A capital alemã tem atrações suficientes para justificar uma estadia mais prolongada, mas em três dias é possível ter uma visão geral da cidade e de seus principais pontos turísticos.
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Conhecer a capital alemã em 72 horas pode exigir disciplina, mas como o tempo está se tornando um artigo de luxo e, para muitos, Berlim não é a única estação em sua visita à Europa, um roteiro de três dias inteiros pode dar conta das principais atrações.
1° Dia: Lugares marcantes de Berlim
Depois da Reunificação da Alemanha, em 1990, o centro de Berlim voltou a ser o bairro de Mitte. Nada melhor que começar o primeiro dia na cidade passeando a pé pela avenida Unter den Linden até a praça Pariser Platz, onde você vai se deparar com o Portão de Brandemburgo (Brandenburger Tor), um dos principais cartões-postais da capital e da Alemanha.
Bem próximo dali está o Memorial do Holocausto. Composto de mais de 2,7 mil colunas de concreto, o monumento e centro de documentação lembra a morte de milhões de judeus pelo regime nazista. Caminhando um pouco, logo se chega à praça Potsdamer Platz, região ocupada por modernos prédios de escritórios e apartamentos, cinemas, shoppings e restaurantes – um ótimo lugar para almoçar.
City tour barato por Berlim a bordo do ônibus 100
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Uma fileira de paralelepípedos marca o lugar por onde passava o Muro de Berlim, que caiu em 1989. Seguindo esse percurso a partir da Potsdamer Platz, você chegará à Topografia do Terror (Topographie des Terrors), memorial erguido no local da antiga sede da polícia secreta nazista (Gestapo), e logo ao lado você pode visitar o Memorial do Muro de Berlim (Gedenkestätte Berliner Mauer), com um dos últimos trechos existentes do Muro. Ambos os memoriais ajudam a entender e a visualizar melhor dois capítulos marcantes da história alemã no século 20.
Completando essa aula de história, você poderá visitar pouco mais adiante o célebre posto de fronteira Checkpoint Charlie, localizado na rua Friedrichstrasse. Foi ali que tanques de guerra americanos e soviéticos se posicionaram frente a frente em 1961 – ano de construção do Muro de Berlim – prontos para atirar.
Continuando o tour na Friedrichstrasse, além de passar por lojas icônicas como as Galeries Lafayette, você chegará ao rioSpree. Dobre à esquerda e encerre o seu dia passeando pelas margens, onde não faltam bares e restaurantes ao ar livre.
2° Dia: Charme ocidental e tour de barco
Comece o seu segundo dia visitando o Palácio de Charlottenburg (Schloss Charlottenburg), no bairro de Charlottenburg-Wilmersdorf. Os jardins do edifício, construído no estilo barroco como residência de verão dos reis da Prússia, são um convite a um belo passeio.
O palácio se localiza às margens do rio Spree. Ao lado do palácio, há um ponto de embarque. Ali você pode pegar um barco que lhe leva, por exemplo, até a área governamental (Regierungsviertel), em Mitte. É bom lembrar que as rotas funcionam somente de março/abril a outubro/novembro.
Descendo próximo à Chancelaria Federal (Bundeskanzleramt), você pode ir a pé até o prédio do Reichstag, sede do Bundestag (Parlamento). Para subir na cúpula, é preciso reservar com antecedência.
O passeio continua agora na direção da antiga Berlim Ocidental. Perto do Reichstag, você pode pegar o célebre ônibus 100, que proporciona um verdadeiro tour pela cidade, passando pela Casa das Culturas do Mundo(Haus der Kulturen der Welt), Palácio Belevue, Coluna da Vitória (Siegessäule), Arquivo da Bauhaus até a estação Zoologischer Garten (Jardim Zoológico). Trata-se de um ônibus de linha com preço de passagem normal.
No antigo centro da Berlim Ocidental, você pode almoçar e visitar diversas atrações, como a Kurfürstendamm, a principal rua de compras da cidade, o Jardim Zoológico e a Igreja da Memória (Gedächtniskirche). É uma área cheia de cafés, restaurantes e muitas lojas, como no Bikini Berlin, o primeiro Concept Mall da capital alemã, com um terraço com vista para o Jardim Zoológico.
Ilha dos Museus em Berlim
Patrimônio da Humanidade desde 1999, este complexo único de museus foi projetado por importantes arquitetos da época. Eles abrigam um acervo artístico que vai da proto-história até o início do século 20.
Foto: SMB; Foto: C. Albuquerque
Ilha dos Museus
Maquete virtual do plano diretor da Ilha dos Museus, com projetos de reforma e ampliação dos prédios históricos no centro de Berlim. Vista do lado oeste. Da esquerda para a direita: Museu Bode, Museu de Pérgamo, Novo Museu, Antiga Galeria Nacional (atrás) e Museu Antigo.
O Museu Antigo (Altes Museum), na Ilha dos Museus, em Berlim foi um projeto de Karl Friedrich Schinkel construído de 1825 a 1830.
Foto: SMB; Foto: C. Albuquerque
Museu Antigo, vista noturna
O Museu Antigo abriga a Coleção de Antiguidades Clássicas dos Museus de Berlim. O prédio, um dos mais importantes no mundo em seu gênero, é considerado um dos principais trabalhos de Schinkel.
Foto: SMB; Foto: C. Albuquerque
Ilha dos Museus, vista noturna
O jardim Lustgarten à noite, visto a partir do rio Spree, com o Museu Antigo e a Catedral de Berlim.
Foto: SMB; Foto: C. Albuquerque
Escultura, torre e catedral
Vista da Catedral de Berlim e da torre de televisão. Escultura "Amazona lutadora" (August Kiss, 1842), em frente ao Museu Antigo.
Foto: SMB; Foto: C. Albuquerque
Antiga Galeria Nacional
A Antiga Galeria Nacional (Alte Nationalgalerie) foi construída entre 1866 e 1876 por Heinrich Strack sobre um projeto de August Stüler.
Foto: SMB; Foto: C. Albuquerque
Antiga Galeria Nacional
O prédio da Antiga Galeria Nacional combina diferentes tipos de elementos arquitetônicos. A fachada e as meias colunas lembram um templo, a escadaria monumental parece ser de um castelo e a abóbada parece de uma igreja.
Foto: SMB; Foto: C. Albuquerque
Novo Museu
O Novo Museu (Neues Museum) foi projetado entre 1843 e 1855 por Friedrich August Stüler. O prédio foi reformado e reaberto ao público em 2009.
Foto: SMB; Foto: C. Albuquerque
Fachada do Museu Bode
O Museu Bode (leia-se Bôde) leva o nome de Wilhelm von Bode, criador do Museu Kaiser Friedrich, que mudou de nome em sua homenagem em 1904.
Foto: SMB; Foto: C. Albuquerque
Museu Bode
O Museu Bode abriga uma rica coleção de esculturas e arte bizantina, além de uma das maiores coleções de numismática do mundo.
Foto: SMB; Foto: C. Albuquerque
Museu Bode, vista noturna
Em 2006, o museu foi reaberto depois de as obras da reforma terem levado seis anos.
Foto: SMB; Foto: C. Albuquerque
Bode e Pérgamo
Vista da ala oeste do Museu Bode ao longo do rio Spree, com Museu de Pérgamo ao fundo.
Foto: SMB; Foto: C. Albuquerque
Pavilhão temporário
Vista noturna do antigo pavilhão de exposições temporárias (d.), no local onde hoje está sendo reconstruído o Palácio de Berlim.
Foto: C. Albuquerque
Bulevar Unter den Linden
Vista noturna do jardim Lustgarten e do bulevar Unter den Linden com a Catedral de Berlim (e.) e a torre de televisão.
Foto: C. Albuquerque
Rio Spree e a catedral
A catedral de Berlim (Berliner Dom) é uma das maiores igrejas protestantes da Alemanha. Ela foi construída entre 1894 e 1905 segundo um projeto de Julius Raschdorff.
Foto: C. Albuquerque
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3° Dia: Charme oriental e museus
Inicie o seu último dia em Berlim no Weltzeituhr (relógio mundial), popular ponto de encontro de berlinenses e turistas na Alexanderplatz. De lá, dê uma esticadinha até o Rotes Rathaus (prédio da prefeitura), depois passe pelo Palácio de Berlim (Berliner Schloss), pela Berliner Dom (catedral), pela praça Bebelplatz(onde houve a queima de livros pelos nazistas) e conheça uma das mais belas praças berlinenses, a Gendarmenmarkt.
Almoce num dos muitos restaurantes do Nikolaiviertel, bairro mais antigo da capital alemã, e reserve o resto da tarde para a Ilha dos Museus, um complexo único de museus elevado a Patrimônio da Humanidade pela Unesco. Ali você pode ver a estátua da rainha egípcia Nefertiti, no Neues Museum, como também visitar a Antiga Galeria Nacional, o Museu Bode, o Museu Antigo e o Museu de Pérgamo, que se encontra em reforma desde 2013.
Para encerrar a visita à capital alemã, que tal subir na Torre de Televisão (Fernsehturm) e tomar um drinque ou jantar no ponto mais alto da cidade? O restaurante giratório permite uma visão de 360° sobre o centro de Berlim e suas principais atrações.
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A Rota do Muro de Berlim
A derrota da Alemanha na Segunda Guerra Mundial resultou na divisão do país, ratificada com o Muro de Berlim. Veja algumas estações do símbolo da divisão.
Foto: DW/M. Fürstenau
160 km de história
Durante 28 anos, até 1989, o Muro dividiu Berlim em Ocidental e Oriental. Hoje, há cada vez menos resquícios da divisão. A Rota do Muro de Berlim tem 160 quilômetros, que podem ser seguidos a pé ou de bicicleta.Testemunhos daquele tempo e muita informação contam a história do Muro.
Memorial do Muro
O passeio pode ser iniciado em qualquer ponto da rota. Uma sugestão é começar no Memorial do Muro de Berlim, seguindo por 1,4 km a rua Bernauer Strasse, ao longo da qual ficava o Muro. Ela mostra a arquitetura assassina da antiga fronteira e lembra as pessoas que perderam a vida tentando fugir de Berlim Oriental.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Gambarini
Pedras redesenham percurso do Muro
Uma fileira dupla de quase seis quilômetros de paralelepípedos ajuda a imaginar onde passava o Muro. Mas qual era o lado ocidental? De trecho em trecho, há uma placa em bronze com a informação: "Muro de Berlim 1961-1989". Isso só pode ser lido por quem está no antigo lado ocidental.
Foto: DW/E. Grenier
De símbolo da divisão a marco da unidade
Seguindo em direção ao centro, chega-se aos prédios do governo federal, ao longo do rio Spree, e à praça Pariser Platz, onde fica o Portão de Brandemburgo, que havia sido isolado pelo Muro. Ele não podia ser acessado nem por Berlim Ocidental, nem pela Oriental. De símbolo da divisão, ele virou símbolo da unidade, após a queda do Muro.
Foto: picture-alliance/dpa
Checkpoint Charlie
A mais famosa das antigas passagens entre os dois lados da Berlim dividida é Checkpoint Charlie. No local, não há mais nada de original, até o ponto de controle é uma réplica do ano 2000, cercada por lojas de souvenirs baratos. Mesmo assim, o local está sempre cheio de turistas. O auge da comercialização da História são homens vestidos de soldados alemães-orientais que cobram para posar em fotos.
Foto: picture-alliance/dpa/Maurizio Gambarini
As torres de vigilância
Do lado alemão-oriental, havia mais de 300 torres de vigilância. Ali, com as mãos no gatilho, os soldados da então Alemanha Oriental vigiavam a faixa de fronteira 24 horas por dia. Apenas três dessas torres ainda existem e todas estão protegidas como patrimônio histórico. Esta da foto fica quase escondida numa rua lateral à praça Potsdamer Platz.
Foto: picture alliance/dpa/W. Steinberg
East Side Gallery, arte ao ar livre
A rota também passa pelo trecho mais longo do Muro ainda de pé. O lado ocidental do símbolo da divisão alemã sempre foi conhecido pelos seus grafites coloridos. Já o lado oriental era cinza. Artistas internacionais mudaram isso em 1990. Eles pintaram um trecho dele de 1,3 km no bairro Berlin-Friedrichshain, criando assim a mais longa galeria de arte ao ar livre.
Foto: Reuters/F. Bensch
Trocas de espiões na ponte de Glienicke
A maior parte da rota do Muro se estende por 110 km ao longo da fronteira do perímetro urbano de Berlim. Um ponto de destaque neste trajeto é a ponte de Glienicke, palco de espetaculares trocas de espiões durante a Guerra Fria e cenário de filmes como "Ponte dos Espiões", de Steven Spielberg, com Tom Hanks.
Foto: picture-alliance/dpa/R. Hirschberger
Museu na torre de fronteira
Trechos da rota margeiam rios, atravessam bosques e campos. O meio ambiente em volta de Berlim testemunhou muitas tentativas arriscadas de fuga. O Muro dividiu famílias e vilarejos, como Hennigsdorf, a 20 km de Berlim. Um museu na torre de fronteira conta como era a vida com o Muro.
Foto: DW/M. Fürstenau
Cerejeiras, presente japonês
Milhares de cerejeiras colorem trajetos da Rota do Muro. Elas foram doadas por japoneses, para representar a alegria pela Reunificação. A cada primavera, elas transformam estas áreas em um mar cor-de-rosa. Como embaixo da ponte Bösebrücke, no bairro Pankow. Ela foi o primeiro posto de fronteira a abrir na noite da queda do Muro, em 9 de novembro de 1989.