Revista "Time" pede que Trump retire capas falsas de resorts
28 de junho de 2017
Exemplares da famosa publicação americana com capa fictícia, estampando o presidente dos EUA, decoram resorts de golfe pertencentes à Organização Trump, denuncia "Washington Post". Montagem data de 2009.
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A revista americana Time pediu à Organização Trump que retire das paredes de diversos campos de golfe de propriedade do presidente Donald Trump exemplares da publicação com uma capa falsa, informou o jornal Washington Post nesta terça-feira (27/06).
Um repórter do Washington Post encontrou exemplares falsos da revista Time com Trump na capa em pelo menos cinco campos de golfe que pertencem ao presidente americano, tanto nos EUA como na Escócia.
A capa falsa é datada de 1º de março de 2009. Nela, o magnata do setor imobiliário e estrela de reality show aparece numa grande foto, de braços cruzados, acompanhado da manchete: "Donald Trump: 'O Aprendiz' é um sucesso tremendo da televisão!", em referência ao programa na época comandado pelo republicano. A edição verdadeira publicada naquela data trazia a atriz Kate Winslet na capa.
As assessorias de Trump e da Organização Trump negaram responder a questões sobre a capa falsa, e o criador da montagem permanece desconhecido. No entanto, o Washington Post informou que o código de barras na capa falsa corresponde a um presente num tutorial de design gráfico de 2010.
A porta voz da Time, Kerri Chyka, confirmou em e-mail enviado ao Washington Post que a capa em questão não é real.
Em janeiro, num discurso na sede da Agência Central de Inteligência (CIA), Trump se gabou por ter aparecido em capas da Time. "Acho que temos o recorde histórico da revista Time", disse. A afirmação, porém, não é verdade. O ex-presidente Richard Nixon estampou dezenas de capas antes de sua morte em 1994, enquanto Trump apareceu em 14 edições.
PV/dpa/ots
Nove livros para a era Trump
O novo presidente americano não lê muito. Mas, desde que ele chegou ao poder, livros sobre regimes totalitários voltam à lista de best-sellers. Conheça algumas obras que podem ajudar a entender seu estilo de governar.
Foto: Getty Images/S. Platt
"1984"
Em "1984", George Orwell mostra ao leitor o que é viver num Estado totalitário, onde a vigilância é onipresente, e a opinião pública é manipulada pela propaganda. Desde a eleição de Donald Trump, o romance distópico voltou à lista dos mais vendidos. Mas outros clássicos, que descrevem cenários semelhantes, também se encontram cada vez mais sobre as mesas de cabeceira.
Foto: picture-alliance/akg-images
"As origens do totalitarismo"
O ensaio de Hannah Arendt "As origens do totalitarismo" chamou bastante atenção após a sua publicação em 1951. Arendt, que havia fugido da Alemanha nazista, foi uma das primeiras teóricas a analisar a ascensão de regimes totalitários. Há poucas semanas, o livro apareceu por um curto período como esgotado no site de compras Amazon.
Foto: Leo Baeck Institute
"Admirável mundo novo"
O romance distópico de Aldous Huxley "Admirável mundo novo" ainda é leitura obrigatória para escolares e universitários. O livro do escritor britânico, publicado em 1932, descreve a "Gleichschaltung" (uniformização) de uma sociedade por meio da manipulação e condicionamento.
Foto: Chatto & Windus
"O conto da aia"
A distopia feminista de Margaret Atwood também voltou à lista dos best-sellers. O romance publicado em 1985 se passa nos Estados Unidos do futuro, onde as mulheres são reprimidas e privadas de seus direitos por uma teocracia totalitária no poder. Por medo de cenários semelhantes, muitas mulheres se posicionam hoje contra Trump, que continua a provocar discussões com comentários sexistas.
Foto: picture-alliance / Mary Evans Picture Library
"O homem do castelo alto"
Em 1962, Philip K. Dick descreveu em seu romance "O homem do castelo alto" como seria a vida nos Estados Unidos sob a ditadura de vitoriosos nazistas e japoneses após a Segunda Guerra. Em 2015 foi transmitida uma série de TV baseada vagamente no livro do escritor americano. Os cartazes de propaganda do seriado no metrô de Nova York (foto) foram motivo de controvérsia devido à sua simbologia.
Foto: Getty Images/S. Platt
"The United States of Fear"
O livro não ficcional de Tom Engelhardt ainda não publicado no Brasil "The United States of Fear" ("Os Estados Unidos do medo", em tradução livre) foi lançado em 2011. A obra analisa como o fator "medo" favorece investimentos maciços do governo americano nas Forças Armadas, em guerras e na segurança nacional – levando o país, segundo a tese do autor, à beira do abismo.
Foto: Haymarket Books
"Things That Can and Cannot Be Said"
"Things that can and cannot be said" ("As coisas que podem e não podem ser ditas", em tradução livre) é uma coletânea de ensaios e conversas, na qual a autora Arundhati Roy e o ator e roteirista John Cusack refletem sobre o seu encontro com o whistleblower Edward Snowden, em 2014, em Moscou. O livro aborda principalmente a vigilância em massa e o poder estatal.
Foto: picture alliance / Christian Charisius/dpa
"O poder dos sem-poder"
Em seu texto "O poder dos sem-poder" (1978), o escritor e posterior presidente tcheco Vaclav Havel analisa os possíveis métodos de resistência contra regimes totalitários. Ele próprio passou diversos anos na prisão como crítico do governo comunista. Seu ensaio se tornou um manifesto para muitos opositores no bloco soviético.
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"Mente cativa"
Em 1970, o autor polonês e posterior Nobel de Literatura Czeslaw Milosz se tornou cidadão americano. Sua não ficção "Mente cativa" (1953) fala sobre suas vivências como escritor crítico do governo no bloco soviético. Trata-se de um ajuste de contas intelectual com o stalinismo, mas também com a – em sua opinião – enfraquecida sociedade de consumo ocidental.