"Roma" e "A favorita" lideram disputa pelo Oscar 2019
22 de janeiro de 2019
Filmes de Alfonso Cuarón e Yorgos Lanthimos receberam dez indicações cada. Na categoria melhor filme concorrem, ao lado de "Nasce uma estrela", "Bohemian Rhapsody" e "Green Book".
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A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas anunciou nesta terça-feira (22/01) a lista de indicados para o Oscar 2019, a 91ª edição da premiação. Os filmes Roma, do mexicano Alfonso Cuarón, e A favorita, do grego Yorgos Lanthimos, despontaram como favoritos, com dez indicações cada.
O drama Roma, uma ode à infância de Cuarón na cidade do México nos anos 1970, marca a primeira vez que um filme em espanhol é indicado para a categoria de melhor filme, a mais importante da premiação. Antes de Roma, nove produções estrangeiras conseguiram tal feito – entre elas as italianas A vida é bela e O carteiro e o poeta –, mas nenhuma saiu vencedora.
A favorita se passa na Inglaterra do século 18 e aborda a disputa pelo posto de favorita da rainha Anne. Além da categoria de melhor filme, as de melhor atriz (Olivia Colman) e melhor atriz coadjuvante (Rachel Weisz e Emma Stone) estão entre as disputadas pelo longa.
As indicações a melhor filme incluem também Bohemian Rhapsody, drama biográfico sobre a banda Queen e seu vocalista Freddie Mercury. Estão ainda na corrida pela categoria principal Green Book: O guia, Infiltrado na Klan, Pantera Negra, Vice e Nasce uma estrela, que marca a estreia de Bradley Cooper como diretor e é estrelado por ele e Lady Gaga.
O filme de Cooper aparece logo atrás de Roma e A favorita em número de indicações, concorrendo em oito categorias, assim como Vice, de Adam McKay. O longa da Marvel Pantera Negra foi indicado sete vezes; Infiltrado na Klan, sobre a Ku Klux Klan, seis; e Green Book: O guia e Bohemian Rhapsody, cinco vezes cada.
Na categoria de melhor filme estrangeiro, além do mexicano Roma brigam pela estatueta, Guerra Fria, da Polônia; Assunto de família, do Japão; Cafarnaum, do Líbano; e Never look away (Werk ohne Autor, no original), da Alemanha.
O longa alemão é dirigido por Florian Henckel von Donnersmarck – que já levou a estatueta de melhor filme estrangeiro por A vida dos outros, em 2007. Inspirado na vida do pintor alemão Gerhard Richter, de 86 anos, Never look away aborda o processo criativo de um artista.
A cerimônia de premiação do Oscar 2019 realiza-se em 24 de fevereiro. Confira a lista de indicados nas principais categorias:
Melhor filme
Bohemian Rhapsody
A favorita
Green Book: O guia
Roma
Nasce uma estrela
Infiltrado na Klan
Pantera Negra
Vice
Melhor direção
Spike Lee, Infiltrado na Klan
Pawel Pawlikowski, Guerra Fria
Yorgos Lanthimos, A favorita
Alfonso Cuarón, Roma
Adam Mckay, Vice
Melhor ator
Christian Bale, Vice
Bradley Cooper, Nasce uma estrela
Willem Dafoe, No portal da eternidade
Rami Malek, Bohemian Rhapsody
Viggo Mortensen, Green Book: O guia
Melhor atriz
Yalitza Aparicio, Roma
Glenn Close, A esposa
Lady Gaga, Nasce uma estrela
Olivia Colman, A favorita
Melissa McCarthy, Poderia me perdoar?
Melhor ator coadjuvante
Mahershala Ali, Green Book: O guia
Adam Driver, Infiltrado na Klan
Sam Elliot, Nasce uma estrela
Richard E. Grant, Poderia me perdoar?
Samwell Rockwell, Vice
Melhor atriz coadjuvante
Amy Adams, Vice
Marina de Tavira, Roma
Regina King, Se a rua Beale falasse
Emma Stone, A favorita
Rachel Weisz, A favorita
Melhor filme estrangeiro
Roma (México)
Cafarnaum (Líbano)
Guerra Fria (Polônia)
Assunto de família (Japão)
Never look away (Alemanha)
Melhor animação
Os Incríveis 2
Ilha dos Cachorros
Homem-Aranha no Aranhaverso
WiFi Ralph: Quebrando a internet
Mirai
Melhor documentário
Free solo
Hale County this morning, this evening
Minding the gap
Of fathers and sons
RBG
Melhor roteiro original
A favorita
First reformed
Green Book: O guia
Roma
Vice
Melhor trilha sonora
Se a rua Beale falasse
Pantera Negra
O retorno de Mary Poppins
Ilha dos Cachorros
Infiltrado na Klan
Melhor canção original
All the stars, de Pantera Negra
I'll fight, de RBG
The place where lost things go, de O retorno de Mary Poppins
Shallow, de Nasce uma estrela
When a cowboy trades his spurs for wings, de A Balada de Buster Scruggs
LPF/ap/rtr/afp/efe
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A Alemanha conquistou um lugar próprio no cenário do cinema ocidental pós-guerra. Dos filmes de autor dos anos 1960 até a produção contemporânea, alguns nomes merecem ser especialmente lembrados.
Foto: Vanessa-Maas/bombero international
Rainer Werner Fassbinder
Considerado um dos mais importantes diretores alemães de todos os tempos, Rainer Werner Fassbinder (1945-1982) viveu apenas 37 anos, nos últimos 16 dos quais realizou 44 filmes. Maior "cronista" em imagens do país e tido como gênio, ele se tornou o mais conhecido cineasta da Alemanha no exterior. Um sem número de teses acadêmicas, livros e documentários confirma hoje a importância de sua obra.
Foto: Imago/United Archives
Wim Wenders
Um dos diretores alemães mais conhecidos fora do país, Wim Wenders realizou dezenas de filmes. Além dos lendários "Paris, Texas" e "Asas do desejo". de ficção, ele dirigiu também diversos documentários sobre música, arquitetura, dança e moda. "Pina", sobre a célebre coreógrafa alemã, realizado em 2011 em 3D, marcou o uso dessa tecnologia em filmes de arte.
Foto: picture-alliance/AP Photo/E. Ferrari/ANSA
Werner Herzog
Ao lado de Fassbinder e Wenders, Werner Herzog é o terceiro nome mais conhecido da geração do Novo Cinema Alemão. Autodidata, começou ainda muito jovem a realizar seus filmes, tendo se tornado conhecido através de seus trabalhos com o excêntrico ator Klaus Kinski, com quem realizou cinco filmes. "Fitzcarraldo", de 1982, teve a Amazônia brasileira e peruana como cenário.
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Margarethe von Trotta
A berlinense que nasceu em 1942 começou carreira como atriz, indo aos poucos se afirmando como diretora e roteirista de cinema. Personagens femininas são uma marca de sua obra. Margarethe von Trotta já levou às telas as trajetórias de Hildegard von Bingen, Rosa Luxemburg e Hannah Arendt, entre outras.
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Volker Schlöndorff
Volker Schlöndorff viveu na França, onde foi assistente de Jean-Pierre Melville, Alain Resnais e Louis Malle. Em 1966, garantiria seu posto no grupo dos grandes nomes do Novo Cinema Alemão ao levar às telas "O jovem Törless", de Robert Musil. A partir daí, consagrou-se por suas adaptações literárias, entre elas "O tambor", de Günter Grass, pelo qual recebeu um Oscar em 1980.
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Alexander Kluge
Nascido em 1932, Alexander Kluge foi aluno de Theodor W. Adorno na Universidade de Frankfurt, na mesma época que o filósofo Jürgen Habermas, e fez suas primeiras experiências com cinema como assistente de Fritz Lang. Kluge foi um dos mentores do "Manifesto de Oberhausen", tornado-se posteriormente um dos principais pensadores do Novo Cinema Alemão.
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Werner Schroeter
Devido à radicalidade de sua obra, Werner Schroeter (1945-2010) nunca conseguiu atingir a popularidade de outros de seus contemporâneos. O gênero lírico era presença constante na obra deste cineasta, que foi também diretor de teatro e ópera. Consta que Fassbinder teria certa vez dito que Schroeter era "o único gênio que a Alemanha mereceria, se não o tivesse desprezado".
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Harun Farocki
Cineasta, ensaísta, videoartista e teórico de mídia, Harun Farocki (1944-2014) realizadou de mais de 90 filmes e instalações de mídia e vídeo, em parceria com museus e galerias do mundo. Considerado um dos documentaristas mais importantes de sua geração, questionou em seus filmes-ensaios diversas vezes o próprio discurso da mídia e o uso da tecnologia.
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Doris Dörrie
A cineasta tornou-se internacionalmente conhecida em 1985 com a comédia de costumes "Homens". Ela assina a direção de mais de 30 filmes, encenações de ópera, romances e livros infantis. Alguns de seus filmes são adaptações para a tela de seus próprios romances. Uma das características da obra de Doris Dörrie é o humor constante.
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Fatih Akin
O turco-alemão Fatih Akin é considerado um dos grandes nomes do cinema da Alemanha. Depois de "Em julho" e "Solino", alcançou reconhecimento internacional com "Contra a parede", que em 2004 recebeu o Urso de Outro no Festival de Berlim. O cinema de Akin talvez seja o mais multicultural produzido na Alemanha, transitando entre fronteiras tanto geográficas quanto culturais.