Rinocerontes ameaçados de extinção morrem durante transporte
13 de julho de 2018
Mortes aconteceram durante deslocamento de animais para uma reserva no sul do país. Assim dobra-se o número de perdas em operações semelhantes nos últimos 12 anos.
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Oito rinocerontes-negros morreram após serem transferidos para o parque natural de Tsavo Leste, o maior do Quênia, informou o governo queniano nesta sexta-feira (13/07). O Serviço de Conservação da Vida Selvagem do Quênia (KWS, na sigla em inglês) abriu um inquérito para esclarecer a causa das mortes dos animais, cuja espécie está em vias de extinção.
A transferência de 11 rinocerontes-negros das reservas de Nairobi e do lago Nakuru foi feita no âmbito de um plano que contou com a participação do Fundo Mundial para a Natureza (WWF). O objetivo era criar espaços mais seguros para os animais, num habitat adequado.
O incidente foi classificado como "um desastre", dobrando o número de mortes dessa espécie em operações semelhantes, nos últimos 12 anos. "Não é a primeira vez que o KWS transfere animais, pelo que merecemos saber a causa da morte deste animal precioso. Algo correu mal e queremos saber o quê", disse Paula Kahumbu, diretora da ONG ambientalista Wildlife Direct, que exigiu do ministro de Turismo e Vida Selvagem, Najib Balala, uma investigação rápida do episódio.
Segundo o Ministério do Turismo, investigações preliminares sugerem que os rinocerontes possam ter sucumbido a "intoxicação por sal, como resultado da ingestão de água de alta salinidade na chegada ao novo ambiente".
"Os altos níveis de sal levam à desidratação, que desencadeia o mecanismo de sede, resultando no consumo excessivo de água salina, o que agrava ainda mais o problema", dizem os autores do estudo. Um relatório completo, porém, ainda deverá ser divulgado nos próximos dias.
Projeto para aumentar população de rinocerontes-negros
04:26
Enquanto isso, Balala ordenou que o KWS suspenda imediatamente a translocação em curso. O órgão anunciou que "medidas disciplinares serão definitivamente tomadas, se as conclusões apontarem para negligência ou conduta não profissional por parte de qualquer oficial do KWS".
A chamada translocação de animais em extinção consiste em colocá-los para dormir durante a jornada, para depois reanimá-los, num processo que envolve certos riscos. A perda de tantos rinocerontes de uma só vez, porém, é algo sem precedentes. Entre 2005 e 2017, por exemplo, um total de 149 rinocerontes foram deslocados dessa forma, também com um saldo de oito mortos.
A ONG Save the Rhinos estima que haja menos de 5.500 rinocerontes-negros no mundo, todos concentrados na África. No Quênia, sua população é de 750, de acordo com o Worldwide Fund for Nature.
IP/lusa/afp/dpa/ap
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Ameaçados de extinção
O número de animais ameaçados de extinção aumenta a cada ano. Tatu-bola e panda fazem parte da lista vermelha atualizada pela União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais.
Foto: Joares Adenilson May Júnior
Desaparecimento rápido
O tatu-bola é encontrado, principalmente, no Brasil. Ao longo da última década, sua população diminuiu mais de 33%, afirma a União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN, do inglês), que há mais de 50 anos divulga a lista de espécies ameaçadas de extinção. O tatu-bola foi escolhido para ser mascote da Copa do Mundo de 2014.
Foto: Joares Adenilson May Júnior
À beira da extinção
A IUCN classificou o tatu-bola como vulnerável. Outras classificações para avaliar o risco das espécies são: em perigo, em perigo crítico, extinto na natureza e extinto. O lobo da Tasmânia e o tigre de Bali são duas espécies extintas. Todas as espécies de tigre, como o tigre siberiano da foto, foram avaliadas como "em perigo".
Foto: picture-alliance/dpa
Lêmures sem teto
O indri pertence ao grupo dos lêmures. Eles vivem no Madagascar e são os animais mais ameaçados do mundo. Desmatamento e incêndios estão acabando com seu habitat, as florestas tropicais: 94% das espécies de lêmures estão ameaçados de extinção e 22 espécies estão quase sumindo do planeta.
Foto: Nick Garbutt
Comida rara
Neste ano, pela primeira vez, a população das enguias japonesas foi analisada. No Japão, esse peixe é o mais caro usado na alimentação e agora entrou para a lista vermelha de espécies ameaçadas. A poluição do seu habitat e a pesca predatória são as responsáveis por essa situação.
Foto: OpenCage.info
Melhores condições
A espécie de carpa Acanthobrama telavivensis, que vive somente em Israel, está na lista vermelha. Mas pesquisadores anunciaram recentemente uma boa notícia. Um programa de criação que começou com 120 animais está dando resultado. Em 2006, milhares de peixes nascidos no criadouro foram reintroduzidos na natureza e a população está aumentando.
Foto: Menachem Goren
Boas notícias
A situação da tartaruga-de-couro está melhorando. Há 10 anos, ela estava classificada como em perigo de extinção. Em 2013, ela foi classificada como vulnerável. Ela é a maior tartaruga do mundo, pode medir mais de dois metros e pesar quase meia tonelada. A poluição do mar, a caça e pesca são seus principais problemas.
Foto: gemeinfrei
Concha é joia
A espécie de caracol Bertia cambojiensis foi classificada neste ano como em perigo crítico e o homem é um dos seus maiores predadores. Em um site para colecionadores, uma concha desse caracol, encontrada em uma praia no Vietnã, foi vendida por 300 euros.
Foto: Paul Pearce-Kelly
Metade já sumiu
A IUCN não sabe exatamente quantas espécies de ocapi ainda existem no mundo. Na década de 1990, mais de 4.400 girafas da floresta viviam na reserva que fica no nordeste da República Democrática do Congo, dez anos depois eram apenas 2.500. O conflito no país e a mineração reduzem cada vez mais seu habitat.
Foto: cc-by-sa-3.0/Raul654
Aves ameaçadas
Mais de 200 espécies de aves foram quase extintas, entre elas o abutre-indiano-de-dorso-branco que vive na Índia e sudeste da Ásia. Na China e na Malásia, a espécie não existe mais, segundo a IUCN. O frango-d'água-d'asa-branca, encontrada na Etiópia, África do Sul e Zimbábue, foi classificada, pela primeira vez, como em perigo crítico.
Foto: picture-alliance/dpa
Ameaça constante
A população dos elefantes asiáticos foi calculada entre 40 mil e 50 mil animais. Ele continua sendo classificado como ameaçado. Nas últimas três gerações, sua população foi reduzida pela metade, segundo a IUCN, e continua diminuindo. O elefante asiático é encontrado em Bangladesh, Butão, Índia, China e Indonésia.
Foto: picture-alliance/Horst Galuschka
Caça e comércio de marfim
A destruição do habitat e a caça predatória em busca do marfim são as principais ameaças ao elefante africano. Se por um lado a população desse animal está aumentando, a caça ilegal também cresceu.
Foto: picture-alliance/dpa
Preso na rede
A principal ameaça para os botos são as redes de pesca. Eles acabam se prendendo nelas e morrem. A toninha-comum (foto) não entrou na lista vermelha, mas a vaquita, também conhecida como boto-do-pacífico, entrou. Estimativas apontam que, em 2013, restavam apenas 500 ou 600 animais dessa espécie.
Foto: WDC
Últimos do mundo
Outros animais em perigo são o panda – estima-se que em 2013 havia no mundo entre mil e 2 mil exemplares de panda-gigante – e o rinoceronte de Sumatra, cuja população é calculada em 220 animais. A IUCN e seus parceiros analisaram 73.686 espécies e 30% delas entraram na lista, que é publicada desde 1963 e reúne registros de vários países.