Robert Menasse recebe Prêmio Alemão do Livro de 2017
9 de outubro de 2017
Escritor austríaco é agraciado com o prêmio máximo da literatura alemã pelo romance "Die Hauptstadt", que tem a União Europeia como pano de fundo.
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O romance Die Hauptstadt (A capital, em tradução livre), do escritor austríaco Robert Menasse, foi agraciado nesta segunda-feira (09/10) com o Prêmio Alemão do Livro de 2017, maior premiação literária da Alemanha.
Bruxelas foi o cenário escolhido por Menasse para o seu romance. A UE, suas contradições, complexidades e burocracia são elementos centrais da obra. No livro, o autor traça ainda um panorama reluzente da elite europeia por meio de seus personagens, cujas histórias se entrelaçam.
De acordo com o júri, a obra entrelaça de uma maneira perfeita questões essenciais do privado e da política. Os jurados destacaram o lado humano da obra para sustentar a escolha: o livro deixa claro que "a economia por si só não pode garantir um futuro pacífico".
Pelo prêmio máximo da literatura alemã, anunciado nas vésperas da Feira do Livro de Frankfurt, o autor de 63 anos receberá 25 mil euros. O livro de Menasse concorria com mais de 200 títulos lançados em Alemanha, Áustria e Suíça.
Menasse nasceu em Viena em 1954 em uma família judia. Ele é um defensor da Europa supranacional e escreveu vários ensaios e livros sobre ideias europeias. O austríaco foi professor visitante no Brasil entre 1981 e 1988, e publicou duas obras que se passam no país: Espelho cego e A certeza sensível.
O Prêmio Alemão do Livro é o mais importante da literatura alemã e é entregue desde 2005. No ano passado, o escritor Bodo Kirchhoff foi o vencedor com o romance Widerfahrnis.
CN/afp/dpa
Curiosidades sobre o Nobel de Literatura
O homenageado mais jovem, os mais controversos, os que não quiseram buscar o prêmio e outras curiosidades do Nobel de Literatura, que é concedido desde 1901.
Foto: picture alliance/dpa/V.Bucci
Por livro antigo
Quando Thomas Mann recebeu o Nobel de Literatura em 1929, não foi pela sua então obra mais recente, "A montanha mágica". O escritor foi homenageado por seu romance anterior, "Os Buddenbrook". Os jurados do Nobel na Suécia consideraram ""A montanha mágica" muito "prolixo e pesado", por isso optaram por uma obra mais antiga.
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"Outros compromissos" mais importantes
Bob Dylan foi o primeiro músico a ganhar o Nobel de Literatur em 2016. Embora muitos músicos tenham celebrado o fato, Dylan demonstrou dar pouca importância ao prêmio. Ele não só não compareceu à cerimônia de entrega, alegando outros compromissos, como não enviou nenhum discurso para ser lido em sua ausência. Em março de 2017, então, ele deu uma passada por Estocolmo par apanhar sua medalha.
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Medo de aglomeração humana
Também a escritora austríaca Elfriede Jelinek não compareceu à cerimônia de premiação em 2004. Na época, alegou sentir medo em aglomerações humanas e da popularidade repentina: "Não estou em condições psíquicas de me expor a isso". Mas ela ao menos mandou um discurso por vídeo.
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Ameaça do regime soviético
O autor russo Boris Pasternak, famoso pelo romance "Doutor Jivago", foi homenageado em 1958. Seu governo, no entanto, o ameaçou de expatriação se aceitasse o prêmio. Pasternak não cedeu à pressão, o que lhe valeu a saída da Associação dos Escritores da União Soviética. Apesar de tudo, Pasternak permaneceu no país. A medalha pelo Nobel foi apanhada pelo filho dele em Estocolmo em 1989.
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Outro prêmio controverso
A elite literária se indignou em 1997, alegando que o italiano Dario Fo, homenageado naquele ano com o Nobel de Literatura, era apenas um "bufão divertido e não um autor de classe mundial". Ao que o escritor respondeu com um discurso memorável ao receber o prêmio da Academia sueca.
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Nobel pela retórica
Por duas vezes, o então premiê britânico Winston Churchill esteve na lista de nomeados ao Nobel da Paz. Até que, em 1953, ele recebeu o prêmio, mas de Literatura. O júri elogiou sua "maestria na descrição histórica e biográfica" e por sua "brilhante oratória, em que defende os valores humanos".
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Interesse pelo dinheiro do prêmio
Em 1969, o prêmio foi para o francês Jean-Paul Sartre. Mas ele surpreendentemente o negou, alegando que "todo prêmio cria a dependência". Mais estranho ainda foi que, alguns anos mais tarde, ele discretamente perguntou junto ao Comitê Nobel se não seria possível receber as 273 mil coroas suecas do prêmio.
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O mais jovem
O britânico Joseph Rudyard Kipling é o mais jovem agraciado com o Nobel de Literatura. Ele o recebeu em 1907, com 41 anos de idade, por suas histórias curtas e poemas sobre o tempo que passou na Índia e por suas famosas histórias infantis como "O livro da selva". Ele também foi o primeiro escritor britânico a ganhar o Nobel de Literatura.