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Resultado prévio aponta vitória de presidente angolano Dos Santos

1 de setembro de 2012

Com mais da metade dos votos apurados, Comissão Nacional Eleitoral afirma que José Eduardo dos Santos tem 74% dos votos. Apesar das denúncias de fraudes, observadores internacionais consideraram processo "satisfatório".

Foto: DW

A Comissão Nacional Eleitoral (CNE) anunciou neste sábado (01/09) uma prévia dos resultados das eleições presidenciais em Angola, realizadas na sexta-feira. Os números indicam a eleição de José Eduardo dos Santos, que já está há 33 anos no poder, para mais cinco anos de mandato.

De acordo com a CNE, 57,49% dos votos já foram apurados. Dos Santos, 70 anos, lidera nas 18 províncias com 2.519.403 votos, ou seja, 74,46%. Em segundo lugar, com 17,94%, aparece a União Nacional para a Independência Total de Angola (Unida), principal rival do partido do governo, o MPLA. Já a coligação Convergência Ampla de Salvação de Angola (Casa-CE), aparece em terceiro com 4,53%.

As eleições angolanas têm recebidos muitas críticas e denúncias de irregularidades. Esta é apenas a terceira eleição nacional no país desde a independência de Portugal, em 1975, e a segunda depois do fim, há dez anos, de uma guerra civil que durou 27 anos.

Balanço positivo

A CNE, porém, fez um balanço positivo das eleições presidenciais. Em Luanda, após o encerramento da votação, o presidente da CNE, André da Silva Neto, reconheceu a existência de alguns "constrangimentos", mas, segundo ele, não houve maiores consequências para o processo. A expectativa é de que os resultados oficiais sejam divulgados apenas em 15 dias.

Também o chefe da missão de observadores da União Africana, Pedro Pires, considerou que a organização das eleições gerais angolanas foi "satisfatória" e que o estado de espírito dos eleitores foi "bom". O ex-presidente de Cabo Verde afirmou ainda que "todos estão de acordo que as eleições deste ano foram melhor organizadas do que as de 2008".

Opinião compartilhada também pelo deputado federal Dr. Rosinha, do PT do Paraná, um dos 700 observadores internacionais que acompanharam as eleições. Representante do Parlamento do Mercosul, o deputado brasileiro disse que as eleições foram "bem organizadas" e que decorreram em "clima de tranquilidade".

MPLA satisfeito

O partido majoritário Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) admitiu a existência de "dificuldades" no processo conduzido pela CNE, especialmente em relação ao credenciamento dos delegados dos partidos nas mesas de voto. Esta foi uma das principais queixas da oposição, em particular da Unita.

Em algumas zonas eleitorais, formaram-se grandes filas na portaFoto: DW

Apesar disso, Rui Falcão, porta-voz do MPLA, exaltou a organização do pleito. "Foi um ato cívico de grande dimensão, que honra o povo angolano, que honra Angola e que nos catapulta para os países mais organizados do continente. E é isso que é relevante dizer hoje".

No encontro com os jornalistas, Rui Falcão lançou críticas à oposição angolana, principalmente à Unita. Considerado o maior partido da oposição angolana, a Unita, recuou na decisão de não participar das eleições.

“A Unita quis boicotar estas eleições. Não se preparou exatamente por isso, porque acreditou que seria possível boicotar o processo. A Unita não teve outra alternativa senão recuar. Claro, isso não significa que terá abandonado a sua estratégia”, disse o porta-voz do MPLA.

Oposição dividida

O movimento nas seções eleitorais foi bastante diverso. Enquanto algumas ficaram vazias boa parte de tempo, outras acumulavam grandes filas. Várias denúncias de irregularidades começaram a chegar de diversas parte do país. Alguns eleitores chegavam às mesas de voto e eram indicados a votar em outro ponto, afastado do seu local de residência.

MPLA conta com a reeleição do presidente José Eduardo dos Santos (foto)Foto: Reuters

Após a abertura das urnas, Isaías Samakuva, presidente da Unita, anunciou que pretende impugnar as eleições angolanas devido a irregularidades que ele afirmou existirem no processo eleitoral. De acordo com Samakuva, a CNE não entregou credenciais a mais de dois mil dos delegados da Unita e, por isso, o partido não poderá checar a veracidade dos resultados.

Abel Chivukuvuku, presidente da coligação Casa-CE, também apresentou queixas ao votar no centro da capital. Ele disse que o credenciamento dos representantes da sua lista nas mesas de voto foi "atabalhoada".

O presidente da coligação Conselho Político da Oposição (CPO), Anastassio Finda, entretanto, mostrou-se satisfeito com o processo. "Foi positivo. Houve uma organização superior a de 2008" disse.

Autores: Glória Sousa / António Cascais
Revisão: Mariana Santos

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