É possível conhecer o centro histórico da metrópole renana em dois dias, mas vale a pena ficar um terceiro e passear de barco pelo Reno ou ir a cidades próximas, como Aachen, Bonn ou Wuppertal.
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Colônia possui um centro histórico digno de uma visita de vários dias, mas se você tiver pouco tempo, dá para ter uma noção da cidade em dois dias.
Reserve um terceiro dia para passear de barco pelo Reno ou conhecer os arredores, pois próximo à metrópole renana, há outras cidades interessantes para um bate e volta.
1° Dia: Centro histórico
Comece o primeiro dia de visita à metrópole renana por sua principal atração turística: a Catedral de Colônia (Kölner Dom). Lembre-se de que não se pode entrar com malas ou grandes volumes. Uma vez lá dentro, você vai sentir toda a magia de uma igreja gótica.
Além da arca de ouro com as relíquias dos Três Reis Magos, a catedral abriga muitos tesouros, como a Cruz de Gero e o vitral do pintor Gerhard Richter. Para os mais atléticos, também é possível subir os 533 degraus da torre sul, com seus 157 metros.
As ruínas romanas estão por toda parte no centro histórico, basta escavar. Vizinho ao museu, você poderá ver um trecho preservado de uma rua romana, ataúdes de pedra e restos de canalização. Continuando a pé em direção ao Reno, você vai passar pelo Museu Ludwig e, por trás, você verá o Reno, pegue à esquerda em direção à Ponte Hohenzollern(Hohenzollernbrücke), a ponte dos "cadeados do amor".
Atravesse a ponte até o outro lado do Reno. Caminhando pela margem à esquerda da ponte, você passará pelo prédio da Koelnmesse (Feira de Colônia) e pelo Rheinpark, um grande jardim plantado para a Mostra de Jardinagem e Paisagismo de 1957, com a arquitetura típica da década de 1950.
Voltando pelo Reno, você chegará novamente à Ponte Hohenzollern. No fim da ponte, verá um arranha-céu (Köln Triangle), que oferece uma bela vista panorâmica da cidade no seu topo. A entrada para subir de elevador custa 3 euros. Vale a pena.
Seguindo o passeio pelo Reno, vai se deparar com uma escadaria. Moradores e turistas se reúnem ali para apreciar a vista do centro histórico e fazer piquenique. Perfeito para um fim de tarde. Os degraus terminam em outra ponte, a Deutzer Brücke ou Ponte de Deutz, nome do bairro onde você se encontra. Atravessando a ponte, você chegará novamente ao coração do centro histórico.
Toda a área é muito bem servida de bares e restaurantes . Você pode almoçar ou jantar, por exemplo, numa das muitas Brauereien(cervejarias), como Sion, Früh, Gaffel ou Peters Kölsch, que são também os nomes das respectivas cervejas que produzem, a Kölsch, nome tanto do dialeto coloniano quanto da bebida típica da cidade.
Por que vale a pena conhecer Colônia
A gigantesca catedral gótica onde supostamente repousam as ossadas dos Reis Magos é apenas uma das razões para conhecer a quarta maior cidade da Alemanha.
Foto: picture-alliance/dpa/H. Galuschka
A catedral e os Reis Magos
A terceira igreja mais alta do mundo é patrimônio da humanidade. O símbolo da cidade atrai seis milhões de turistas por ano, sendo o local turístico mais visitado da Alemanha. Em 1164, foram trazidas de Milão as supostas ossadas dos Três Reis Magos. Elas estão atrás do altar, numa arca de ouro e prata, ornamentada com pedras preciosas. Imperdíveis são também as 12 igrejas românicas na cidade.
Foto: DW/R.-D. Macias-Reyes
Origem da "água de Colônia"
Não é a do Reno! Pouca gente se dá conta que menciona o nome da cidade alemã quando está numa perfumaria. A origem da "Kölnisch Wasser" (eau de Cologne ou água de Colônia) é coloniana.
Foto: picture-alliance/dpa/O. Berg
A cerveja leve
Kölsch não é só cerveja, já é tradição para a cidade de Colônia. Foi declarada especialidade regional pela União Europeia em 1997. É servida num copo estreito de 0,2 litro. Não se deve recusar uma Kölsch, o que já é quase uma ofensa para um Köbes (assim são chamados os garçons nos recintos típicos da região).
Foto: picture-alliance/dpa/dpaweb
Carnaval é a "quinta estação do ano"
A época de Carnaval começa às 11h11 do dia 11/11 e vai até a Quarta-feira de Cinzas, quando de madrugada é queimado o Nubbel, o boneco que paga pelos pecados de todos. Em janeiro é proclamado o triunvirato que vai comandar a folia. Três homens representam o príncipe, o camponês e a virgem, como na foto. A Segunda-feira das Rosas é feriado, e a quinta antes do Carnaval é o "dia das foliãs".
Foto: picture alliance/dpa
2 mil anos de história
Colonizada pelos romanos há 2 mil anos, a cidade preserva resquícios de muitas culturas. Essa diversidade pode ser vista nos inúmeros museus da cidade. Na foto, o mosaico de Dionísio, feito provavelmente entre 220/230 d.C e descoberto em 1941 perto da catedral, e que hoje pode ser visto no Museu Romano-Germânico.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Michel
Prefeitura e antigo bairro judaico
Em frente ao prédio da prefeitura (à dir.) fica o sítio arqueológico do maior bairro judeu medieval ao norte dos Alpes, e um dos mais antigos da Alemanha. Ali pode-se ver uma mikvá, casa para ritual de banho judeu, do século 12. O prédio da prefeitura mistura antigo e moderno, com um salão do século 14, uma torre gótica e um portal da Renascença.
Foto: picture-alliance/dpa
Centro de feiras
O complexo do parque de exposições de Colônia é o quinto maior do mundo, com 11 pavilhões e dois centros para congressos numa área de 284 mil m2. Das cerca de 70 feiras realizadas nele a cada ano, as mais importantes são a Imm (móveis), a Gamescom (videogame), a Art Cologne, a Photokina (fotografia) e a Anuga, de alimentos e embalagens, que já tem uma edição em Curitiba.
Foto: picture alliance/R. Goldmann
Cidade de megaeventos
Não só o carnaval atrai multidões, a cidade tem também megaeventos, como o festival de literatura lit.COLOGNE, o festival de música c/o pop, as "longas noites" das instituições culturais, que em determinados dias do ano não fecham à noite, as várias feiras de Natal, repletas de turistas, e o Kölner Lichter, show de fogos de artifício sincronizado com música, todos os anos em julho. •
Foto: picture-alliance/dpa
Cidade de muito verde
O centro da cidade é cercado por um cinturão verde, com muitos bosques e parques. No verão, os gramados costumam estar lotados de universitários e famílias fazendo piquenique. Também a arte ao ar livre é atração, como no parque de esculturas da foto.
Foto: DW/D. Bryantseva
O que seria Colônia sem o Reno...
Para apreciar melhor a catedral, o centro histórico e a beira do rio, nada como um passeio de barco. Há várias opções: pode-se comprar bilhetes para um passeio acompanhado de jantar e dança, apenas café com bolo, ou mesmo para visitar outras cidades da região.
Foto: picture-alliance/dpa/H. Galuschka
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2° Dia: O antigo e o novo
No segundo dia, conheça um pouco mais do centro histórico, começando pela praça Altermarkt (Mercado Velho). Ande pelas ruelas, aprecie os becos e pracinhas da Colônia medieval, embora a grande maioria dos prédios dali tenha sido reconstruída após a Segunda Guerra Mundial.
Da Altermarkt, suba a escadaria que leva ao prédio histórico da prefeitura(Rathaus) com sua torre gótica. Já no ano 50 D.C., quando Colônia foi elevada ao status de cidade romana, ali se encontrava o coração da cidade e a sede da administração municipal.
Um Museu Judaico está sendo construído na praça em frente à prefeitura, pois era naquela região que moravam os judeus na Idade Média. Aproveite para conhecer o Museu do Perfume (Duftmuseum) no prédio da Farina, marca da água-de-colônia original, que é fabricada desde 1709. Bastante conhecida é também a 4711, cuja sede se encontra a apenas poucos passos adiante. Também vale a pena visitar.
Continuando pela Ehrenstrasse, você vai conhecer uma das ruas de compras mais charmosas da Alemanha. Ali há tanto lojas de departamentos e marcas conhecidas quanto pequenos negócios. Continue até a avenida conhecida por Ring. Toda essa região é cheia de bares, lojas e restaurantes. É uma parte menos turística, mas muito frequentada pelos moradores da cidade.
Continuando pela Aachener Strasse, chega-se a um cinturão verde que envolve todo o centro histórico. Se não quiser andar tanto, pegue simplesmente à direita no Ring e vá até a Rudolfplatz. Ali está um dos portões medievais da cidade que foram preservados após a destruição das muralhas, em 1881.
Colônia, pérola às margens do Reno
05:10
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Siga pela elegante rua de compras Mittelstrasse, passe pelo Neumarkt (Mercado Novo) e continue pela Schildergasse, uma das mais importantes ruas de compras da Alemanha. Andando por essa parte do centro histórico, você vai descobrir que, na verdade, ele é um grande shopping ao ar livre, pontuado por prédios históricos, ruínas e igrejas românicas.
No final da Schildergasse, em frente à loja da Apple, não deixe de reparar no monumento em forma de falo que representa o nascimento de cidade. A poucos passos dali está o Gürzenich, um dos prédios mais tradicionais da Colônia medieval e que funciona como espaço de festas e eventos desde que foi construído, no século 15. É ali que se realizam muitas das festas carnavalescas.
Chegando ao Reno, pegue à direita e siga para o Museu do Chocolate (Schokoladenmuseum), onde se pode conhecer a história do chocolate com direito à degustação e loja. Há também uma fonte de três metros de altura onde você pode se esbaldar de chocolate Lindt.
3° Dia: Explore o entorno
De norte a sul, de leste a oeste, todos os caminhos passam por Colônia. Próximo à metrópole renana, não faltam cidades interessantes e outras atrações para conhecer.
No seu terceiro dia, pegue um barco, por exemplo, e faça um passeio pelo Reno. Há diversos tipos de tours, de uma hora a um dia inteiro. Informe-se num dos quiosques nas margens do rio entre a Ponte Hohenzollern e a Ponte de Deutz, ali também se compram os bilhetes.
Mas você também pode aproveitar o dia e visitar Bonn, por exemplo, a antiga capital da Alemanha e cidade natal de Beethoven. A viagem de trem demora cerca de meia hora.
Outras cidades que valem a pena conhecer são Aachen e Wuppertal. Para Aachen, o local onde eram coroados os imperadores do Sacro Império Romano-Germânico, a viagem de trem leva menos que uma hora. A catedral com o trono de Carlos Magno e o centro histórico são uma pérola.
Já uma ida a Wuppertal vale a pena não somente pela companhia de balé de Pina Bausch, mas também para dar uma volta no monotrilho Schwebebahn,o primeiro trem suspenso do mundo, inaugurado em 1901. Em alemão Wuppertal significa "Vale do Wupper", rio que define o percurso suspenso do monotrilho.
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Há 75 anos, Colônia era destruída na 2ª Guerra
Os britânicos chamaram de "Operação Milênio" o bombardeio na noite de 30 para 31 de maio de 1942, que deixou mais de 45 mil desabrigados. Em menos de duas horas, a cidade alemã ficou completamente desfigurada.
Foto: Getty Images/Hulton Archive
Ruínas por toda parte
A famosa catedral (ao fundo na foto) foi poupada. Alguns alegam que foi por respeito, mas na realidade as duas torres serviram de orientação para os pilotos naquela noite clara em maio de 1942. O que salvou a catedral foi provavelmente sua construção gótica. Especialistas acreditam que a grande quantidade de vitrais e as estruturas de sustentação ajudaram a igreja a resistir às detonações.
Foto: Getty Images/Hulton Archive
Às margens do Reno
A reconstrução aconteceu às pressas e de forma barata, para garantir moradias aos desabrigados. Por isso, não foi possível reconstruir tudo como era antes. Mais de 41 mil apartamentos e 3.330 casas haviam sido destruídas. Às margens do Reno, no entanto, as casas históricas foram reconstruídas ou consertadas conforme o original (foto).
Foto: Imago/H. Galuschka
Bombardeio intenso
Exatamente à 0h47 de 31 de maio de 1942, as bombas mataram 469 pessoas nas proximidades da catedral. Até as 3h10, caíram 20 minas aéreas, 864 bombas, 110 mil bombas incendiárias e 110 mil bombas de fósforo branco. Mais de 45 mil pessoas perderam suas moradias.
Foto: Getty Images/Keystone/Hulton Archive
O fim da Colônia antiga
As cicatrizes do bombardeio na antiga colônia romana e importante centro comercial e universitário da Idade Média perduram até hoje. Muitos dizem que, não fosse a catedral e o Reno, Colônia seria uma cidade feia. Os trabalhos de reconstrução não permitira reerguer destaques arquitetônicos por toda parte. As ruínas de uma igreja, inclusive, foram mantidas como símbolo da destruição.
Foto: picture-alliance/AP Photo
O "bombardeiro" Harris
Arthur Harris, apelidado "bombardeiro Harris", comandou os bombardeios contra as cidades alemãs na Segunda Guerra. Sua tática, de ataques contra civis, foi questionada no próprio Reino Unido. Só muito tempo mais tarde e sem muita publicidade, ele recebeu um monumento em seu país. Foi o único líder militar a não receber um mandato na Câmara dos Lordes.
Foto: Getty Images/Fox Photos/M. McNeill
Pilotos britânicos
O então premiê britânico Winston Churchill costumava telefonar todas as manhãs para o posto de comando dos bombardeios para perguntar sobre o êxito dos ataques aéreos noturnos contra a Alemanha. O próprio Churchill teria se admirado com a frieza do general da Força Aérea Arthur Harris e dito: "Estou cansado dos ataques contra Colônia." E Harris respondeu: "Os colonianos também."
Foto: Getty Images/Keystone
"Carga para Colônia"
Na foto, um bombardeiro Lancaster é carregado para um ataque aéreo noturno sobre a Alemanha. Alguns historiadores discordam que a "guerra total" a partir do ar tenha sido decisiva para o fim da guerra. Também a Força Aérea britânica sofreu grandes perdas. Praticamente metade dos tripulantes dos aviões não voltou para casa.
Foto: Getty Images/Fox Photos
Perigo até hoje
Ainda hoje quase são frequentemente encontradas bombas soterradas em Colônia e nas proximidades, o que exige uma enorme logística para a remoção de moradores e para desarmar os dispositivos. Arthur Harris teria dito certo dia: "Eles quiseram a guerra total. Demos a eles o que pediram."