
6 de novembro de 2020
Em resposta a tuíte em que Trump pede que contagem de votos nos EUA seja parada, ativista faz referência a publicação na qual o presidente americano aconselhou a jovem a trabalhar seu "problema de controle de raiva".
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A ativista ambiental sueca Greta Thunberg, respondeu a um tuíte do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na noite desta quinta-feira (05/11), afirmando que ele deveria "relaxar" em meio à apuração dos votos na eleição americana.
A postagem da jovem de 17 anos é uma referência direta a um tuíte escrito por Trump no fim do ano passado, que zombou da adolescente por o que ele chamou de "problema de controle de raiva".
Greta comentou em uma postagem de Trump que dizia "PARE A CONTAGEM!", escrita enquanto o republicano via o democrata Joe Biden avançar em estados-chave durante a contagem de votos na corrida à Casa Branca.
"Que ridículo. Donald deveria trabalhar o seu problema de controle de raiva e depois ir a um bom e velho cinema com um amigo! Relaxa, Donald, relaxa!", escreveu Greta.
Em dezembro do ano passado, depois que Greta foi eleita a Pessoa do Ano pela revista Time, Trump zombou da jovem por os apelos apaixonados dela para que governos agissem para frear o aquecimento global.
"Que ridículo. Greta deveria trabalhar seu problema de controle de raiva e depois ir a um bom e velho cinema com um amigo! Relaxa Greta, relaxa!", escreveu Trump na época, comentando um tuíte de outra pessoa que parabenizava Greta pela homenagem.
Na ocasião, a ativista atualizou sua descrição no Twitter para incluir: "Uma adolescente trabalhando em seu problema de controle de raiva. Atualmente relaxando e assistindo um bom e velho filme com um amigo."
Em outubro, Greta defendeu a candidatura de Biden, que prometeu devolver os EUA ao pacto global, caso seja eleito.
Com suas chances de reeleição diminuindo conforme a contagem de votos avança, Trump foi a público várias vezes após a eleição para afirmar que a votação estava sendo fraudada, mesmo sem apresentar provas. Sua campanha tentou impedir o seguimento da contagem em alguns estados onde o republicano aparecia em desvantagem ou onde Biden vinha diminuindo a diferença de votos.
Desde 2018, Greta, inspirou milhões de jovens em todo o mundo a saírem da escola e irem às ruas às sextas-feiras protestar em favor do clima, no movimento chamado "Fridays for Future". Ela se transformou no rosto de um movimento global por uma política climática mais assertiva e já ganhou diversos prêmios e homenagens.
No final do ano passado, Greta mudou sua descrição biográfica no Twitter para "pirralha", após ser chamada assim pelo presidente Jair Bolsonaro.
Mudanças climáticas reduzem populações de pinguins
Fevereiro foi mês mais quente já registrado na Antártida. Alterações do clima afetam seriamente a região remota, e a população de pinguins de Chinstrap caiu para menos da metade, como cientistas constataram recentemente.
Foto: Reuters/U. Marcelino
Em missão antártica
Uma equipe de cientistas de duas universidades americanas partiu para uma expedição antártica no início de 2020. Por várias semanas eles estudaram o impacto das mudanças climáticas sobre a região remota. Mais especificamente, queriam avaliar quantos pinguins de Chinstrap restavam na Antártida Ocidental em comparação com a última contagem da população, na década de 1970.
Foto: Reuters/U. Marcelino
Manso e curioso
Os pinguins de Chinstrap habitam as ilhas e costas do Pacífico Sul e dos oceanos antárticos. Seu nome se deve à estreita listra preta na parte inferior da cabeça. Mesmo antes de os cientistas escutarem os estridentes sons dos pássaros, um cheiro cáustico de excrementos indica a proximidade de uma colônia. Os pinguins não aprenderam a temer os seres humanos, por isso ignoram seus visitantes.
Foto: Reuters/U. Marcelino
Resultados chocantes
Os cientistas usaram técnicas de contagem manual e por drones para contabilizar os pinguins de Chinstrap. Suas constatações revelaram que algumas colônias sofreram uma queda de mais de 70%. "Os declínios que vimos são definitivamente dramáticos", disse à agência de notícias Reuters Steve Forrest, biólogo da conservação que fez parte da expedição.
Foto: Reuters/U. Marcelino
Cadeia alimentar em declínio
Os pinguins de Chinstrap se alimentam de pequenos animais marinhos, como krill, camarões e lulas. Eles nadam até 80 quilômetros todos os dias à busca de alimentos. Suas penas bem compactas funcionam como um casaco impermeável e permitem nadar em águas geladas. Mas as mudanças climáticas estão diminuindo a abundância de krill, o que dificulta a sobrevivência das aves.
Foto: Reuters/U. Marcelino
Desafios de reprodução
Pinguins de Chinstrap preferem aninhar em lugares particularmente inacessíveis e remotos. Quando procriam, constroem ninhos circulares de pedras e põem dois ovos, que o macho e a fêmea se revezam para incubar, em turnos de cerca de seis dias. Como o aquecimento global está derretendo as camadas de gelo e reduzindo a abundância de alimentos, porém, a reprodução é menos bem-sucedida.
Foto: Reuters/U. Marcelino
Implicações mais abrangentes
Estima-se que haja 8 milhões de pinguins de Chinstrap em todo o mundo, razão pela qual eles não foram motivo de preocupação até agora. Mas nos últimos 50 anos sua população na Península Antártica foi reduzida a menos da metade. Eles não estão em perigo iminente de extinção, mas o declínio de suas populações é um forte alerta sobre as grandes mudanças ambientais em curso.