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Resultado de eleições regionais na Espanha fortalece Rajoy

22 de outubro de 2012

Presidente do governo espanhol se tornou um dos poucos governantes europeus a resistir aos efeitos da crise nas urnas. No País Basco, entretanto, pleito reforça tendências separatistas.

Foto: Reuters

A vitória do Partido Popular (PP) nas eleições autônomas da Galícia neste domingo (21/10) trouxe maior fôlego ao presidente do governo, Mariano Rajoy. A eleição é vista como aprovação popular às medidas de austeridade adotadas pelo governo em meio a grave crise que o país atravessa.

O PP galego obteve uma vitória bastante expressiva em sua região ampliando sua bancada de 38 para 41 deputados. “Não é comum que em meio a uma crise dessa proporções um governo receba uma apoio dessa magnitude”, declarou o líder do PP na Galícia, Alberto Nunes Feijó, durante as comemorações da vitória.

Segundo ele, esse resultado pode ser interpretado como uma amostra do sentimento em todo o país. “Essa vitória não seria possível se a população não tivesse de fato compreendido que o governo, apesar das dificuldades, tem agido de modo responsável”. Feijó renovou seu mandato por mais 4 anos.

A Galícia é uma província autônoma de quase 2,8 milhões de habitantes, terra natal de Rajoy e uma das regiões tradicionalmente conservadoras na Espanha. O presidente do governo se tornou um dos poucos governantes europeus a resistir aos efeitos de uma crise durante um processo eleitoral, e a vitória qualifica Feijó como um dos prováveis sucessores de Rajoy.

Alberto Feijó, líder do PP na Galícia e provável sucessor de RajoyFoto: Reuters

Feijó foi um dos primeiros líderes regionais do PP a implementar as medidas de austeridade, assim como o governo federal tem feito em toda a Espanha desde que Rajoy assumiu, em dezembro de 2011.

Após uma série de cortes nos gastos públicos, o déficit na região está finalmente sob controle. No entanto, o desemprego na região aumentou de 12,4% em 2009 para 21,1%, a cifra mais alta de sua história recente – embora ainda menor do que a média nacional de 24.63%.

Ao formar uma coalizão com o Bloco Nacionalista de Esquerda (BNG), os socialistas (PSG-PSOE) tinham como objetivo evitar que o PP obtivesse a maioria absoluta, mas conseguiram eleger apenas 18 deputados, sete a menos do que nas eleições anteriores. O partido Alternativa Galega de Esquerda, parte dissidente do BNG, elegeu nove congressistas.

No País Basco, vitória dos separatistas

No norte da Espanha a história foi bem diferente. Nas primeiras eleições sem a presença do ETA, que há uma ano havia anunciado o fim definitivo de suas atividades extremistas, o parlamento será dominado por uma coalizão nacionalista-independentista.

O Partido Nacionalista Basco (PNV), elegeu 27 parlamentares, enquanto o EH Bildu, que costumava ser o braço político do ETA, elegeu 21. A coalizão PNV-EH Bildu soma 48 deputados de um total de 75. Os dois partidos têm como objetivo político a independência do País Basco. O PP perdeu três deputados, retrocedendo de 13, na última legislatura, para 10.

Votação na Galícia confirmou confiança no governoFoto: Reuters

"É o início de uma nova era", afirmou o líder do PNV Iñigo Urkullu. “Pela primeira vez os bascos puderam eleger seus representantes em plenas condições democráticas, sem a sombra do ETA”. Urkullu será o novo chefe do governo na região.

A líder do EH Bildu, Laura Mintegi afirmou que “não iremos parar até conseguir uma País Basco livre, justo e solidário. De cada três parlamentares, dois são nacionalistas. É hora de começarmos a pensar como um país”. Ela propõe a realização de um amplo debate sobre o novo status político do País Basco a partir de 2015.

RC/dpa/afp
Revisão: Francis França