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Rota do Mediterrâneo é alternativa para migrantes

Helena Baers (ca)11 de maio de 2016

Com o fechamento da rota dos Bálcãs, atravessar o Mar Mediterrâneo passa a ser uma opção para quem quer chegar à Europa. Mas números ainda não confirmam tendência.

Foto: Reuters/Marina Militare

"Atualmente, a rota do Mediterrâneo, do Norte da África para a Itália, é a única forma de os refugiados chegarem ao continente europeu", criticou Ulrike von Pilar, colaboradora da organização de ajuda humanitária Médicos Sem Fronteiras. O grupo tem dois barcos em ação no Mar Mediterrâneo e opera outro em colaboração com a associação SOS Méditerranée. "Os três navios navegam por onde se suspeita que passem muitos barcos", explicou Pilar.

Mesmo que as operações tenham reiniciado há apenas duas semanas, após a pausa de inverno, já houve diversas missões: no final de abril, o barco Dignity 1 participou do resgate de mais de 300 pessoas; na sexta-feira passada, o navio Bourbon Argos salvou 121 migrantes que estavam à deriva num bote de borracha no Mediterrâneo. A Guarda Costeira italiana contou 1,8 mil pessoas que foram salvas num espaço de tempo de 24 horas.

Especialistas estimam que o número de refugiados deva aumentar consideravelmente nos próximos meses na chamada rota do Mediterrâneo, já que esse caminho está se tornando o preferido dos migrantes. "Estamos muito atentos para o que pode acontecer nos próximos meses", afirmou o porta-voz da Organização Internacional para as Migrações (OIM), Joel Millman.

Segundo ele, a rota, que tem início na Líbia, é utilizada sobretudo por migrantes da África Ocidental e do Chifre da África, mas não por sírios, iraquianos e afegãos. É possível, porém, que em breve esses também tentem chegar à Europa através do Mar Mediterrâneo, já que a chamada rota dos Bálcãs, privilegiada por eles, foi fechada.

Guarda Costeira italiana confirma resgate de migrantes

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Até agora, os números não confirmam as projeções ascendentes. Segundo dados da Agência da ONU para Refugiados (Acnur), mais de 28,5 mil migrantes chegaram à Itália através do Mediterrâneo desde o início do ano. Nos primeiros quatro meses de 2015 foram 26 mil pessoas. De acordo com a OIM, 192,5 mil refugiados chegaram à Europa em 2016.

Nos primeiros quatro meses deste ano, a travessia marítima provocou a morte de 1.357 pessoas, segundo a OIM. A maioria delas fazia a perigosa travessia do Mediterrâneo entre o norte da África e a Itália. Porém, especialistas, como Pilar, acreditam que o número real seja mais elevado.

Por meio da missão Sophia, os países da União Europeia (UE) participam do resgate marítimo de refugiados. Ao mesmo tempo, a UE empreende medidas para proteger e até mesmo fechar suas fronteiras externas. Nesse contexto, em abril último, os ministros do Exterior do bloco concordaram com uma ajuda de 100 milhões de euros para que a Líbia restabeleça sua guarda costeira. Além disso, está prevista a construção de um centro de acolhimento de migrantes no país, para impedir que continuem viagem até a Europa.

A Alemanha fechou diversos acordos bilaterais com países de trânsito e de origem de refugiados. Marrocos, Argélia e Tunísia foram considerados países seguros. Com esses governos, a Alemanha fechou acordos para a readmissão de seus cidadãos. Posteriormente, o número de migrantes provenientes desses Estados diminuiu consideravelmente.

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