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Rivais estendem apoio a sauditas após atentado em Meca

24 de junho de 2017

Apesar de tensões com Riad, Irã, Catar e Hisbolá condenam ataque suicida e se comprometem a colaborar no combate ao terrorismo. Bomba aparentemente se destinava à Grande Mesquita, local mais sagrado de Meca.

Grande Mesquita, local mais sagrado de Meca, atraiu 1 milhão durante Ramadã
Grande Mesquita, local mais sagrado de Meca, atraiu 1 milhão durante RamadãFoto: Getty Images/AFP/B. Aldandani

Após o atentado a bomba desta sexta-feira (23/06) em Meca, o Irã e o Catar, ambos rivais regionais da Arábia Saudita, e o movimento Hisbolá condenaram o ocorrido e se comprometeram a apoiar Riad.

As autoridades locais partem do princípio que o ataque visava originalmente a Grande Mesquita, local mais sagrado da cidade, ao fim do mês de jejum Ramadã, que este ano atraiu mais de 1 milhão de fiéis ao local.

Após tiroteio com a polícia num edifício de três andares, o terrorista detonou os explosivos que portava. O consequente desabamento feriu 11 pessoas, inclusive seis peregrinos estrangeiros, além de causar lesões leves em cinco membros das forças de segurança estatais e de esmagar um carro estacionado.

O Ministério do Interior saudita informou ter preso cinco suspeitos. Segundo o órgão, o "plano frustrado" teria "violado todas as santidades, ao atingir a segurança da Grande Mesquita, o local mais sagrado da Terra".

Os conspiradores teriam "obedecido a seus malignos e corruptos esquemas egoístas, geridos a partir do exterior, cuja meta é abalar a segurança e estabilidade deste sagrado país". Desde o fim de 2014 o reino árabe tem sido vítima de diversas explosões e tiroteios reivindicado pela organização jihadista "Estado Islâmico".

Explosão fez desabar edifício de três andares e feriu diversas pessoasFoto: Picture alliance/AA/Saudi Interior Ministry

Solidariedade de três adversários

O Hisbolá, classificado como organização terrorista pelo governo saudita e diversas nações ocidentais, declarou que mirar a Grande Mesquita mostra como a ideologia dos extremistas não respeita nem os locais santos. O grupo militante e partido político sediado no Líbano urgiu os líderes muçulmanos a se oporem a tais ideologias.

Após anos de tensões bilaterais crescentes, no início de junho Riad cortou as relações diplomáticas com Catar, acusando-o de apoiar "grupos terroristas" na região. Há apenas dois dias o grupo de países encabeçado pelos sauditas, reunindo Emirados Árabes Unidos, Egito e Bahrein, exigiu que o Catar fechasse sua emissora internacional, a Al Jazeera. Apesar disso, o Ministério do Exterior em Doha expressou neste sábado "solidariedade como o reino-irmão da Arábia Saudita".

O Irã xiita e os sauditas sunitas, por sua vez, vêm lutando há anos pela supremacia no Golfo Pérsico, em sangrentas batalhas e guerras por procuração, tendo cortado relações diplomáticas desde janeiro de 2016. A crise entre iranianos e sauditas se agravou desde o fim de maio, quando o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reafirmou o isolamento de Teerã durante visita a Riad.

O fato não impediu o porta-voz do Ministério do Exterior iraniano de, referindo-se ao atentado suicida em Meca, anunciar a "prontidão de sua nação para assistir e cooperar com outros países no confronto a esses criminosos, que negociam com a morte e, de forma ignorante, espalham o medo".

AV/rtr,afp.ap,dpa

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