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Roma constitui comissões de "sábios" para definir destino da Itália

31 de março de 2013

Após fracasso na formação de governo, Napolitano nomeia dois grupos de trabalho para elaboração de reformas políticas e sócio-econômicas, respectivamente. Ele afirmou que deposita confiança em gabinete de Mario Monti.

Foto: AFP/Getty Images

Como alternativa para as tentativas frustradas no sentido de compor um novo governo nacional, o presidente da Itália, Giorgio Napolitano, encarregou neste sábado (30/03) dois grupos de trabalho formado por especialistas para buscar soluções para a crise que o país enfrenta.

Ambas as comissões – cujos membros a imprensa italiana chama de "saggi" (sábios) – vão elaborar recomendações econômicas e políticas. Napolitano disse esperar "propostas de programa precisas" que propiciem aos partidos majoritários uma plataforma comum para a formação do governo.

Desse modo, o chefe de Estado de 87 anos pretende superar o impasse político gerado pelas eleições parlamentares do final de fevereiro. Respondendo indiretamente aos boatos de que pretenderia renunciar, ele se declarou decidido a "adotar iniciativas, até o último dia [do mandato]", com o objetivo de livrar o país do beco sem saída em que se encontra. O mandato de sete anos de Napolitano se encerra em 15 de maio próximo.

Confiança em Monti

O primeiro dos grupos de trabalho nomeado pelo presidente se concentrará em reformas político-institucionais, inclusive da legislação eleitoral. Ele é formado pelo perito em direito constitucional Valerio Onida e por três políticos que representam, respectivamente, a esquerda, direita e centro da política italiana.

A segunda comissão ficará encarregada de apresentar propostas de reforma das políticas econômico-sociais. Entre seus "sábios" estão Enrico Giovannini, presidente do instituto de estatística Istat, o integrante do diretório do Banco da Itália Salvatore Rossi, e o ministro para Assuntos Europeus Enzo Moavero.

Mario Monti segue carregando fardo da crise italianaFoto: picture-alliance/AP Photo

Napolitano enfatizou que a Itália não caminha para o precipício, nem carece de liderança. Mario Monti segue na chefia de governo, e seu gabinete de especialistas encaminhará medidas de emergência para a recuperação da abalada economia nacional, em acordo com a União Europeia e com a participação no novo Parlamento.

Segundo o presidente, o gabinete Monti é "um elemento de segurança", que garante o funcionamento do governo e que não está constrangido por qualquer moção de censura do Parlamento.

Ainda poderão transcorrer semanas até que os "sábios" apresentem seus relatórios, e até então o gabinete de tecnocratas encabeçado por Mario Monti seguirá exercendo seu mandato interino.

AV/dpa/ap/afp/rtr

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