Anunciados como sensação pela "Stern" em 1983, supostos diários do líder nazista logo se revelaram uma falsificação e um mau exemplo de trabalho jornalístico. Sete deles são expostos pela primeira vez na sede da editora.
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A revista alemã Stern expôs pela primeira vez, neste sábado (15/09), os diários falsos de Adolf Hitler, que em maio de 1983 colocaram a publicação no meio de um dos maiores escândalos da história da imprensa alemã. Os diários eram falsos, mas foram apresentados pela revista – que não sabia disso – como verdadeiros.
A exposição reuniu sete dos 62 diários produzidos pelo falsário Konrad Kujau e adquiridos pela revista por 9,3 milhões de marcos alemães, além de objetos relacionados, como o ferro de passar roupa que Kujau usou para "envelhecer" o papel.
"Estamos expondo a nossa maior ferida", afirmou o diretor de redação da Stern, Christian Krug, às cerca de mil pessoas que foram à sede da editora Gruner+Jahr, em Hamburgo, no chamado Dia das Portas Abertas, data em que instituições alemãs abrem suas portas ao público e apresentam o seu trabalho.
Já o vice-diretor de redação, Thomas Ammann, chamou os cadernos de "a mãe de todos os fake news".
Os supostos diários de Hitler causaram sensação quando, em abril de 1983, a Stern passou a publicar trechos deles, mas logo viraram um escândalo.
A fraude foi desmascarada já em maio pelo Departamento Federal de Investigações (BKA), a polícia investigativa da Alemanha.
Kujau era um falsário conhecido pela polícia, e teria bastado uma ligação telefônica para que a redação da Stern evitasse o escândalo.
Alguns diários foram doados pela revista para museus e instituições científicas, que já os haviam expostos. Esta foi a primeira vez que a própria editora exibiu alguns dos cadernos.
Krug disse que os cadernos que ainda estão em posse da editora serão expostos em eventos especiais a partir de agora.
AS/epd/dpa
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A história do mundo desde o século 20 seria bem diferente sem a atuação fatídica do Partido Nacional-Socialista Alemão dos Trabalhadores, sua ideologia, propaganda e crimes. Quem eram as principais figuras do movimento?
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Joseph Goebbels (1897-1945)
Como ministro da Propaganda, o virulentamente antissemita Joseph Goebbels cuidou para que a mensagem nazista unificada e forjada em ferro chegasse a cada cidadão do "Terceiro Reich". Ele sufocou a liberdade de imprensa, controlou mídia, artes e informação, e impeliu Hitler a declarar "guerra total". Goebbels e esposa cometeram suicídio ao fim da Segunda Guerra, após envenenar seus seis filhos.
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Adolf Hitler (1889-1945)
O líder do Partido Nacional-Socialista Alemão dos Trabalhadores (NSDAP) desenvolveu sua ideologia antissemita, anticomunista e racista bem antes de assumir como chanceler do Reich, em 1933. Minou as instituições políticas da Alemanha, tornando-a um Estado totalitário, e a partir de 1939 desencadeou a Segunda Guerra, enquanto supervisionava o Holocausto. Adolf Hitler se suicidou em abril de 1945.
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Heinrich Himmler (1900-1945)
Como líder da força paramilitar nazista SS ("Schutzstaffel"), Heinrich Himmler foi um dos membros do partido mais diretamente responsáveis pelo Holocausto. O também chefe de polícia e ministro do Interior controlava todas as forças de segurança do "Terceiro Reich". Ele supervisionou a construção e as operações de todos os campos de extermínio, onde mais de 6 milhões de judeus foram assassinados.
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Rudolf Hess (1894-1987)
Três anos após se filiar ao partido nazista, Rudolf Hess participou em Munique do frustrado Putsch da Cervejaria de 1923. Na prisão, ajudou Hitler a escrever "Mein Kampf". Hess fugiu para a Escócia em 1941, para tentar negociar um acordo de paz, mas foi capturado e mantido em cárcere até o fim da guerra. Em 1946, respondeu a processo em Nurembergue, cumprindo prisão perpétua.
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Adolf Eichmann (1906-1962)
Ao lado de Himmler, Adolf Eichmann foi um dos principais organizadores do Holocausto. Como tenente-coronel da SS, geriu as deportações em massa de judeus para campos de extermínio nazistas no Leste Europeu. Após a derrota alemã, fugiu para a Áustria e depois para a Argentina, onde foi capturado pelo Mossad israelense em 1960. Condenado por crimes contra a humanidade, foi executado em 1962.
Foto: AP/dapd
Hermann Göring (1893-1946)
Participante do fracassado Putsch da Cervejaria, Hermann Göring se tornou o segundo homem mais poderoso da Alemanha depois que os nazistas tomaram o poder. Ele fundou a polícia secreta do Estado, Gestapo, e serviu como comandante da Luftwaffe até pouco antes do fim da Segunda Guerra Mundial. Göring foi condenado à morte em Nurembergue, mas se suicidou na noite anterior à execução.