Ritmo de aumento do nível do mar pode triplicar até 2100
13 de fevereiro de 2018
Com base em dados de satélites, cientistas dos EUA apontam taxa acelerada de elevação do nível dos oceanos. Fator que mais contribui para tendência é derretimento de gelo nos polos, impulsionado por mudanças climáticas.
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O nível do mar está aumentando cada vez mais rapidamente, e se o ritmo atual se mantiver, os oceanos podem estar, em média, mais de 60 centímetros mais elevados do que hoje até o fim deste século, aponta um novo estudo.
A taxa atual de aumento do nível do mar – de cerca de três milímetros por ano – pode mais que triplicar até 2100, segundo o relatório, divulgado nesta segunda-feira (12/02) na Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America (PNAS), a publicação oficial da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos.
"Essa aceleração, impulsionada sobretudo por um derretimento acelerado na Groenlândia e na Antártica, tem o potencial de dobrar o aumento total do nível do mar até 2100 em relação a projeções que presumem uma taxa constante – para mais de 60 centímetros em vez de cerca de 30", afirma um dos autores da pesquisa, Steve Nerem.
O estudo – baseado em dados de satélites coletados ao longo de 25 anos – foi conduzido por cientistas da Universidade do Sul da Flórida; do Centro de Voo Espacial Goddard, da Nasa; da Universidade Old Dominion e do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica dos EUA.
Mudanças climáticas
O aumento do nível do mar é causado tanto por fenômenos naturais, que elevam ou diminuem os oceanos ano a ano, e por tendências maiores e de longo prazo de aumento, relacionadas às mudanças climáticas provocadas pelo homem.
Segundo os cientistas, as mudanças climáticas contribuem para um aumento do nível dos oceanos de duas maneiras. Em primeiro lugar, maiores concentrações de gases do efeito estufa na atmosfera elevam a temperatura da água, e a água aquecida se expande.
Essa chamada "expansão térmica" dos oceanos já contribuiu para cerca de metade dos sete centímetros de aumento médio global dos oceanos nos últimos 25 anos, disse Nerem.
Em segundo lugar, o nível dos mares aumenta com o maior fluxo de água devido ao derretimento acelerado de gelo nos polos. Esse fator foi o que mais contribuiu para impulsionar o ritmo da elevação do nível do mar.
As conclusões publicadas na PNAS corroboram simulações científicas por computador e projeções feitas pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), da ONU.
"Este estudo ressalta o importante papel que pode ser desempenhado por dados de satélites na validação de projeções de modelos climáticos", disse o coautor John Fasullo.
O nível do mar global se manteve estável por cerca de 3 mil anos até o século 20, quando aumentou e foi acelerado devido ao aquecimento global, causado pela queima de carvão, petróleo e gás natural, aponta o cientista climático Stefan Rahmstorf, do Instituto de Potsdam, na Alemanha, que não participou do estudo.
LPF/afp/ap
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Dez ações contra as mudanças climáticas
Três quartos dos gases estufa são produzidos pela combustão de carvão, petróleo e gás natural; o resto, pela agricultura e desmatamento. Como se podem evitar gases poluentes? Veja dez dicas que qualquer um pode seguir.
Foto: picture-alliance/dpa
Usar menos carvão, petróleo e gás
A maioria dos gases estufa provém das usinas de energia, indústria e transportes. O aquecimento de edifícios é responsável por 6% das emissões globais de gases poluentes. Quem utiliza a energia de forma eficiente e economiza carvão, petróleo e gás também protege o clima.
Foto: picture-alliance/dpa
Produzir a própria energia limpa
Hoje, energia não só vem de usinas termelétricas a carvão, óleo combustível e gás natural. Há alternativas, que atualmente são até mesmo mais econômicas. É possível produzir a própria energia e, muitas vezes, mais do que se consome. Os telhados oferecem bastante espaço para painéis solares, uma tecnologia que já está estabelecida.
Foto: Mobisol
Apoiar boas ideias
Cada vez mais municípios, empresas e cooperativas investem em fontes energéticas renováveis e vendem energia limpa. Este parque solar está situado em Saerbeck, município alemão de 7,2 mil habitantes que produz mais energia do que consome. Na foto, a visita de uma delegação americana à cidade.
Foto: Gemeinde Saerbeck/Ulrich Gunka
Não apoiar empresas poluentes
Um número cada vez maior de cidadãos, companhias de seguro, universidades e cidades evita aplicar seu dinheiro em companhias de combustíveis fósseis. Na Alemanha, Münster é a primeira cidade a aderir ao chamado movimento de desinvestimento. Em nível mundial, essa iniciativa abrange dezenas de cidades. Esse movimento global é dinâmico – todos podem participar.
Foto: 350.org/Linda Choritz
Andar de bicicleta, ônibus e trem
Bicicletas, ônibus e trem economizam bastante CO2. Em comparação com o carro, um ônibus é cinco vezes mais ecológico, e um trem elétrico, até 15 vezes mais. Em Amsterdã, a maior parte da população usa a bicicleta. Por meio de largas ciclovias, a prefeitura da cidade garante o bom funcionamento desse sistema.
Foto: DW/G. Rueter
Melhor não voar
Viajar de avião é extremamente prejudicial ao clima. Os fatos demonstram o dilema: para atender às metas climáticas, cada habitante do planeta deveria produzir, em média, no máximo 5,9 toneladas de CO2 anualmente. No entanto, uma viagem de ida e volta entre Berlim e Nova York ocasiona, por passageiro, já 6,5 toneladas de CO2.
Foto: Getty Images/AFP/P. Huguen
Comer menos carne
Para o clima, também a agricultura é um problema. No plantio do arroz ou nos estômagos de bois, vacas, cabras e ovelhas é produzido o gás metano, que é muito prejudicial ao clima. A criação de gado e o aumento mundial de consumo de carne são críticos também devido à crescente demanda de soja para ração animal. Esse cultivo ocasiona o desmatamento de florestas tropicais.
Foto: Getty Images/J. Sullivan
Comprar alimentos orgânicos
O óxido nitroso é particularmente prejudicial ao clima. Sua contribuição para o efeito estufa global gira em torno de 6%. Ele é produzido em usinas de energia e motores, mas principalmente também através do uso de fertilizantes artificiais no agronegócio. Esse tipo de fertilizante é proibido na agricultura ecológica e, por isso, emite-se menos óxido nitroso, o que ajuda a proteger o clima.
Foto: imago/R. Lueger
Sustentabilidade na construção e no consumo
Na produção de aço e cimento emite-se muito CO2, em contrapartida, ele é retirado da atmosfera no processo de crescimento das plantas. A escolha consciente de materiais de construção ajuda o clima. O mesmo vale para o consumo em geral. Para uma massagem, não se precisa de combustível fóssil, mas para copos plásticos, que todo dia acabam no lixo, necessita-se uma grande quantidade dele.
Foto: Oliver Ristau
Assumir responsabilidades
Como evitar gases estufa, para que, em todo mundo, as crianças e os filhos que elas virão a ter possam viver bem sem uma catástrofe do clima? Esses estudantes estão fascinados com a energia mais limpa e veem uma chance para o seu futuro. Todos podem ajudar para que isso possa acontecer.