Esportistas de quatro países participarão dos Jogos sob a bandeira do Comitê Olímpico Internacional. Dois estão se preparando no Brasil. As modalidades representadas são atletismo, natação e judô.
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O Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou, nesta sexta-feira (03/06), a participação de dez atletas refugiados nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Os atletas – de atletismo, natação e judô – competirão sob a bandeira do COI e entrarão na cerimônia de abertura, em 5 de agosto no estádio do Maracanã, antes de delegação brasileira.
"Estes refugiados não têm casa, não tem equipe, nem bandeira ou hino nacional. Vamos oferecer a eles um lar na Vila Olímpica ao lado de todos os atletas do mundo", disse o presidente do COI, Thomas Bach, depois de uma reunião do comitê executivo em Lausanne.
Selecionados entre 43 possíveis candidatos, os dez atletas são cinco refugiados do Sudão do Sul, dois da Síria, dois da República Democrática do Congo e um da Etiópia. A inédita equipe de será tratada como qualquer outra delegação nos Jogos, sujeita inclusive a controles antidoping, mas terá os gastos custeados pelo COI.
Em nota, a agência da ONU para refugiados (Acnur) saudou a medida. "Estamos muito satisfeitos com a Equipe Olímpica de Atletas Refugiados. São pessoas que tiveram suas carreiras esportivas interrompidas após serem forçadas a abandonar seus países devido à violência e à perseguição. Agora, estes atletas refugiados de alto nível finalmente terão a chance de seguir seus sonhos", disse o chefe da agência, Filippo Grandi.
"A participação deles nos Jogos Olímpicos é o resultado da coragem e perseverança de todos os refugiados que se esforçam para superar as diferenças e construir um futuro melhor para eles e para suas famílias. O Acnur se solidariza com eles e todos os refugiados", concluiu
Os dez atletas refugiados:
– Rami Anis: País de origem: Síria Comitê Olímpico Nacional hospedeiro: Bélgica Modalidade: natação (masculino)
– Yiech Pur Biel: País de origem: Sudão do Sul Comitê Olímpico Nacional hospedeiro: Quênia Modalidade: atletismo – 800 metros rasos (masculino)
– James Nyang Chiengjiek: País de origem: Sudão do Sul Comitê Olímpico Nacional hospedeiro: Quênia Modalidade: atletismo – 400 metros rasos (masculino)
– Yonas Kinde: País de origem: Etiópia Comitê Olímpico Nacional hospedeiro: Luxemburgo Modalidade: atletismo – maratona (masculino)
– Anjelina Nada Lohalith: País de origem: Sudão do Sul Comitê Olímpico Nacional hospedeiro: Quênia Modalidade: atletismo – 1.500 metros rasos (feminino)
– Rose Nathike Lokonyen: País de origem: Sudão do Sul Comitê Olímpico Nacional hospedeiro: Quênia Modalidade: atletismo – 800 metros rasos (feminino)
– Paulo Amotun Lokoro: País de origem: Sudão do Sul Comitê Olímpico Nacional hospedeiro: Quênia Modalidade: atletismo – 1.500 metros rasos (masculino)
– Yolande Bukasa Mabika (feminino): País de origem: República Democrática do Congo Comitê Olímpico Nacional hospedeiro: Brasil Modalidade: judô (feminino)
– Yusra Mardini: País de origem: Síria Comitê Olímpico Nacional hospedeiro: Alemanha Modalidade: natação (feminino)
– Popole Misenga: País de origem: República Democrática do Congo Comitê Olímpico Nacional hospedeiro: Brasil Modalidade: judô (masculino)
PV/dpa/rtr/afp/acnur
Dez esperanças de medalha para o Brasil
Meta do COB é conquistar no mínimo 27 medalhas nos Jogos Olímpicos de 2016. Entre multicampeões, potências mundiais e promessas, confira quais são as modalidades que podem levar o Brasil para o pódio no Rio.
Foto: Getty Images
Robert Scheidt - vela
Em busca de seu sexto pódio em Jogos Olímpicos, o maior medalhista brasileiro (junto com o também velejador Torben Grael), Robert Scheidt voltou à classe Laser, pela qual é eneacampeão mundial. Na vela, destaque também para a dupla Martine Grael e Kahena Kunze, campeãs mundiais na classe 49er FX e eleitas as melhores velejadoras do mundo em 2014, além de Ricardo Winicki, na classe RS-X.
Foto: Imago
Sarah Menezes - judô
Desde Los Angeles 1984, o judô brasileiro conquistou medalhas em todas as edições dos Jogos Olímpicos. A atual campeã olímpica Sarah Menezes é forte candidata a repetir a dose no Rio de Janeiro. Rafael Silva, o Baby, as campeãs mundiais Mayra Aguiar e Rafaela Silva, além do veterano Tiago Camilo, também estão bem colocados nos rankings de suas respectivas categorias.
Foto: Getty Images/B. Mendes
Arthur Zanetti - ginástica
Único campeão olímpico latino-americano na história da ginástica olímpica, Arthur Zanetti vem dominando as provas nas argolas, onde conquistou um ouro e uma prata nos dois últimos mundiais. Ao lado de Diego Hypólito e Sérgio Sasaki, primeiro brasileiro a ser finalista no individual geral nos Jogos Olímpicos, em Londres 2012, Zanetti quer levar o Brasil ao inédito pódio na competição por equipes.
Foto: Reuters
Fabiana Murer - atletismo
Em 2008, equipamento roubado; em 2012, a culpa foi do vento. Após duas decepcionantes participações, Fabiana Murer quer se redimir com uma medalha no Rio de Janeiro. A missão da campeã mundial do salto com vara de 2011, porém, é complicada: a cubana Yarisley Silva, melhor marca do ano, a americana Jennifer Suhr e a russa Yelena Isinbayeva, dona do recorde mundial, são as principais concorrentes.
Foto: Imago
Bruno Fratus - natação
A cena de Bruno Fratus (dir.) cumprimentando César Cielo, em Londres 2012, não irá se repetir nos Jogos do Rio. Com a ausência de Cielo, Fratus se tornou a principal esperança de medalhas. Bronze no Mundial de 2015, ele detém o segundo melhor tempo nos 50m livres em 2016. Outros bons nomes são Felipe França, Nicholas Santos, além de Thiago Pereira, maior medalhista pan-americano da história.
Foto: picture-alliance/dpa/B. Walton
Duda Amorim - handebol
A seleção feminina de handebol conquistou o inédito título mundial em 2013, na Sérvia. Treinada pelo dinamarquês Morten Soubak, a equipe espera superar a campanha de Londres (6º lugar) e se recuperar do fraco Mundial de 2015, quando caiu nas oitavas de final. O time conta com Alexandra Nascimento e Duda Amorim (foto), eleitas as melhores jogadoras do mundo em 2012 e 2014, respectivamente.
Foto: Imago
Isaquias Queiroz - canoagem
Atual bicampeão mundial da prova não olímpica do C1 500m e medalhistas nos últimos dois mundiais nas provas C1 1.000m, C1 200m e C2 200m, Isaquias Queiroz quer conquistar a primeira medalha olímpica para a canoagem brasileira. Atenção também para a mineira Ana Sátila, que esteve em Londres com apenas 16 anos e foi campeã mundial júnior de slalom em 2014.
Foto: picture-alliance/dpa/R. Weihrauch
Yane Marques - atletismo
Grande surpresa em Londres 2012, quando conquistou a inédita medalha de bronze no pentatlo moderno, Yane Marques manteve a sequência de bons resultados, conquistando uma prata e um bronze em dois mundiais da modalidade. Além disso, ela já conseguiu derrotar as últimas duas campeãs olímpicas: Laura Asadauskaite, da Lituânia, e Lena Schöneborn, da Alemanha.
Foto: picture-alliance/AP Photo/A. Schmidt
Ágatha e Bárbara Seixas - vôlei
Nenhuma modalidade deu tantas medalhas olímpicas ao esporte brasileiro como o vôlei: 20, sendo seis de ouro. O Brasil é potência mundial na quadra e na areia, tanto no masculino como no feminino. Destaque para as duplas femininas do vôlei de praia, que ocuparam todas as três posições do pódio na Holanda, coroando Ágatha e Bárbara Seixas como campeãs mundiais de 2015.
Foto: Getty Images/G. Arroyo Moreno
Neymar - futebol
Pentacampeão mundial, fábrica de craques e maior exportador de jogadores do mundo. Em Jogos Olímpicos, no entanto, o futebol brasileiro tem um retrospecto decepcionante: três pratas, em 1984, 1988 e 2012. Para quebrar o jejum, o craque Neymar está pedindo dispensa do Barcelona para aproveitar a segunda chance em dois anos de ser campeão no Maracanã e levar o Brasil ao ouro inédito.