Reprovação de Dilma atinge maior nível, segundo Datafolha
18 de março de 2015
Só 13% dos entrevistados pelo instituto avaliam a gestão da presidente como boa ou ótima. Reprovação de 62% é a maior desde o final do governo Collor, em 1992.
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Pesquisa do Datafolha divulgada nesta quarta-feira (18/03) confirma nova queda na popularidade da presidente Dilma Rousseff. Apenas 13% dos entrevistados aprovam o governo, e 62% o consideram ruim ou péssimo. Esse é o maior índice de reprovação de um chefe de governo desde a véspera do impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello, em 1992.
O índice de aprovação do governo atingiu o patamar mais baixo da gestão da presidente, com apenas 13% considerando seu governo ótimo ou bom. Em setembro de 1992, no final do governo Collor, a reprovação era de 68%. Ainda segundo a pesquisa, 24% qualificam o governo Dilma como regular
O governo de Dilma Rousseff é apontado como responsável pelos sérios problemas econômicos que o Brasil enfrenta e teve sua credibilidade abalada pelo escândalo de corrupção na Petrobrás. A queda de popularidade poderá dificultar a aprovação da reforma política proposta pelo governo no Congresso Nacional.
A pesquisa do Datafolha também afirma que apenas 9% dos entrevistados consideram ótimo ou bom o desempenho dos parlamentares brasileiros, enquanto 50% dizem que ele é ruim ou péssimo.
O Datafolha entrevistou 2.842 pessoas em 172 cidades brasileiras logo depois dos protestos que se espalharam por diversas cidades brasileiras.
RC/efe/rtr/ots
Protestos contra Dilma
Centenas de milhares de pessoas saem às ruas em mais de 20 estados para protestar contra o governo da presidente Dilma Rousseff e os escândalos de corrupção.
Foto: Reuters/P. Whitaker
Capitais reúnem multidões
Centenas de milhares de manifestantes foram às ruas nas principais cidades do país. Maior adesão foi registrada em São Paulo, onde a PM calculou que mais de 1 milhão de pessoas tomaram a Avenida Paulista. No Rio de Janeiro (foto) foram registradas 25 mil pessoas. Brasília reuniu 40 mil. Manaus, com 30 mil, Porto Alegre, com 25 mil, e Fortaleza, com 20 mil, também tiveram elevada presença.
Foto: picture-alliance/dpa/Lacerda
São Paulo tem mais de 1 milhão
São Paulo registrou mais de 1 milhão de pessoas, segundo estimativas da PM. Elas foram à Avenida Paulista para protestar contra a presidente Dilma Roussef, o PT e a corrupção no Brasil. A multidão supera todas manifestações dos demais estados juntas. O ápice do protesto foi o Hino Nacional, cantado por Wanessa Camargo, e a presença do ex-jogador Ronaldo num dos caminhões de som.
Foto: picture-alliance/dpa/S.Moreira
Panelaço no Congresso Nacional
Aproximadamente 40 mil pessoas ocuparam o gramado em frente ao Congresso Nacional, em Brasília, durante protesto contra a corrupção. A maioria foi vestida com camisetas verdes e amarelas, em alusão à bandeira do Brasil, e fizeram barulho com apitos e panelas.
Foto: picture-alliance/dpa/Bizerra Jr
Críticas à presidente e ao PT
Alguns grupos que convocaram os protestos, como o Movimento Brasil Livre, pedem o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Outros, como o Vem pra Rua, não pedem o impeachment, mas protestam contra o governo e a corrupção.
Foto: Getty Images/M. Tama
Rio soma 25 mil manifestantes
No Rio de Janeiro, a manifestação se concentrou na orla da praia de Copacabana. Segundo estimativa da Polícia Militar, aproximadamente 25 mil pessoas participaram da marcha. Organizadores falam em 40 mil. Para o ato, a Avenida Atlântica ficou interditada por cerca de duas horas.
Foto: Reuters/S. Moraes
Protesto no mar
Pessoas em motos aquáticas e adeptos do stand-up paddle, que consiste na prática do surfe com o uso de remo, levaram bandeiras do Brasil e uma faixa de "Fora Dilma" em protesto no mar de Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro.
Foto: Yasuyoshi Chiba/AFP/Getty Images
Copacabana registra duas agressões
Durante o protesto em Copacabana, dois homens foram agredidos por manifestantes. Um fiscal da Fazenda recebeu socos após gritar aos participantes do ato que fossem protestar em Miami. Já um mecânico (foto), que levava uma bandeira do movimento nacional de luta pela moradia pendurada no pescoço, foi agredido verbalmente. Ambos foram escoltados pela PM.
Foto: Reuters/S. Moraes
Fantasias e topless
As manifestações foram realizadas em 22 estados e no Distrito Federal. A grande maioria dos opositores ao governo de Dilma Rousseff vestiu camisetas nas cores da bandeira do Brasil. Mas também houve pessoas que aderiram à fantasias de super-heróis ou ao topless para transmitir suas mensagens.
Foto: Reuters/S. Moraes
Batendo panela
Manifestantes batendo panelas – ou frigideiras – também não faltaram na Avenida Paulista, em São Paulo.