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Viagem

Roteiro de três dias na Floresta Negra

Mais conhecida pelos relógios cuco e pelo bolo que leva seu nome, a Floresta Negra é uma das regiões mais visitadas da Alemanha, com suas montanhas e cidades históricas. Confira as diversas formas de conhecê-la.

Lago Schluchsee na Floresta Negra
Lago Schluchsee na Floresta NegraFoto: picture-alliance/robertharding/M. Lange

Os romanos a chamavam de "silva nigra" ou Floresta Negra devido à penumbra em sua densa vegetação. Localizada no estado alemão de Baden-Württemberg, essa região de vales, florestas, cidades históricas e montanhas se estende por cerca de 200 quilômetros de norte a sul e 50 quilômetros de leste a oeste.

Basicamente, a região pode ser dividida em três áreas – norte, centro e sul (Nordschwarzwald, Mittlerer Schwarzwald e Südschwarzwald). No norte, pode-se iniciar o passeio pelo balneário histórico de Baden-Baden, com suas termas, spas, seu famoso cassino e a elegante alameda Lichtentaler Allee, símbolo da aristocracia europeia que costumava passar o verão nesta cidade de Baden-Württemberg.

Mas há várias formas de se conhecer a região. Além da Rota Cênica pela rodovia B 500, há a Rota Alemã dos relógios (Deutsche Uhrenstrasse), que leva o visitante a polos históricos de relojoaria entre os séculos 18 e 20. E, para os enólogos e amantes da boa mesa, a Rota dos Vinhos de Baden (Badische Weinstrasse), na parte oeste da Floresta Negra, alia paisagens deslumbrantes à viticultura e gastronomia da região de Baden.

Como a maioria das atrações se encontra na parte sul da Floresta Negra, Freiburg im Breisgau, cidade universitária com 900 anos de história e 230 mil habitantes, é uma boa base para passeio pela região dos relógios cuco, dos chapéus Bollenhut e do presunto Schwarzwälder Schinken. Confira aqui algumas sugestões de roteiros.

1° Dia: Centro histórico de Freiburg

Comece seu dia em Freiburg na praça da prefeitura (Rathausplatz), colhendo informações no centro de turismo na antiga prefeitura (Altes Rathaus), construída em 1559 para abrigar a administração municipal. Por trás dela, na Turmstrasse, vale a pena também dar uma olhada no edifício da Gerichtslaube, do início do século 14, a mais antiga sede administrativa. O belo prédio renascentista na praça Rathausplatz é a Neues Rathaus (nova prefeitura), construído por volta de 1580.

Em frente a Gerichslaube na Turmstrasse, o museu Fastnetmuseum conta a história do Carnaval da Floresta Negra (Fasnet ou Fastnacht), por meio de fantasias históricas das diferentes guildas, completadas com máscaras pintadas a mão e utensílios típicos usados na Fasnet, como chocalhos e bexigas de porco.

Depois de passar a igreja católica de St. Martin, desça a rua Franziskanerstrasse. Do lado esquerdo, você logo vê a fachada vermelha do prédio Haus zum Walfisch, que hoje abriga o banco Sparkasse. No edifício gótico tardio residiu em 1539 o teólogo e humanista Erasmo de Roterdã.

Atravesse a principal via de compras da cidade, a rua Kaiser-Joseph-Strasse ou KaJo, e siga pela rua Münsterstrasse ou pela Marktgasse até o principal símbolo de Freiburg, a igreja Münster. Todos os dias (menos domingos e feriados), na praça da igreja Münsterplatz, acontece uma feira de alimentos no período da manhã. Não deixe de experimentar a Lange Rote, salsicha grelhada típica do local, acompanhada de pão fresco e queijo que você pode comprar num dos muitos estandes.

Na praça Münsterplatz se localizam diversos prédios históricos, como o Museum für Stadtgeschichte, onde você pode saber mais sobre os 900 anos de história da cidade e o edifício amarelo da antiga guarda Alte Wache, que abriga hoje uma loja e restaurante de vinhos da região de Baden. Se ainda tiver disposição após um copo ou dois, você pode subir a torre da igreja Münsterturm, com uma vista panorâmica sobre Freiburg.

Dobrando à direita na rua Herrenstrasse e depois à esquerda na Münzgasse, você chega até a Konviktstrasse, uma das ruas mais pitorescas e mais antigas de Freiburg. Sob guirlandas de flores no verão ou uma iluminação encantadora no inverno, essa ruela conduz até o portão Schwabentor. Com 60 metros de altura, ele foi construído na Idade Média para a defesa dos cidadãos da cidade.

Floresta Negra, a terra dos relógios cuco

02:34

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Do Schwabentor, siga a Salzstrasse em direção à fonte Bertoldsbrunnen. Antigos lampiões e fachadas floridas ornamentam uma das ruas comerciais mais tradicionais de Freiburg. Do lado esquerdo, você vai passar pelo restaurante Zum Roten Bären, um dos mais antigos da Alemanha, com uma história que remonta ao início do século 14. Um ótimo lugar para almoçar e experimentar um dos pratos típicos da região, acompanhado de um bom vinho ou cerveja local.

Na parte da tarde, a sua rota se inicia na fonte Bertoldsbrunnen, principal local de encontro da cidade e ponto de cruzamento de todos as linhas de bonde. Siga pela Kaiser-Joseph-Strasse até o portão Martinstor, outro símbolo de Freiburg. Dobre à esquerda na rua Gerberau e depois à direita na rua Fischerau, entrando num bairro idílico chamado pelos moradores de "Pequena Veneza", devido ao canal que o atravessa. 

Siga a rua Gerberau até a praça Augustinerplatz. No antigo mosteiro dos agostinhos se encontra o principal museu da cidade, o Augustinermuseum, com obras de arte da Idade Média até o barroco, como também pinturas do século 19. Tanto na praça do museu quanto na "Pequena Veneza" há inúmeros cafés e restaurantes, onde você pode relaxar antes de continuar seu passeio.

Siga a avenida Schlossring até o jardim Stadtgarten, uma popular área verde de uma das cidades mais ecológicas da Alemanha. De lá, passeie pelo monte Schlossberg – porta de entrada da Floresta Negra. Se preferir, você pode optar por pegar o teleférico Schlossbergbahn, que leva você em três minutos até a parte superior montanha, onde você tem uma linda vista da cidade até os montes Vosges. Aproveite o resto da tarde para um passeio pelo caminho arborizado até a pracinha Kanonenplatz, com um panorama lindo sobre os vinhedos e sobre Freiburg.

Descendo por um caminho em serpentina, um pouco mais abaixo se encontra o restaurante Greiffenegg-Schlössle, onde você pode fazer uma refeição ou tomar um bom vinho ou cerveja da região, acompanhado de uma vista espetacular. Por uma ponte de pedestres, você volta ao centro histórico, descendo no portão Schwabentor.

2° Dia: O clássico passeio da Floresta Negra

É possível explorar a Floresta Negra de trem ou ônibus. Fique atento para as diversas ofertas de tíquetes regionais que valem para um dia todo e saem mais em conta. Com esses bilhetes, você pode atravessar de trem todo o estado de Baden-Württemberg, com direito a levar até cinco pessoas. No entanto, a melhor forma ainda é de carro, que pode ser alugado em Freiburg. De lá, siga a rua Talstrasse pelo vale Glottertal até St. Peter, uma verdadeira surpresa.

Pois o vilarejo ligado a um mosteiro é um dos conjuntos barrocos mais impressionantes do sul da Alemanha. As torres da igreja dominam o panorama da cidade. Não deixe de visitar a pomposa biblioteca rococó de St. Peter, que abre somente nas terças e quintas por volta do meio-dia e aos domingos de tarde.

A próxima parada é o vilarejo de Waldkirch, um paraíso para os amantes da música de órgão com um museu dedicado ao instrumento. A viagem continua pelo vale Gutachtal até o museu ao ar livre da Floresta Negra Vogtsbauernhöfe, entre os vilarejos de Hausach e Gutach, com 30 construções históricas de prédios de fazenda, mostrando a história da região, com diversos eventos que incluem desfile de trajes típicos e festas.

Muitas das cidades da região possuem o sufixo "ach" ou "bach", que significa riacho, córrego. Consta que foi no pequeno vilarejo de Gutach que surgiu o chapéu de bolas de lã Bollenhut, um dos símbolos da Floresta Negra. Ali, ele ainda é usado nos feriados religiosos. Repare que as bolas vermelhas indicam que a sua usuária é solteira, enquanto as bolas pretas são reservadas para mulheres casadas.

Dicas para conhecer a Floresta Negra

04:50

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Seguindo a rodovia B 33, você vai chegar a Triberg, com as mais altas cascatas (Triberger Wasserfälle) da Alemanha. Em sete níveis, as águas do rio Gutach descem 163 metros até o centro da cidade. As famosas quedas d'água podem ser admiradas a partir de uma passarela de madeira. Entre o Natal e o Ano Novo, um milhão de luzes transformam as cascatas num incrível cenário natalino durante o evento Triberger Winterzauber (magia de inverno de Triberg).

Perto de Triberg, você vai conhecer o maior relógio cuco do mundo no parque de relógios Eble Uhrenpark. Ele é 60 vezes maior que um exemplar convencional. Bem perto dali, no vilarejo de Schonach im Schwarzwald, outro relógio cuco reclama para si o título de maior do mundo. Como tudo é muito perto, é possível visitar os dois.

Continue a sua viagem pegando a rodovia B 500 em direção a Hinterzarten até Furtwangen, onde você pode saber mais sobre a história da relojoaria na Floresta Negra, visitando o Museu Alemão do Relógio (Deutsches Uhrmuseum). Para terminar o dia, que tal um passeio de barco ou no calçadão do lago Titisee, uma das atrações da Floresta Negra. O local é bem turístico, mas você pode alugar um pedalinho se quiser escapar do burburinho do vilarejo de Titisee-Neustadt.

Em qualquer uma das cidades e vilarejos visitados, você pode apreciar o famoso bolo Floresta negra (Schwarzwälderkirschtorte). Consta que a torta com cerejas, chantilly, raspas de chocolate, aguardente de cereja e a respectiva massa de bolo foi criada pelo confeiteiro Josef Keller, em 1915, inspirando-se nos trajes femininos da região. Isso aconteceu, porém, num café em Bonn, a centenas de quilômetros da Floresta Negra.

3° Dia: França, Suíça e outras opções de passeio

A Floresta Negra se localiza bem próximo da Alsácia francesa. Ali, vilarejos encantadores como Kaysersberg, Riquewihr ou Ribeauvillé esperam o visitante com uma culinária incrível e vinhos únicos, sem esquecer cidades maiores como a histórica Colmar, onde vale a pena conhecer o centro histórico e o museu Unterlinden, como também as especialidades da região aos pés das montanhas de Vosges.

A Suíça também se encontra a somente uma hora de Freiburg. Você pode tomar um trem até a fronteira e conhecer, por exemplo, Basileia. Se preferir ir de automóvel, pegue a rodovia B 31 e B 315, por exemplo, até Schleitheim e, na vizinha Schaffhausen, visite a Rheinfall, uma das três maiores cataratas da Europa.

O vilarejo de Stein am Rhein, bem ali perto, é conhecido por suas pinturas de fachada. Indo em direção ao Lago de Constança, você entra novamente na Alemanha. Em Constança, você pode visitar o centro histórico, fazer um passeio de barco ou conhecer a ilha Mainau, também chamada de Ilha das Flores, perfeita para um almoço ou uma pausa para relaxar.

Voltando pela estrada A 81 na direção de Stuttgart, você chega novamente à B 31 rumo a Freiburg. Repare que, para esse passeio à Suíça, você não vai precisar necessariamente trocar dinheiro, já que o euro é aceito na região imediatamente junto à fronteira.

Outro passeio incrível que pode ser feito perto de Freiburg é andar com o Schwarzwaldbahn (Trem da Floresta Negra). O percurso de 149 quilômetros liga Offenburg a Singen e foi inaugurado há 145 anos. O trecho entre Hornberg, Triberg e St. Georgen é o mais emocionante. O trajeto ferroviário dá diversas voltas para vencer a diferença de 448 metros com um viaduto e 39 túneis.

Também não se esqueça de que perto de Freiburg há várias montanhas a visitar, como Schauinsland, com suas trilhas para caminhadas e Mountain-bike, como também uma vista incrível a 1.220 metros de altitude, facilmente alcançáveis com o teleférico a partir da localidade de Horben. Ou o pico Feldberg, o mais alto da Floresta Negra, com seus 1.493 metros de altitude, um paraíso tanto para praticantes de caminhadas no verão quanto para os entusiastas de esportes de neve no inverno.

E, não menos importante, perto do Feldberg se encontra o maior lago da Floresta Negra, o Schluchsee, com 7,5 quilômetros de extensão por 1,5 quilômetros de largura, que você pode atravessar de canoa, SUP ou com o barco MS Schluchsee, que faz passeios de hora em hora. Entre os lagos apropriados para o banho, ele é um dos mais limpos da Alemanha. Situado a 930 metros de altitude, a água, no entanto, pode ser um tanto fria.

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