Com um funeral de Estado, milhares de romenos e a realeza internacional prestam em Bucareste último tributo ao rei Michael da Romênia, que morreu aos 96 anos em Genebra, na Suíça.
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Milhares de pessoas foram às ruas de Bucareste, neste sábado (16/12), assistir ao cortejo fúnebre do rei Michael da Romênia, que faleceu aos 96 anos, no último dia 5 de dezembro em Genebra, na Suíça.
Representantes da alta nobreza europeia também estiveram presentes à cerimônia, entre eles, o príncipe Charles, herdeiro do trono britânico; o rei Carl Gustaf e a rainha Sílvia da Suécia; e o antigo rei espanhol Juan Carlos, com sua esposa Sophia.
Nas ruas, as pessoas gritavam "rei Michael" diante da passagem do cortejo fúnebre, liderado por um sacerdote ortodoxo e uma guarda de honra. As cinco filhas do monarca e seu neto, cujo título foi revogado por criar um filho ilegítimo, também seguiram o caixão.
O cortejo fúnebre marchou lentamente até a Catedral do Patriarcado, onde aconteceu o funeral de Estado celebrado pelo rito ortodoxo. No fim da cerimônia, a nobreza romena e seus convidados foram de trem até Curtea de Arges, uma das cidades mais antigas do país, a 155 quilômetros de Bucareste.
Na Nova Catedral Ortodoxa dessa cidade, foi celebrada outra missa e o enterro aconteceu no mausoléu real, onde também está sepultada Ana de Bourbon-Parma, esposa do rei Michael, falecida em agosto do ano passado.
Michael Hohenzollern-Sigmaringen ocupou o trono de 1927 a 1930 e durante a Segunda Guerra Mundial. De fato, a partir de 1940, o poder esteve nas mãos de Ion Antonescu. No entanto, em 1944, Michael pôs fim à ditadura militar de Antonescu com um "golpe real".
Após a guerra, ele continuou a reinar, mas teve que abdicar em 1947 sob pressão dos comunistas, instalando-se posteriormente na Suíça. Somente após a queda de Nicolae Ceausescu, Michael viajou em 25 de dezembro de 1990 à sua terra natal. Mas foi somente em 1997, que Michael conseguiu recuperar sua cidadania romena.
CA/kna/ap/efe
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Dez coroas reais europeias
Desde a Antiguidade, a coroa tem sido um dos símbolos de poder e autoridade de reis e imperadores. Veja aqui exemplos dessas insígnias ao longo da história na Europa. Uma delas foi até mesmo confeccionada no Brasil.
Foto: gemeinfrei
Coroa Real Portuguesa
O Brasil é o único país das Américas onde um rei europeu foi elevado ao trono. Em 6 de fevereiro de 1818, Dom João 6° foi aclamado no Rio de Janeiro soberano do Reino Unido do Brasil, Portugal e Algarves. Feita na capital fluminense, a coroa portuguesa é composta por oito arcos fechados e foi executada exclusivamente em ouro. Ela foi usada pelos reis de Portugal até o fim da monarquia, em 1910.
Foto: gemeinfrei
De diadema a mitra
Inicialmente, as coroas se pareciam com diademas, como a coroa de louros na Antiguidade (foto). Depois, no Império Bizantino, elas se tornaram uma cobertura de cabeça com adornos pendentes, assumindo posteriormente a forma de mitra, o que, de certa forma, é válido até hoje. Com este símbolo sacerdotal do Velho Testamento, os soberanos transmitiam a ideia da dignidade imperial como dádiva divina.
Foto: public domain
Coroa do Sacro Império Romano-Germânico
Confeccionada entre 960 e 1000, esta insígnia real foi usada até o início do século 19 pelos monarcas do Sacro Império Romano-Germânico. Diferente de outras coroas, ela é octogonal, pois consta que somente oito pessoas sobreviveram ao dilúvio bíblico. Além disso, ela tem 240 pérolas e 120 pedras preciosas: cifras divisíveis por 12 para representar os 12 apóstolos e as 12 tribos de Israel.
Além da cruz inclinada que a encima, esta insígnia do antigo Reino da Hungria é uma das poucas coroas que ainda guardam adornos pendentes. Conhecida como Coroa de Santo Estêvão, sua origem remonta ao século 12. Durante sua longa existência, ela já foi roubada, enterrada e até mesmo perdida. Depois da Segunda Guerra, ela foi levada para os EUA, sendo devolvida aos húngaros definitivamente em 1978.
Foto: Public Domain
Coroa da Boêmia
Esta insígnia real foi executada em 1346 para a coroação do rei da Boêmia, região que hoje faz parte da República Tcheca. Toda em ouro, ela tem forma de diadema com quatro flores-de-lis verticais, conectadas por arcos transversais. A cruz no topo conteria um espinho da coroa de Jesus, segundo a inscrição latina nela gravada: "Hic est spina corona Domini" (aqui está um espinho da coroa do Senhor).
Foto: picture alliance/dpa/M. Dolezal
Joias dinamarquesas
Estas duas coroas pertencem às insígnias do monarca dinamarquês. Desde cerca de 1680, tais joias são guardadas no Palácio de Rosenborg, em Copenhague. Na foto, vê-se em primeiro plano a chamada Coroa de Christian 5°, executada por volta de 1670. Atrás dela, está a coroa das rainhas. Desde meados do século 19, elas são usadas somente em cerimônias de sepultamento, sendo colocadas sobre o caixão.
Foto: picture alliance/Scanpix Denmark
Coroa Imperial da Rússia
A coroa dos czares foi confeccionada para a entronização de Catarina 2ª. Mas ficou pronta tarde demais, sendo o czar Paulo 1° o primeiro a usá-la, em 1796. Ela foi utilizada pelos soberanos russos até o fim da monarquia, em 1917. Feita em ouro e prata, a insígnia contém pérolas e 4.936 diamantes, espalhados em forma de mitra. No topo, ela é encimada por um espinélio vermelho de 398,72 quilates.
Foto: picture alliance/dpa/J. Lampen
Coroa de Napoleão
Feita em prata dourada e bronze, esta insígnia foi executada em 1804 para a entronização de Napoleão Bonaparte, que foi realizada na Catedral de Notre Dame. Durante quase toda a cerimônia, no entanto, o imperador preferiu usar uma coroa de louros de ouro, como os antigos romanos. A coroa da foto foi utilizada somente para a sua autocoroação, sendo logo recolocada sobre o altar.
Foto: picture alliance/akg-images
Coroa holandesa
Em comparação com outras monarquias europeias, as joias da Casa Real holandesa são relativamente novas, tendo sido executadas em 1840, sob encomenda do rei Willem 2°. A coroa (foto) é feita de prata dourada e não contêm nenhum diamante ou pérola de verdade. Os reis holandeses optam por não usá-la: junto ao cetro e ao orbe, ela é deixada sobre uma mesa durante a cerimônia de juramento do monarca.
Foto: picture alliance/dpa/P. van Katwijk
Coroa Imperial Britânica
As joias da Casa Real britânica contêm a mais preciosa coleção de brilhantes do mundo. Entre eles está o famoso Cullinan 2°, que adorna a coroa usada por Elizabeth 2ª (foto). Essa insígnia imperial possui 2.868 diamantes, 273 pérolas, 17 safiras, 11 esmeraldas e cinco rubis. Ela foi confeccionada para a coroação de George 6°, em 1937, e modificada para a entronização da rainha britânica, em 1953.