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Rendimentos do "Estado Islâmico" recuam 30%

18 de abril de 2016

Consultoria IHS Conflitc Monitor afirma que baixa do petróleo e perda de território pelos jihadistas explicam a queda dos ingressos. Ataques aéreos da coalizão liderada pelos EUA têm surtido efeito, explica.

Estado Islâmico
Foto: picture-alliance/dpa

Os rendimentos mensais do grupo "Estado Islâmico" (EI) caíram 30% nos últimos 15 meses devido principalmente ao baixo preço do petróleo e à perda de território, afirmou nesta segunda-feira (18/04) a empresa de consultoria americana IHS.

A IHS Conflitc Monitor, braço da consultoria americana que monitora as atividades financeiras do grupo extremista, estimou que os recursos mensais caíram para 56 milhões de dólares. Em meados de 2015, o "Estado Islâmico" tinha renda mensal média de 80 milhões de dólares.

A produção de petróleo nas refinarias controladas pelo EI caiu de cerca de 33 mil para em torno de 21 mil barris por dia. De acordo com o analista Ludovico Carlino, a queda se deve aos ataques da coalizão liderada pelos Estados Unidos na Síria e no Iraque e, em menor medida, aos da Rússia.

Apesar dos bombardeios, as jazidas continuam a operar, o que evidencia a capacidade dos extremistas de reparar as estruturas e mantê-las funcionando, comentou a IHS.

Carlino destaca que, mesmo com a queda na produção de barris, não houve um aumento dos preços do petróleo negociados nos mercados negros da Síria e do Iraque. "Isso reflete o interesse prioritário que o EI tem de vender rápido para gerar caixa", explicou.

De acordo com a IHS, 50% dos recursos dos extremistas vêm de impostos e confiscos, 43% do petróleo e o restante do tráfico de drogas, da venda de eletricidade e de donativos. "O Estado Islâmico ainda é uma potência na região, mas a queda nos recursos é significativa", afirmou o especialista.

A perda de territórios ocupados e a evasão de moradores também diminuiu em 23% a arrecadação de impostos. Segundo a IHS, o EI perdeu 22% do seu território nos últimos 15 meses. A população nas áreas dominadas pelo grupo caiu de 9 milhões para 6 milhões.

Os pesquisadores relatam que o grupo tem criado novos impostos, como taxas para a instalação de antenas de satélite, e cobrado mais multas, por exemplo por dirigir pelo lado errado da estrada ou não responder corretamente a perguntas sobre o Alcorão, para conseguir novas fontes de recursos.

Os jihadistas também passaram a aceitar pagamentos para substituir o castigo corporal conhecido como hudud, previsto no Alcorão e de grande importância para o EI. Segundo os pesquisadores, esse "é um forte indicador das dificuldades econômicas que o grupo enfrenta".

KG/dw/efe/rtr

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