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Republicanos indicam que impeachment de Trump não sai

27 de janeiro de 2021

Apenas cinco senadores do partido rejeitam manobra para bloquear processo, dando mostras de que maioria apoia ex-presidente. Democratas precisam que 17 troquem de lado na votação da condenação.

Donald Trump acena antes de embarcar em avião
Mesmo fora da presidência e alvo de críticas internas, Trump ainda tem influência no Partido RepublicanoFoto: Alex Edelman/AFP/Getty Images

Senadores republicanos manifestaram claramente apoio ao ex-presidente Donald Trump nesta terça-feira (26/01) ao tentarem travar o processo de impeachment por incitação à violência que os democratas levaram à casa parlamentar um dia antes.

Por 55 votos a 45, os senadores rejeitaram uma moção contra a continuidade do processo por alegada inconstitucionalidade, mas apenas cinco republicanos se uniram aos 50 democratas, indicando que dificilmente Trump será condenado, já que são necessários no mínimo 67 votos para tal.

A moção havia sido apresentada pelo senador republicano do Kentucky Rand Paul. A rejeição significa que o processo continua e terá início, como previsto, na semana de 8 de fevereiro.

Porém, a votação deixa explícito que não há apoio suficiente entre os senadores para a destituição, a primeira a visar um presidente que já deixou o cargo.

"Acho que está muito óbvio, depois da votação de hoje, que é absolutamente improvável que o presidente seja condenado", afirmou a senadora Susan Collins, de Maine, que votou pelo prosseguimento do processo. "É só fazer a conta."

Para condenar Trump, os democratas precisam do apoio de 17 senadores republicanos. Apesar de muitos deles terem se pronunciado criticamente em relação ao comportamento do ex-presidente antes e durante a invasão do Capitólio, agora poucos se mostram favoráveis à destituição.

Republicanos sob críticas

Republicanos que se uniram aos democratas na Câmara dos Representantes, no início do processo de impeachment, têm sido duramente criticados por colegas de partido e pelas "bases", o que pode ter influenciado os senadores republicanos. Muitos deles têm sido desafiados em seus distritos eleitorais por outros republicanos, apoiados por Trump.

A data de 8 de fevereiro foi marcada para permitir que, até lá o Senado se mantenha focado nas audiências, já em curso, de confirmação dos nomeados pelo novo presidente, o democrata Joe Biden, e na discussão das medidas de emergência relacionadas à pandemia de covid-19. 

O período de duas semanas também interessa aos republicanos, para que a equipe jurídica do ex-presidente tenha mais tempo para preparar a defesa. 

Se Trump for condenado, o Senado poderá impedi-lo de voltar a assumir a presidência.

as/lf (Lusa, AP)

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