República Democrática do Congo confirma uma morte por ebola
12 de maio de 2017
OMS e governo do país africano afirmam que novo surto do vírus atinge uma província remota no nordeste, com nove casos suspeitos e uma morte já confirmada.
Anúncio
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou um surto de ebola no nordeste da República Democrática do Congo nesta sexta-feira (12/05) e afirmou que o vírus pode ter causado a morte de até três pessoas na região desde 22 de abril. Uma delas está confirmada.
Segundo a OMS, o novo foco afeta uma região de florestas equatoriais na província de Bas-Uele, na fronteira com a República Centro-Africana. O surto anterior, em 2014, foi logo contido e oficialmente resultou na morte de 49 pessoas.
O Ministério da Saúde da República Democrática do Congo confirmou uma morte por ebola e afirmou que, no total, foram identificadas nove pessoas com febre hemorrágica na província. Em comunicado televisivo, o ministro da Saúde, Oly Ilunga, pediu à população para que não entre em pânico.
A OMS afirmou que está trabalhando em estreita colaboração com as autoridades do país africano para o envio de pessoal da área da Saúde e equipamentos de proteção, a fim de controlar logo o surto. A área onde foram registrados os casos é remota e de difícil acesso para as equipes sanitárias.
Em 2014, a República Democrática do Congo foi atingida por seu sétimo surto de ebola, que resultou na morte de 49 pessoas. O surto não tinha relação com a epidemia ocorrida na África Ocidental e que matou cerca de 11.300 pessoas na Guiné, na Serra Leoa e na Libéria entre 2013 e 2016, além de ter deixado milhares de sobreviventes com problemas de saúde de longo prazo.
O vírus ebola causa febre hemorrágica. Ele é altamente contagioso e pode ser transmitido por animais, incluindo morcegos e macacos. O vírus é fatal em até 90% dos casos. Uma vacina experimental foi desenvolvida recentemente, e a OMS afirmou que ela poderia ser usada em casos de emergência. A organização Gavi Alliance comunicou que 300 mil doses emergenciais da vacina estão disponíveis.
PV/afp/ap/rtr
Ebola: luta contra o vírus mortal
Apesar das medidas preventivas, algumas pessoas já se contaminaram com o vírus na Europa e Estados Unidos. Cuidadores utilizam trajes para prevenir a propagação, mas na África a proteção ainda deixa a desejar.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Woitas
Traje de proteção
Na luta contra o ebola, roupas de proteção adequadas para médicos e enfermeiros são essenciais. Toda a pele deve ser coberta com material impenetrável pelo vírus. Mas trajes apenas não bastam, também é necessário seguir corretamente as prescrições de segurança.
Trabalho em conjunto
Os profissionais de saúde devem treinar a colocação correta dos trajes protetores. Como aqui, na unidade especial de isolamento de Düsseldorf. Novos trajes são utilizados a cada vez, para que não haja risco de contaminação no processo. Dessa forma, cuidadores sem proteção também podem ajudar os colegas a se vestir.
Foto: picture-alliance/dpa/Federico Gambarini
Isolamento total
Os quartos dos pacientes na unidade de isolamento em Düsseldorf são completamente protegidos do mundo exterior. O ar é filtrado e as águas residuais são tratadas separadamente. As vestes de proteção, que os cuidadores trajam permanentemente, são pressurizadas. Essas medidas de segurança vão além do necessário: o ebola pode ser transmitido por objetos contaminados, mas não pelo ar.
Após o tratamento dos pacientes, todo o traje é aspergido por fora com desinfetante, a fim de eliminar potenciais contaminações viróticas. Somente após essa ducha as vestimentas podem ser removidas, cuidadosamente.
Foto: picture-alliance/dpa/Sebastian Kahnert
Ajuda externa
Durante a remoção dos trajes protetores, os profissionais de saúde devem ser extremamente cautelosos. Luvas de proteção permanentemente instaladas nas aberturas da câmara permitem ajuda externa sem contato direto com o traje. Após o uso, estes são imediatamente descartados e incinerados.
Foto: picture-alliance/dpa/Federico Gambarini
Enfermeiras contaminadas
Apesar dos altos padrões de segurança, , na Espanha e Estados Unidos três enfermeiras contraíram a doença. As circunstâncias da contaminação ainda não foram esclarecidas. As residências das profissionais (na foto, Texas) foram isoladas e desinfetadas após a descoberta do contágio.
Foto: Reuters/City of Dallas
Proteção na África
Agora, médicos e enfermeiros da África Ocidental também foram equipados com trajes protetores. No entanto, estes nem sempre obedecem as normas para uma proteção efetiva. Por vezes, pequenas áreas da pele ficam descobertas ou o material usado é permeável. Além disso, colocar e retirar o traje pode ser arriscado.
Foto: picture alliance/AP Photo
Isolando os mortos
Os funerais das vítimas do ebola também requerem cuidados extremos. Na África Ocidental, a tradição de os familiares de lavarem os corpos dos mortos resultou em numerosas novas infecções. Para família e amigos, costuma ser difícil compreender e acatar as rigorosas medidas de isolamento.
Foto: Reuters/James Giahyue
Isolamento em barracas
Numa região onde os cuidados médicos são extremamente precários, uma epidemia das atuais proporções representa um enorme desafio. Os infectados são tratados em barracas improvisadas, como se vê na foto feita na Libéria. No entanto, até mesmo um país como a Alemanha ficaria sobrecarregado nessas circunstâncias. No momento, há apenas 50 leitos nas unidades de isolamento alemãs.
Foto: Zoom Dosso/AFP/Getty Images
Incineração em vez de sol
Em algumas regiões afetadas na África Ocidental, os trajes contaminados são pendurados para secar ao sol, numa tentativa de desinfetá-los para reutilização. No entanto, é muito mais seguro as roupas serem imediatamente incineradas após o uso, como ocorre na Guiné. Escassez e altos custos dos trajes dificultam essa medida: as roupas de proteção custam entre 30 e 200 euros.
Foto: Cellou Binania/AFP/Getty Images
Controles nos aeroportos
As viagens aéreas são a maior ameaça na transmissão de longa distância do vírus. Por esse motivo, a temperatura dos passageiros está sendo monitorada em alguns aeroportos. Entretanto, o método não oferece garantia absoluta, já que o período de incubação do ebola é de 21 dias.