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Esporte

Robben e Ribéry: o fim de uma era

7 de maio de 2019

O grande livro da história do Bayern vai dedicar um capítulo glorioso para os dois atacantes, que em breve deixarão o clube. Eles fixaram sua marca, como disse Rummenigge, na década de maior sucesso do time de Munique.

Robben e Ribéry: em 722 jogos, a dupla anotou 266 gols e deu 284 assistências
Robben e Ribéry: em 722 jogos, a dupla anotou 266 gols e deu 284 assistênciasFoto: Getty Images

A galeria do Bayern está repleta de jogadores considerados lendas do clube, mas são poucos aqueles que podem se igualar aos feitos de Philipp Lahm, Bastian Schweinsteiger, Oliver Kahn e Mehmet Scholl. Cada um conquistou oito vezes o título de campeão alemão, sempre pelo time de Munique.  

São recordistas absolutos no quesito Meisterschale, a cobiçada Salva de Prata, que os bávaros erguem na sacada da prefeitura de Munique durante a festa da vitória diante dezenas de milhares de torcedores eufóricos após mais uma temporada bem-sucedida.

Foi assim em 2013, quando o Bayern, sob o comando do técnico Jupp Heynckes, conquistou a tríplice coroa após derrotar o seu arquirrival Borussia Dortmund em Wembley. O gol do triunfo foi marcado por Arjen Robben, após magistral assistência de Frank Ribéry.

Os dois vão deixar o clube ao final da atual temporada. O francês Ribéry poderá ultrapassar o quarteto de ícones citado acima e se tornar o primeiro jogador da história do clube a ter conquistado nove títulos alemães. O holandês Robben, por sua vez, poderá festejar sua oitava Salva de Prata.

São números impressionantes de dois atacantes que marcaram época em Munique. Em 722 jogos, a dupla anotou 266 gols e deu 284 assistências.

Na última vez em que estiveram juntos foi contra o Hannover sábado passado, e deu para perceber o sentimento de melancolia e saudade antecipada expresso por milhares de torcedores quando eles entraram em campo no segundo tempo.  

Badman e Robben: uma das homenagens da torcida bávara à duplaFoto: picture alliance/Pressefoto ULMER/Markus Ulmer

Ribéry aproveitou o embalo das emotivas ondas avassaladoras da torcida, que cantava incessantemente "Oh Frank Ribéry, oh Frank Ribéry..." e, bem ao seu estilo, ainda encontrou tempo para marcar um gol, o terceiro e último da vitória bávara.

"A despedida não será fácil, mas não podemos esquecer tudo aquilo que conquistamos juntos. Jamais esquecerei o quanto o clube me apoiou, mesmo nos momentos mais difíceis". São palavras de Ribéry. 

Robben entrou faltando apenas alguns minutos para o fim. Ausente há cinco meses, foi recebido com muito carinho pelos fãs entoando sem parar "Mr. Wembley, Mr. Wembley" em alusão ao gol do título da Champions há seis anos. 

Por pouco, nos últimos instantes da partida contra o Hannover, não marcou um gol em cobrança de falta. A bola foi parar na curva sul, setor da torcida raiz, que agradeceu com frenéticos aplausos. "Foi muito, muito emocionante, sou muito grato por tudo", declarou o holandês depois do confronto.

Desde 2008, Robben e Ribéry formavam uma dupla infernal no ataque do maior campeão alemão da história. O canhoto Robben, pelo lado direito, e o destro Ribéry, pelo flanco esquerdo.

Com seus dribles, passes, cruzamentos, assistências e principalmente gols, o holandês e o francês espalhavam o terror nas defesas adversárias. Na história do Bayern não teve uma dupla sequer com tamanha letalidade e que deixou marcas tão indeléveis quanto Robbery, uma alcunha adotada pela mídia da capital bávara para designar o duo há mais ou menos dez anos.

Diretor executivo do clube há 17 anos, Karl-Heinz Rummenigge não tem dúvidas sobre a importância da dupla Robben & Ribéry para a história de sucesso dos últimos dez anos do clube que dirige:

"O grande livro da história do Bayern vai dedicar um capítulo glorioso para os dois. Frank e Arjen são jogadores excepcionais e se tornaram nossas lendas vivas. Temos muito a agradecer por tudo que fizeram pelo clube. Vamos organizar uma extraordinária e emocionante festa de despedida. Robben e Ribéry deixaram sua marca na década de maior sucesso do Bayern com seu futebol fantástico".      

É o fim de uma era, e o começo de outra.

Para o diretor de esportes, Hasan Salihamidzic, "o caminho rumo à nova era sem Robbéry já começou e será bem-sucedido, tanto quanto". 

Apenas o tempo lhe dará razão, ou não.

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Gerd Wenzel começou no jornalismo esportivo em 1991 na TV Cultura de São Paulo, quando pela primeira vez foi exibida a Bundesliga no Brasil. Desde 2002, atua nos canais ESPN como especialista em futebol alemão. Semanalmente, às quintas, produz o Podcast "Bundesliga no Ar". A coluna Halbzeit sai às terças. Siga-o no TwitterFacebook e no site Bundesliga.com.br

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