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Resultado de eleição no Uruguai é adiado

25 de novembro de 2019

Centro-direitista Luis Lacalle Pou aparece com 1,2% de vantagem em relação ao esquerdista Daniel Martínez, mas não é declarado vencedor oficial. Tribunal determina recontagem de votos diante da pequena diferença.

Eleitores uruguaios aguardam resultado final das apurações
Eleitores uruguaios aguardam resultado final das apuraçõesFoto: picture-alliance/AP Photo/M. Campodonico

Encerradas as apurações, o candidato da oposição no Uruguai, o centro-direitista Luis Lacalle Pou, apareceu como o vencedor no segundo turno das eleições presidenciais neste domingo (24/11) por pouco mais de 1% dos votos. No entanto, ele não foi anunciado oficialmente como vencedor.

Como a diferença entre ele e o candidato da Frente Ampla, Daniel Martínez, foi de apenas 28.666 votos, o Tribunal Eleitoral do país decidiu por uma recontagem. 

O motivo é a quantidade de votos "observados" – aquele em que as pessoas votaram em locais de votação diferentes de sua seção eleitoral original – ou considerados duvidosos superam em quantidade a diferença de sufrágios entre os dois principais candidatos. A recontagem, ou "escrutínio secundário" que é regra nas eleições uruguaias, será iniciado nesta terça-feira e poderá levar entre dois e três dias.

No total, Lacalle Pou, do Partido Nacional, recebeu 1.168.019 votos contra 1.139.353 de Martínez, uma apertada vantagem de 1,2%, contrariando as pesquisas de opinião que lhe colocavam entre 6% e 8% á frente no segundo turno.Entretanto, os votos "observados" ou duvidosos somam em torno de 35 mil, o que significa que para superar o centro direitista, a Frente Ampla necessitaria da grande maioria destes.

Mesmo assim, o resultado não deixa de ser significar uma virada em relação ao primeiro turno, quando o Partido Nacional perdeu para a Frente Ampla por quase 10% de diferença e sofreu duras perdas que lhes custaram a maioria no Parlamento – uma redução de cerca de 200 mil eleitores. Lacalle Pou, porém, parece ter angariado o apoio dos eleitores que votaram em outros partidos de oposição na primeira rodada da votação.

Apesar da pequena diferença no resultado das apurações, Lacalle Pou não hesitou declarar vitória, enquanto Martínez se recusa a admitir a derrota até o final da recontagem dos votos.

"Há maneiras de aceitar os resultados [...] Formalmente, saberemos em poucos dias. Lamentavelmente, o candidato do governo não nos telefonou nem reconheceu o resultado que, do nosso ponto de vista, é irreversível", disse Lacalle Pou. O centro-direitista pregou um governo de união após o resultado do segundo turno.

Ele ressaltou que o presidente Tabaré Vázquez, ao contrário de Martínez, o telefonou após sua apertava vitória na segunda rodada de votação. "O presidente, assim como nós, se aterá ao que dentro de poucos dias será dito pelo Tribunal, que nossa 'coalizão multicolor' venceu as eleições de 24 de novembro" disse Lacalle Pou.

O candidato governista Daniel Martínez (esq.) e o opositor Luis Lacalle Pou aguardarão recontagem dos votos

O ex-senador, cuja coalizão inclui um amplo espectro que abrange desde a direita até a social-democracia de esquerda, concorria pela segunda vez à presidência do país, após uma tentativa frustrada de chegar ao poder em 2014.

Por sua vez, Martínez disse a seus partidários que "ainda há alguns votos a serem contados", se negando a admitir a derrota. Em tom conciliador, ele afirmou que seu objetivo é buscar o entendimento e a união, além de evitar "qualquer forma de provocação ou de enfrentamento".

A Frente Ampla chegou ao governo com a vitória de Vázquez em 2005, permaneceu com José Mujica em 2010 e obteve um terceiro mandato em 2015, com um governo novamente encabeçado por Vázquez. Em seus 15 anos no poder, a coalizão esquerdista conseguiu impor uma agenda liberal que inclui a legalização do aborto em 2012, do casamento entre homossexuais e da maconha em 2013.

O governo tem enfrentado um índice de desemprego de 9,5% em uma economia que permanece estagnada, com um déficit fiscal persistente de 4,9% do Produto Interno Bruto (PIB) , além de um aumento de 45% nos índices de homicídios registrados entre 2017 e 2018.

O próximo presidente, que será conhecido em poucos dias, assumirá o  cargo no dia 1º de março de 2020.

RC/afp/efe

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