Cidade de feiras, música e universidade, dinâmica metrópole da Saxônia proporciona ao visitante um passeio pelo passado longínquo e recente da Alemanha. Confira nossas sugestões de atrações.
Anúncio
Leipzig reúne não somente música e conhecimento, mas também comércio. A riqueza de seus prédios históricos é testemunho de um passado de prosperidade, onde as belas-artes e as ciências sempre foram impulsionadas.
Ali viveram os compositores Bach e Mendelssohn Bartholdy. A cidade também abriga a Orquestra Gewandhaus e o coro de meninos Thomanerchor, duas instituições de renome mundial. Foi em Leipzig que Goethe criou o seu Fausto, e ali estudaram os filósofos Leibniz e Nietzsche.
Com muitos de seus edifícios históricos destruídos na Segunda Guerra e mais tarde também pelo governo comunista da antiga Alemanha Oriental, Leipzig encontrou uma forma viva e dinâmica de lidar com um passado de destruição e reconstrução.
1° Dia: Centro histórico
O primeiro dia de passeio por Leipzig pode começar na praça Marktplatz,ponto de encontro de turistas e residentes durante o ano todo, mesmo que não esteja acontecendo nenhuma feira semanal, festival de música ou o famoso Mercado de Natal.
A praça é cercada por construções históricas, como o prédio da prefeitura antiga(Altes Rathaus). Considerado um dos mais belos edifícios renascentistas da Alemanha, ele foi construído em 1557, recebendo mais tarde uma torre barroca. Desde 1906, o local abriga no primeiro andar o Stadtgeschichtliche Museum (Museu Histórico Municipal).
Ali se encontram documentos preciosos da história de Leipzig, entre eles o contrato assinado em 1723 pelo compositor Johann Sebastian Bach como diretor do tradicional coro de meninos da Igreja de São Tomás (Thomanerchor)e responsável pela música sacra na cidade, cargo que ocupou até falecer em 1750. O museu é o local ideal para quem quer conhecer mais sobre a história da cidade como polo comercial ou sobre as manifestações que levaram ao fim da antiga Alemanha Oriental.
Descendo a rua Katharinenstrasse a partir da Marktplatz, pode-se ter uma ideia da prosperidade da cidade pelas antigas casas comerciais no lado esquerdo (oeste) da rua e que sobreviveram à Segunda Guerra. No lado direito (leste) se encontra o Museu de Artes Plásticas (Museum der bildenden Künste) de Leipzig.
Os mil anos de Leipzig
Cidade no leste da Alemanha comemora 10 séculos de sua primeira menção em um documento oficial, em 1015. Em comemoração ao aniversário, fatos mais marcantes e personagens mais famosos de sua história são relembrados.
Foto: Fotolia/industrieblick
Igreja revolucionária
No coração de Leipzig está a Igreja de São Nicolau, que começou a ser erguida em 1165, em homenagem ao padroeiro dos mercadores. A igreja foi palco de pregações do reformista Martinho Lutero e também de estreia da obra "Paixão segundo São João", do compositor Johann Sebastian Bach. O local ainda ganhou fama por ter sediado protestos pacíficos contra o comunismo, em 1989.
Foto: picture-alliance/dpa/P. Endig
Igreja de São Tomás
Segunda mais importante de Leipzig, a Igreja de São Tomás é famosa por ter sido principal local de trabalho de Bach, a quem é dedicado um memorial. Durante anos o músico atuou como diretor musical do coro de São Tomás ("Thomanerchor"). Lá se encontram os restos mortais de Bach.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Kalaene
Feiras
Fundada na interseção de duas importantes rotas medievais – a Via Regia e a Via Imperii – Leipzig é um das mais antigas sedes de feiras do mundo. Até hoje o centro da cidade conta com casas comerciais grandiosas, edifícios e galerias. No século passado, as feiras ocorriam na periferia. Em 1996 foi inaugurado um novo espaço, onde desde então acontece a tradicional feira do livro.
Foto: picture-alliance/ZB/W. Grubitzsch
Gewandhaus
Além de Bach, outros grandes nomes da música vêm de Leipzig. Felix Mendelssohn Bartholdy, Edvard Grieg, Gustav Mahler, Clara e Robert Schumann, por exemplo, viveram e trabalharam na cidade. Hanns Eisler e Richard Wagner nasceram em Leipzig. Também mundialmente famosa é a Orquestra Gewandhaus de Leipzig, que se apresenta neste prédio (foto) desde 1981.
Foto: picture-alliance/F. Gentsch
Casa de Schiller
Em 1785, quando vivia nesta casa, o poeta Friedrich Schiller escreveu o poema "Ode à Alegria", cantado na 9ª Sinfonia do compositor Ludwig van Beethoven. Séculos depois, a ela se tornaria hino da União Europeia. Johann Wolfgang von Goethe também passou alguns anos em Leipzig e mencionou alguns lugares, como a taberna Auerbach, em sua peça Fausto.
Foto: picture-alliance/ZB/W. Kluge
Monumento da Batalha das Nações
Com 91 metros de altura, o monumento lembra a sangrenta batalha de 1813, quando as forças da Rússia, Áustria, Prússia e Suécia derrotaram o exército de Napoleão e tropas aliadas. Os confrontos deixaram milhares de mortos e feridos. Hoje, o memorial é aberto a visitantes que têm acesso a uma espetacular vista panorâmica da cidade e arredores a partir de uma plataforma de observação.
Foto: picture-alliance/dpa
Igreja de São Paulo
Em 2009, a Universidade de Leipzig, uma das mais antigas da Alemanha, celebrou seu 600º aniversário. Até 1968, porém, este local era ocupado pela Igreja de São Paulo, ligada à universidade, erguida ainda no século 13. O governo da então Alemanha Oriental a destruiu com a intenção de expandir o campus. Há alguns anos a igreja foi reconstruída, inspirada na original.
Foto: DW
Estilo alternativo
Não é a apenas a universidade que atrai jovens a Leipzig. Vinte e cinco anos após a unificação alemã, a cidade é oferece espaço fértil para artistas e para o desenvolvimento de empresas "start-up". O estilo de vida criativo marca algumas áreas, como a rua Karl-Liebknecht-Strasse (foto), onde se encontram pequenas lojas, bares e galerias de arte.
Foto: picture-alliance/dpa/T. Schulze
Baumwollspinnerei
Além de música, literatura e história, Leipzig também se tornou um centro de arte moderna. Mesmo antes da reunificação alemã, em 1990, artistas começaram a ocupar os prédios industriais abandonados no bairro de Plagwitz e fundaram a Nova Escola de Leipzig. Um de seus mais conhecidos representantes é Neo Rauch, cujas pinturas, hoje, são mundialmente conhecidas e muito valiosas.
Foto: picture-alliance/ZB/W. Grubitzsch
"Lago Cospuda"
Ao sul da cidade está localizado o Lago Cospuden, carinhosamente apelidado de "Lago Cospuda". Antigamente, no local funcionava uma mina a céu aberto, até que a área foi inundada para formar o lago em 1993. Em suas margens é possível relaxar nos inúmeros cafés, tomar banho de sol na praia de areia ou mesmo dar um mergulho. Os afeitos a esporte podem ainda praticar windsurf e canoagem.
Foto: picture-alliance/ZB
10 fotos1 | 10
As edificações na rua Katharinenstrasse são interligadas por pátios e galerias com a paralela rua Hainstrasse, onde na esquina com a Marktplatz está o Barthels Hof. Esse conjunto barroco de edifícios interligados por pátios abriga hoje diversas lojas e o tradicional restaurante Barthels Hof, que há mais de um século oferece a típica comida da Saxônia.
Na zona chamada de Drallewatsch,áreacom mais de 30 restaurantes e bares no centro de Leipzig, chama atenção uma pracinha na rua Barfussgässchen, onde, num prédio renascentista de cinco andares, se encontra o mais antigo café da Europa: Zum Arabischen Coffe Baum. Desde 1711, ali se servem café, chocolate e chá. Hoje ali também funciona o Museum Coffe Baum.
Descendo a rua Klostergasse, você vai chegar à Thomaskirche (Igreja de São Tomás), na qual o compositor Johann Sebastian Bach atuou por mais de um quarto de século. Em Leipzig, Bach compôs por volta de 300 cantatas e obras famosas, como a Paixão segundo São Mateus e o Oratório de Natal.
Bach está presente por toda parte: no museu e arquivo Bach-Museum/Bach-Archiv, em frente à igreja; em seu retrato num dos vitrais da fachada sul; no monumento em sua homenagem na praça Thomaskirchhof ou em seu túmulo na sala do coro da igreja-salão gótica, que mais tarde recebeu uma torre barroca.
Mas essa presença se torna mais viva nos concertos do coro de meninos Thomanerchor. O coral existe desde a construção da igreja no século 12. Hoje, os jovens cantores se dedicam principalmente ao legado de Bach, seu antigo diretor. Essa é uma forma espetacular de terminar ou começar seu dia em Leipzig. O coro apresenta-se três vezes por semana na Igreja de São Tomás: nas sextas-feiras às 18h, nos sábados às 15h ou na missa aos domingos, às 9h30.
2° Dia: Estação Central, Batalha das Nações e Grassimuseum
Vale a pena começar o segundo dia na cidade com uma visita à Estação Central(Hauptbahnhof). Com quase 84 mil metros quadrados de área e uma fachada de 298 metros de extensão, esse imenso prédio construído durante a regência do imperador Guilherme 2° é ainda hoje o maior terminal ferroviário da Europa em área construída, como também um enorme shopping, com 142 lojas abertas sete dias por semana.
De lá, você poderá seguir com o bonde da linha 15 (Tramlinie 15) para uma visita ao colossal Monumento da Batalha das Nações (Völkerschlachtdenkmal). Inaugurado em 1913, o monumento homenageia os cem anos da Batalha de Leipzig ou Batalha das Nações, que marcou o fim do domínio de Napoleão na Europa. O memorial, no entanto, pode ser entendido como uma demonstração de força da Alemanha sob o imperador Guilherme 2°, pouco antes do início da Primeira Guerra Mundial.
Leipzig: um retrato fiel da antiga Alemanha Oriental
04:32
O centro de recepção de visitantes se encontra à esquerda (leste) do memorial e à direita (oeste) está o museu Forum 1813, onde se pode ver uma maquete da batalha. Em frente ao monumento, o Lago das Lágrimas (See der Tränen) lembra o sangue derramado pelos 120 mil soldados mortos na contenda.
Um elevador leva ao Ruhmeshalle ou Hall da Fama, uma cripta simbólica envolta de estátuas de soldados em grande formato, que lembram hoje cenários de séries de fantasia como Game of Thrones. Sobre a cúpula da cripta, uma plataforma de observação permite uma visão panorâmica da cidade e seu entorno.
Voltando com a linha 15, você pode descer na parada Gutenbergplatz e passear pelo bairro que abrigava, antes da Segunda Guerra, mais de mil livrarias, firmas de encadernação, impressoras e mais de 400 editoras. É interessante observar a mescla de áreas vazias, arquitetura do início do século 20, edifícios abandonados, construções pré-fabricadas da antiga Alemanha Oriental e prédios modernos na região.
Desça pela rua Gutenbergplatz, pegue a rua Spohrstrasse e vire à esquerda na rua DresdnerStrasse. Você vai chegar ao complexo de museus Grassimuseum na praça Johannisplatz. Ali se encontram o Museum für Völkerkunde (Museu de Etnografia), com uma das maiores coleções etnográficas da Alemanha; o Museum für Musikinstrumente (Museu de Instrumentos Musicais) da Universidade de Leipzig e o Museum für Angewandte Kunst (Museu de Artes Aplicadas), com mais de 90 mil objetos do uso cotidiano da Antiguidade até nossos dias.
Talvez você não tenha tempo, mas próximo dali, na rua Goldschmidtstrassse, também se encontra a Mendelssohn-Haus, última residência do compositor romântico Felix Mendelssohn Bartholdy, hoje transformada em museu. O prédio também abriga o Instituto Internacional Kurt Masur, centro de informação e encontros em homenagem ao famoso maestro da Orquestra Gewandhaus, falecido em 2015.
Leipzig, cidade da música
Em 2015, cidade na Saxônia celebra seu milésimo aniversário, tanto como importante centro comercial quanto meca cultural. Músicos influentes moldaram a vida de Leipzig ao longo dos séculos.
Foto: picture-alliance/dpa
Emprego para "sopradores municipais"
Em 1479 o conselho de Leipzig contratou instrumentistas de sopro como "stadpfeifer". Diariamente os "sopradores municipais" tocavam na frente da prefeitura, dando um ar de corte real à cidade, e acompanhavam festas e os cultos nas igrejas. Além de salário fixo, tinham um traje de verão e um de inverno, moradia na Stadtpfeifergasse e uma casa de banho comunitária "com fornos sobre pés de pedra".
Foto: gemeinfrei
800 anos do coro de São Tomás
Invariavelmente associado ao compositor Johann Sebastian Bach, o renomado coro da Igreja de São Tomás foi fundado em 1212, sendo considerado um dos mais antigos do mundo. Hoje, seus cantores realizam turnês mundiais e são celebrados como astros do rock. Seu cotidiano é ditado por um cronograma de ensaios rigoroso e um estrito regime de internato.
Foto: picture-alliance/dpa
J.S. Bach: "kantor" e gênio musical
Em 1723 Johann Sebastian Bach foi apenas a terceira opção na escolha do "kantor" (diretor musical) da Igreja de São Tomás. Por sua vez, ele se queixava da "estranha e pouco inclinada à música" magistratura de Leipzig. Tais circunstâncias não impediram o gênio natural da Turíngia de alcançar a absoluta perfeição musical nos 27 anos que passou na cidade – hoje palco do famoso Festival Bach.
Foto: Bach-Archiv Leipzig
Ópera de longa tradição
Em 1692 o príncipe eleitor Johann Georg 3º decretou a construção de uma casa de ópera, para oferecer 15 récitas durante cada uma das três feiras anuais de comércio. Georg Philipp Telemann e Johann David Heinichen estiveram entre os compositores mais assíduos da Ópera de Leipzig, que se tornaria um importante reduto do romantismo musical. O atual prédio na Augustusplatz foi inaugurado em 1960.
Foto: picture-alliance/dpa
Orquestra Gewandhaus
"Res severa verum gaudium": "Alegria verdadeira é coisa séria". Em letras de pedra, a citação do filósofo romano Sêneca decora a sede da Gewandhausorchester. Fundada em 1743, a orquestra mudou-se em 1781 para o antigo salão de exposições dos comerciantes de têxteis. Daí o nome, que significa "casa de vestimentas". A atual sala de concertos da Gewandhaus, em frente à Ópera, foi inaugurada em 1981.
Foto: picture-alliance/F. Gentsch
Mendelssohn: mestre da leveza musical
Em 1835 a direção da Gewandhaus desejava um maestro progressista para a orquestra. Felix Mendelssohn-Bartholdy era considerado moderno, entre outros motivos, por reger com batuta, e não, como era hábito, com um rolo de papel de música. Seus concertos fizeram enorme sucesso. Na casa da Goldschmidtstrasse nº 12, onde o compositor morou até a morte, em 1847, aos 38 anos, fica o Museu Mendelssohn.
Foto: Archiv Mendelssohn-Haus
Robert Schumann: compositor e jornalista
Leipzig foi também lar de outro grande compositor, Robert Schumann. Aos 18 anos, ele começou a estudar piano com Friedrich Wieck. Suas ambições a uma carreira de virtuose se desfizeram após uma lesão no dedo, e ele se voltou para a composição. Em 1834, fundou a revista "Neue Zeitschrift für Musik", consagrando-se como um dos primeiros jornalistas musicais do mundo.
Foto: ullstein bild
Clara Schumann: estrela do piano
Friedrich Wieck iniciou a filha Clara na arte pianística. Aos 12 anos ela se apaixonou por Robert Schumann. O romance desencadeou anos de disputa entre os dois homens, só resolvida com a decisão judicial que permitiu o casamento de Robert e Clara. Ela sobreviveu o compositor em 40 anos. Antigo ponto de encontro de celebridades musicais, a residência Schumann, na rua Inselstrasse, é hoje um museu.
Foto: ullstein bild - Granger Collection
Primeiros passos de Wagner
Richard Wagner nasceu em 1813 em Leipzig, onde também frequentou a escola – quando não matava aula para secretamente aprender música. O compositor escreveu suas primeiras obras na cidade natal, que negligenciou longamente seu filho famoso. Até seu bicentenário, em 2013, quando foi inaugurada uma estátua realizada pelo escultor Stephan Balkenhol.
Foto: picture-alliance/dpa
Segunda era de ouro para a Gewandhaus
"Ele é como um mago diante da orquestra": assim o compositor Piotr Tchaikovsky louvava o maestro Arthur Nikisch. Meio século após a era Mendelssohn, o húngaro inaugurara uma segunda época de ouro para a Gewandhaus de Leipzig. Nikisch assumiu a direção musical da orquestra em 1895, aos 40 anos, permanecendo até a morte, em 1922.
Foto: picture-alliance/Imagno/Wiener Stadt- und Landesbibliothek
Masur: comprometido com a revolução pacífica
Em 1970, Kurt Masur foi nomeado regente titular da Gewandhaus. Sete anos depois, iniciava a construção da terceira sede da orquestra, e permaneceu no cargo por 26 anos. Em outubro de 1989 começaram em Leipzig os maiores protestos contra o governo socialista na história da Alemanha Oriental. O maestro se destacou como principal defensor de negociações pacíficas entre manifestantes e regime.
Foto: picture-alliance/dpa
11 fotos1 | 11
3° Dia: Arte e galerias de lojas
No terceiro dia, volte ao centro histórico para uma visita ao Museu de Artes Plásticas (Museum der bildenden Künste) na rua Katharinenstrasse. A construção envidraçada abriga um acervo de milhares de pinturas, esculturas e trabalhos gráficos.
Além de obras de grandes mestres, como Lucas Cranach, Franz Hals, Rembrandt, Rubens, Tintoretto, Caspar David Friedrich ou Claude Monet, o museu abrange a arte da antiga Alemanha Oriental e os artistas da chamada Escola de Leipzig (Leipziger Schule), um polo de inovação da pintura alemã no final do século 20 e no novo milênio.
Seu passeio continua agora por trás do edifício da antiga prefeitura (Altes Rathaus) na praça Naschmarkt, onde na Idade Média se vendiam frutas e verduras.Esse passado comercial é relembrado ali com feirinhas na época natalina e na Páscoa. No centro da praça, uma estátua do jovem Johann Wolfgang Goethe homenageia o poeta alemão que estudou em Leipzig entre 1765 e 1768.
Atrás do monumento, chama atenção o prédio da antiga Bolsa de Valores (Alte Handelsbörse), um magnífico edifício barroco com escadaria dupla. Hoje o antigo local de reuniões e negócios de ricos comerciantes se transformou em lugar de eventos culturais e recepções.
Pela rua de pedestres Grimmaischestrasse, você chega à Augustusplatz, uma das maiores praças da Alemanha, com 40 mil metros quadrados de superfície. Seus prédios históricos foram destruídos pelas bombas da Segunda Guerra Mundial e no período pós-guerra pelo governo comunista.
Nova Escola de Leipzig
02:38
This browser does not support the video element.
Ali, você vai ver, do lado esquerdo, o prédio da Ópera de Leipzig (Oper Leipzig), reconstruído em 1960 num estilo característico dos edifícios da antiga Alemanha Oriental. Do lado direito, o volumoso prédio em concreto e vidro inaugurado em 1981 é a sala de concertos da famosa Orquestra Gewandhaus. Em frente a ele, vê-se o obelisco da fonte Mende-Brunnen, único remanescente das construções históricas da praça.
Na praça também se localiza parte do campus da Universidade de Leipzig. O moderníssimo prédio Neues Augusteum é o edifício principal da universidade. Ao lado dele, o Paulinum é bastante sacral, pois ali antes se encontrava a igreja Paulinerkirche. Por trás deles, o arranha-céu City Hochhaus oferece uma plataforma de observação a 130 metros de altura com uma vista espetacular sobre a cidade.
Da Augustusplatz, pegue a Ritterstrasse em direção à igreja Nikolaikirche com sua marcante torre central oitavada. Reformado no fim do século 18 em estilo classicista, o interior originalmente gótico surpreende com suas colunas e capitéis em forma de palmas nas cores verde, branco e rosa. A igreja ganhou notoriedade na recente história alemã, pois foi ali que se iniciou a revolução pacífica na Alemanha Oriental, em 1989.
Aproveite o resto do dia para fazer compras e conhecer uma das principais atrações de Leipzig: um sistema único de Passagen (galerias de lojas e pátios), ao longo das ruas Grimmaische Strasse e Peterstrasse.
Não deixe de visitar nessa região o Speck Hof, a mais antiga galeria da cidade; a luxuosa Mädlerpassage em frente à praça Naschmarkt e a galeria Petersbogen, que interliga a rua Peterstrasse à praça Burgplatz. Nessa última, encontra-se outra atração turística de Leipzig: o prédio da Prefeitura Nova (Neue Rathaus), construído em estilo eclético em 1905, com quase 600 aposentos.
----------------
A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos noFacebook | Twitter | YouTube | WhatsApp | App | Instagram
Um passeio virtual por Leipzig
Leipzig, no leste alemão, é uma cidade universitária com longa tradição de feiras e muito conhecida no meio musical. Foi lá que começou a revolução pacífica que levou ao fim da divisão alemã, em 1989.
Foto: Claus Bach
A ópera
Leipzig tem uma das mais antigas casas públicas de ópera na Europa. O primeiro prédio da casa de espetáculos foi construído no século 17. O de hoje, na bem localizada praça Augustusplatz, data dos anos 1950. Na lista dos grandes regentes que atuaram nela, aparecem Artur Seidl, Arthur Nikisch e Gustav Mahler.
Foto: DW
Sala de concertos Gewandhaus
Esta casa abriga a maior orquestra profissional do mundo, criada em 1781 e hoje com 175 músicos. O prédio original da Gewandhaus ficou completamente destruído na Segunda Guerra Mundial, e o novo foi inaugurado em 1981. A enorme pintura no teto de seu foyer é iluminada à noite, podendo ser vista através da fachada de vidro.
Foto: picture-alliance/dpa
Paulinum
Até 1968 ficava aqui a igreja Paulinerkirche, das freiras paulinas, datada do século 13. O prédio da igreja universitária mais antiga da Alemanha foi implodido pelo regime socialista alemão-oriental, a fim de ampliar o campus da universidade. A reconstrução da igreja, iniciada após a reunificação alemã, deve ficar pronta em 2014.
Foto: DW
Igreja Nikolaikirche
A Igreja de São Nicolau, no centro da cidade, ficou famosa em 1989 por ter sido palco dos "protestos das segundas-feiras". Os alemães-orientais insatisfeitos com seu regime se reuniam todas as semanas para rezar e depois saíam em passeata pelas ruas de Leipzig. Essa revolução pacífica marcou o início do fim da Alemanha Oriental. A história é lembrada por um pilar branco na frente da igreja.
Foto: DW
Restaurante Auerbach
Graças ao poeta Johann Wolfgang von Goethe, o restaurante Auerbachs Keller é conhecido em todo mundo. Durante seu tempo de estudo em Leipzig, Goethe frequentava o local, ao qual dedicou uma cena de "Fausto", a obra da literatura alemã mais citada no mundo.
Foto: AP
Prefeitura antiga
A prefeitura antiga (Altes Rathaus) é um dos prédios mais importantes do Renascimento alemão. Desde que a administração municipal se mudou para outro prédio no início do século 20, fica aqui o Museu de História da Cidade, com o único retrato autêntico de Johann Sebastian Bach.
Foto: DW
Igreja Thomaskirche
Um dos principais locais de atuação do compositor Johann Sebastian Bach foi a Igreja de São Tomás. Aqui ele dirigiu, a partir de 1723, o Thomanerchor, um dos coros de meninos mais antigos da Alemanha. Ao longo dos séculos, a igreja foi restaurada várias vezes. Em 1539, o reformador Martinho Lutero pregou aqui.
Foto: DW
Parque Clara Zetkin
Os parques e espaços verdes de Leipzig, como o parque Clara Zetkin, convidam a relaxar. Daqui se pode ver o prédio mais alto da cidade, a City Hochhaus. Também são populares os lagos dentro e fora do perímetro urbano, conectados através de ciclovias.
Foto: DW
Parque zoológico
O Jardim Zoológico de Leipzig abriga mais de 800 espécies, numa área de 26 hectares. Ele é um dos zoológicos europeus de maior diversidade. Uma das atrações é o pavilhão Gondwanaland, que reproduz a atmosfera das florestas tropicais da África, Ásia e América do Sul.
Foto: DW
Parque de exposições
Leipzig, que em 2015 comemora 850 anos, é um dos mais antigos centros de feiras do mundo. Por ela marcar o encontro de duas importantes rotas comerciais da Europa medieval, a Via Regia e a Via Imperii, o comércio florescia na cidade já na Idade Média. Hoje, um de seus principais eventos é a Feira do Livro de Leipzig.
Foto: DW
Monumento à Batalha dos Povos
O Monumento à Batalha dos Povos lembra a vitória das tropas da Prússia, Áustria, Rússia e Suécia sobre Napoleão, em 1813. Com 91 metros de altura, ele foi inaugurado 100 anos mais tarde. Imponente marco visual da cidade, o monumento pode ser também visitado por dentro.
Foto: DW
Arquitetura preservada
Na Segunda Guerra Mundial, Leipzig sofreu menos destruição do que outras cidades alemãs. Muitos prédios históricos do século 19 ficaram preservados, como estes na rua Gottschedstrasse. O Waldstrassenviertel é hoje um dos maiores bairros contíguos europeus da chamada "Gründerzeit", de meados ao fim do século 19.
Foto: DW/F. Forberg
Fachadas coloridas
A arte mural de Michael Fischer-Art pode ser admirada na fachada de vários edifícios na cidade – como aqui, na rua Karl Liebknecht. Este bairro, repleto de bares e pubs, é muito apreciado pelo meio universitário.
Foto: DW
Plagwitz
O bairro de Plagwitz, na zona oeste de Leipzig, por muito tempo foi dominado pela indústria. Os edifícios antigos, nos quais quase não se investia nos tempos da Alemanha Oriental, estavam ameaçados de ruir. Após a reunificação alemã, artistas e outras cabeças criativas ocuparam o local e tornando-o mais vivo e colorido.
Foto: DW
Velha fábrica reaproveitada
A antiga fábrica de algodão transformou-se no centro da cena artística de Leipzig. No antigo complexo industrial, artistas como Neo Rauch abriram seus ateliês. Ali há também escritórios de arquitetura, oficinas, espaços para exposições e um teatro temporário.