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Ricardo defende três pênaltis e leva Portugal à semi

Gabriel Fortes1 de julho de 2006

Goleiro português "cresceu" nas cobranças após jogo com a Inglaterra terminar empatado sem gols, e time de Felipão fica entre os quatro melhores do mundo pela primeira vez em 40 anos.

Goleiro português: herói nacionalFoto: AP

Em um jogo sem muito brilho técnico neste sábado (1/7), em Gelsenkirchen, Portugal precisou das cobranças de pênaltis para superar a Inglaterra e, 40 anos depois, voltar a uma semifinal de Copa do Mundo.

O goleiro Ricardo, que no tempo regulamentar já havia feito grandes defesas contribuindo com o placar sem gols, segurou três cobranças inglesas e garantiu os 3 a 1 no desempate após a prorrogação.

A vitória sobre a Inglaterra tem sabor de vingança, já que em 1966 os portugueses caíram justamente nas semifinais com uma derrota por 2 a 1 para os anfitriões, que mais tarde levantariam a taça.

Aquele havia sido até hoje o melhor resultado do país na história do Mundiais, conquistado por um time comandado pelo lendário Eusébio. Agora, o time treinado pelo brasileiro Luis Felipe Scolari tem a chance de marcar uma nova era no futebol português.

O técnico aumenta, dessa forma, o seu prestígio junto à Federação Portuguesa de Futebol e à torcida daquele país. Ele havia colocado como meta, antes da Copa, a vaga nas quartas-de-final.

Em campo, mesmo sem ainda ter apresentado um futebol de alto nível na Alemanha, os ingleses acharam que seguiriam embalados por sua tradição. Pouco fizeram para marcar gols, e pouca coisa útil mostraram de uma de suas melhores gerações, com Beckham, Lampard, Gerrard, Rooney e outros.

O duelo foi bem equilibrado desde o princípio, com as disputas de bola concentradas no meio de campo e sem alguém arriscando uma jogada que correspondesse à importância desta partida.

Cristiano Ronaldo, pelo lado português, foi o jogador mais atrevido de sua equipe. Mas confundiu muitas vezes a objetividade com firulas desnecessárias. Do outro lado do campo, Wayne Rooney sai da Copa do Mundo sem corresponder a todo o marketing que o envolve e às expectativas de seus torcedores.

Os meias Deco e Costinha fizeram falta à equipe portuguesa, uma vez que foram expulsos no duelo de oitavas-de-final contra a Holanda. Ambos, no entanto, estarão à disposição de Felipão no dia 5, em Munique, para a semifinal.

Mas a vaga veio garantida nas boas defesas de Ricardo, a exemplo do que fez o alemão Jens Lehmann na sexta-feira contra a Argentina.

O camisa 1 português pegou as cobranças dos craques Lampard e Gerrard e ainda segurou a de Carragher. Apenas Hargreaves, um dos melhores em campo, marcou para a Inglaterra. Simão, Postiga e Ronaldo fizeram os gols de Portugal.

INGLATERRA 0 (1) x (3) 0 PORTUGAL

Inglaterra

Robinson; Neville, Ferdinand, Terry e A. Cole; Beckham (Lennon / Carragher), Lampard, Hargreaves, Gerrard, J. Cole (Crouch); Rooney

Técnico: Sven-Goran Eriksson

Portugal

Ricardo; Miguel, Carvalho, Meira e Nuno Valente; Petit, Maniche, Tiago (Hugo Viana) e Luis Figo (Postiga); Cristiano Ronaldo e Pauleta (Simão)

Técnico: Luiz Felipe Scolari

Data: 01/07/2006 (Sábado)

Local: Estádio da Copa em Gelsenkirchen

Árbitro: Horacio Elizondo (Argentina)

Auxiliares: Dario Garcia e Rodolfo Otero (ambos argentinos)

Cartões amarelos: Terry (I); Petit, Ricardo Carvalho (P)

Cartão vermelho: Rooney (I)

Gols (nos pênaltis): Hargreaves (I); Simão, Postiga, Ronaldo (P)

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