Roma proíbe consumo de álcool na rua em alguns horários
10 de julho de 2017
Decreto da prefeita Virginia Raggi proíbe venda e consumo de bebidas alcoólicas em determinados horários noturnos e estará em vigor até 31 de outubro. Comerciantes e consumidores reclamam.
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Uma lei que proíbe a venda e o consumo de álcool em determinados horários entrou em vigor em Roma neste fim de semana. Até este domingo (09/07), 65% dos comerciantes foram multados por desrespeito à nova regra.
Emitido pela prefeita da cidade, Virginia Raggi, o decreto abrange 14 dos 15 distritos (municipi) romanos e deverá ser observado até o dia 31 de outubro. "O objetivo é evitar episódios de incivilidade e violência relacionados com o consumo excessivo de álcool", disse a prefeita. As multas aos infratores vão de 150 euros para consumidores até 280 euros para comerciantes.
De acordo com a medida, fica vetado o consumo de bebidas alcoólicas em recipientes de vidro nas ruas e praças públicas de Roma das 22h às 7h. A partir da meia-noite, passa a valer uma proibição absoluta do consumo de álcool em locais públicos, enquanto que bares, restaurantes e mercados terão que interromper a venda a partir das 2h.
"Não serve para nada", disseram jovens reunidos ao redor da Piazza San Calisto ao jornal Corriere dela Sera. "Nós estamos aqui somente quando não há opções de shows e eventos. Por que não organizam eventos culturais gratuitos?"
Comerciantes entrevistados pelo diário também se queixaram da nova regra, argumentando que ela diminui os ganhos, pois, em alguns locais, o movimento é maior depois das 3h.
De acordo com o decreto, estabelecimentos comerciais também deverão afixar avisos com a proibição em quatro línguas, além do italiano: inglês, francês, espanhol e alemão. A medida vale para os locais de vida noturna agitada, como o centro histórico, Rione Monti, Celio Esquilino, Trastevere, Testaccio, Prati, San Lorenzo, Ponte Milvio, Eur e Ostia. O único distrito poupado da proibição foi Ottavia – onde Raggi reside.
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Sete fatos e um mito sobre o álcool
Carnaval é, para muitos, um momento de tomar umas a mais. Boa hora para conferir um estudo científico sobre o assunto. Que traz notícias nem tão alegres...
Foto: picture-alliance/dpa
Me engana que eu gosto
Há décadas a ciência vinha oferecendo perspectivas reconfortantes aos amigos do copo: álcool em quantidades moderadas – um ou dois copos de vinho por dia, por exemplo – faz bem à saúde e até prolonga a vida, dizem. Infelizmente, tal bonança acabou: entre outras revelações, um relatório do "British Medical Journal" apresenta um convite à revisão radical dos hábitos etílicos.
Foto: picture-alliance/dpa
Fato 1: Os europeus bebem mais do que os outros
Consumindo 11,8 e 11,6 litros de álcool puro por ano, respectivamente, os alemães e os britânicos ocupam uma posição mediana entre os grandes bebedores – ao contrário do que se poderia imaginar. Porém, no geral, está comprovado que os nativos do Velho Continente tendem a se embriagar mais do que os da América do Norte ou da Ásia.
Foto: picture-alliance/dpa
Fato 2: Mas ninguém bebe mais do que um bielorrusso
A ex-república soviética Belarus ocupa o topo absoluto na lista dos países mais beberrões do mundo: a média do consumo de álcool puro entre sua população é de 17,5 litros por ano. E a Rússia vem cambaleando logo atrás, com 15,1 litros. Ou seja: mesmo com a contínua alta dos preços, o império de Vladimir Putin segue sendo o paraíso da vodca.
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Fato 3: Olhos puxados e álcool não combinam
Ou, em termos um tanto mais científicos: grupos étnicos como os asiáticos dispõem de quantidades menores das enzimas que metabolizam o álcool. É uma questão de genética. Talvez por isso o turista japonês da foto, flagrado na Oktoberfest de Munique, já pareça estar antecipando a ressaca.
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Fato 4: Beber não é coisa para mulher
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as mulheres bebem menos da metade do álcool que os homens. Não é uma questão de machismo, é um mero fato fisiológico. Entre os fatores em jogo estão a diferença de tamanho e a composição do corpo feminino, cujo maior teor de gordura tende a concentrar o álcool. Já os homens apresentam mais água no corpo, o que favorece a difusão da substância.
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Fato 5: A prosperidade faz o beberrão
Nos países em desenvolvimento, como a China e a Índia, o consumo alcoólico está em alta. Homens e mulheres da classe média em expansão têm agora meios para adquirir boas bebidas importadas, como cerveja alemã ou vinho francês. Ou fazer como as jovens indianas da foto: viajar até a Oktoberfest de Munique para provar a típica cerveja bávara.
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Fato 6: Embriaguez é também questão religiosa
O menor consumo do mundo é registrado no Norte da África e no Oriente Médio. No Paquistão, Kuwait, Líbia e Mauritânia, só se ingere 0,1 litro de álcool puro por ano. É que, para a religião muçulmana, essa substância é "haram" – impura, e, portanto, proibida para os fiéis. Nesses países, a bebida mais popular é o chá.
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Fato 7: Álcool mata. Mesmo
E agora é que a coisa começa a ficar sem graça. A OMS alerta: o consumo etílico está relacionado a mais de 200 enfermidades e condições crônicas. Essa lista, que inclui o câncer e a cirrose, mata 3,3 milhões de amigos do copo por ano – o equivalente a cerca de 6% do número global de óbitos. Mas... só se a pessoa beber muito, não é mesmo?
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O mito: Um copo de vinho ao dia prolonga a vida
Errado. O relatório do "British Medical Journal" aponta falhas técnicas nos estudos anteriores que aconselhavam o consumo alcoólico moderado. Como eles não distinguiam entre não bebedores e os menos saudáveis ex-bebedores, os antigos cálculos não são confiáveis. Portanto, a forma mais saudável de beber, é mesmo não beber uma só gota.
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A solução?
Para quem acredita cem por cento nos pesquisadores britânicos e quer ter vida longa a todo custo, só resta seguir o exemplo do Paquistão. Como mostra a foto, a república islâmica destrói regularmente, em massa, as garrafas que apreende, contrabandeadas de sua vizinha, a emergente e cada vez mais alcoólica Índia. Algum candidato a adotar solução tão radical? Quem sabe em 2016?