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Reunião do Eurogrupo termina com ultimato à Grécia

16 de fevereiro de 2015

Atenas rejeita proposta de prolongar programa de resgate por seis meses, chamando-a de "absurda". Ministros da zona do euro estabelecem sexta-feira como prazo para que o próprio governo grego peça uma extensão.

Symbolbild Griechenland Europa
Foto: Milos Bicanski/Getty Images

A reunião dos ministros das Finanças da zona do euro desta segunda-feira (16/02), em Bruxelas, terminou mais cedo do que o previsto, após a Grécia rejeitar uma proposta apresentada pelo Eurogrupo. Atenas se recusou a aceitar uma extensão de seis meses do programa de resgate internacional e a manutenção dos termos do acordo com os credores, provocando confusão nas negociações sobre a dívida do país.

Os ministros das Finanças deram à Grécia um ultimato para pedir uma extensão do programa de resgate, que expira no fim deste mês. O governo grego tem até esta sexta-feira para fazer o pedido, disse o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem.

Uma fonte de Atenas chamou a proposta do Eurogrupo de "absurda" e "inaceitável". Do outro lado, vários líderes europeus se disseram desapontados. Esperava-se que a reunião em Bruxelas se estendesse até a noite, mas ela chegou ao fim após quatro horas.

O novo governo grego, empossado em janeiro, prometeu acabar com o programa de resgate de 240 milhões de euros, reverter políticas de austeridade e encerrar a cooperação com inspetores da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Entretanto, a UE exige que antes que se chegue a um acordo sobre um relaxamento das medidas de austeridade, Atenas aceite uma extensão do programa atual e de seus termos rígidos por ao menos alguns meses.

Dijsselbloem e Schäuble na reunião em Bruxelas, que acabou bem antes do previstoFoto: Reuters/Lenoir

Após o fim da reunião, o ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, disse que Atenas pretende encontrar uma solução dentro de 48 horas. A Grécia está disposta a "fazer o que for preciso para chegar a um acordo nos próximos dois dias".

Programa "flexível"

Dijsselbloem disse ver pouca diferença entre o pedido do governo grego por um empréstimo-ponte até junho e a proposta dos ministros europeus de que o programa atual seja estendido. Ele insiste que há "flexibilidade" no programa atual.

O presidente do Eurogrupo afirmou que, caso Atenas apresente o pedido de extensão, os ministros da zona do euro devem se reunir novamente nesta sexta-feira para discutir maneiras de relaxar alguns de seus termos.

Antes do início da reunião em Bruxelas, o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, disse estar cético quanto às negociações e que ninguém pretendia dar mais dinheiro à Atenas sem garantias.

Caso não chegue a um acordo com a UE, aumentam os temores de que a Grécia enfrente uma contração do crédito, o que poderia forçá-la a sair da zona do euro. Até agora, o Banco Central Europeu (BCE), permitiu que o banco central grego concedesse financiamentos de emergência aos bancos do país, mas controles de capital poderiam ser impostos se as negociações com o Eurogrupo fracassarem. O BCE reavaliará sua política nesta quarta-feira.

O FMI também afirmou que não desembolsará mais fundos à Grécia se Atenas não avançar nas reformas previstas.

LPF/afp/rtr/ap/lusa

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