Pequena cidade alemã para em homenagem ao grupo de 16 estudantes e duas professoras que morreu na tragédia. Rosas e velas marcam passagem do comboio funerário pelas ruas.
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Onze semanas após a tragédia do voo 4U-9525 da Germanwings, um comboio de carros funerários trazendo os restos mortais dos 16 estudantes e das duas professoras que voltavam de um programa de intercâmbio na Espanha e morreram na queda do avião chegou nesta quarta-feira (10/06) em Haltern am See, no estado alemão da Renânia do Norte-Vestfália.
Os caixões foram liberados para as famílias no aeroporto de Düsseldorf. De lá, o comboio partiu acompanhado por uma escolta policial até a cidade natal do grupo de estudantes e das professoras. Em Haltern am See, os carros passaram em frente ao colégio Joseph König Gymnasium, onde os adolescentes estudavam.
A queda do avião da Germanwings marcou para sempre a pequena cidade do oeste da Alemanha. Com lágrimas nos olhos, dezenas de pessoas acompanharam nas ruas a passagem do comboio. Muitas seguravam rosas brancas e velas. Os colegas das vítimas também prestaram a última homenagem ao grupo.
O prefeito da cidade, Bodo Klimpel, e o diretor da escola, Ulrich Wessel, acompanharam os parentes e amigos das vítimas. Os primeiros funerais estão marcados para esta sexta-feira. O último adeus será restrito apenas a familiares.
A repatriação dos restos mortais das vítimas da tragédia começou na terça-feira. Na próxima segunda-feira, um avião especial realizará o translado dos 51 espanhóis que morreram na queda do voo 4U-9525.
De acordo com investigações, o copiloto Andreas Lubitz derrubou deliberadamente a aeronave, que voava de Barcelona para Düsseldorf. Todas as 150 pessoas a bordo morreram quando o avião caiu nos Alpes franceses no dia 24 de março.
CN/dpa/epd
Cronologia do desastre do voo 4U-9525
Airbus A320 da Germanwings caiu nos Alpes franceses 40 minutos após decolar de Barcelona, numa tragédia que investigadores tratam como um ato deliberado do copiloto. Uma cronologia com base nas primeiras investigações.
Foto: D. Bois/AFP/Getty Images
Decolagem com atraso
O voo 4U-9525, da companhia aérea alemã Germanwings, decola do aeroporto de Barcelona por volta das 10h00 (horário local), de 24 de março de 2015, com cerca de 20 minutos de atraso. O Airbus A320-211, com 24 anos de uso, deveria chegar às 11h55 em Düsseldorf. Havia 150 pessoas a bordo, a maioria delas alemães e espanhóis.
Foto: picture-alliance/dpa/Ole Spata
Vinte minutos sem problemas
Durante os 20 primeiros minutos, o voo é normal. O ambiente entre piloto, copiloto e tripulação foi descrito pelos investigadores franceses, com base no áudio de uma das caixas-pretas, como descontraído e relaxado.
Foto: picture-alliance/dpa/Ole Spata
Voo de cruzeiro
Às 10h20, o avião da Germanwings alcança a altitude de cruzeiro, de 38 mil pés (11,5 quilômetros). É a fase na qual a aeronave viaja de forma reta e nivelada, na velocidade máxima que pode atingir de modo a consumir o mínimo de combustível possível.
Foto: picture-alliance/dpa/R. Vennenbernd
Último contato
Às 10h30, o avião faz o último contato com o controle aéreo. Um dos pilotos diz: "Direção IRMAR. Obrigado, 18G." A sigla é uma indicação de que a cabine recebeu dos controladores a autorização para prosseguir a rota direta até "IRMAR", próximo ponto em que o A320 deveria fazer contato. Já 18G é a abreviatura do indicador de rádio do voo.
Foto: picture-alliance/dpa/Airbus_Industrie
Piloto trancado fora da cabine
Às 10h31 o avião começa a perder altitude, quando deveria manter-se em fase de cruzeiro. Na cabine fechada, estava apenas o copiloto Andreas Lubitz, de 28 anos. A caixa-preta registra chamadas de interfone, em que o piloto se identifica tentando entrar, mas sem receber qualquer resposta. Captada pelos microfones, a respiração de Lubitz é normal.
Foto: Reuters/L. Foeger
Copiloto em silêncio
Às 10h35, a agência de aviação civil francesa lança um sinal de alerta, ao perceber a perda de altitude contínua da aeronave. Um caça Mirage 2000 decola da base militar de Orange para alcançar o voo da Germanwings. Durante cerca de cinco minutos, o piloto golpeia a porta da cabine, de forma cada vez mais violenta, na tentativa de entrar. O copiloto (foto) se mantém em silêncio.
Foto: picture alliance/AP Photo
Desespero de passageiros
O transponder do A320, que envia automaticamente informações sobre sua localização, para de emitir sinais às 10h40. A caixa-preta registra a ativação do sistema de alerta sonoro do avião, que indica impacto imediato. Nos instantes finais, passageiros começam a gritar.
Foto: picture-alliance/dpa/F. Christiansen
Queda nas montanhas
Cerca de 40 minutos após decolar, o A320 se choca contra o maciço de Trois Evêchés, numa zona não habitada dos Alpes franceses. Todos os 144 passageiros e seis tripulantes morrem, num dos maiores desastres aéreos da história na Europa. Entre os mortos, estão pessoas de 15 nacionalidades, incluindo 16 adolescentes da mesma escola de uma pequena cidade no oeste da Alemanha.