Roubada relíquia de João Paulo 2º de catedral na Alemanha
5 de junho de 2016
Relicário em Colônia foi danificado para possibilitar furto de pedaço de tecido contendo sangue do papa canonizado em 2013. Decano da catedral deplora impiedade do ato, enfatizando prejuízo espiritual.
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Desconhecidos roubaram da catedral da cidade alemã de Colônia uma relíquia do papa João Paulo 2º. Para chegar até o pedaço de tecido contendo um pingo do pontífice canonizado há três anos, o criminoso teve de quebrar a cápsula de vidro na parte frontal de um relicário afixado à parede. O furto foi notado na manhã deste domingo (05/06) por uma visitante.
O recipiente danificado, localizado na nave transversal norte do templo e medindo cerca de 40 centímetros, é de bronze prateado, adornado por uma escultura de João Paulo 2º apoiado a uma cruz, da autoria do artista Bert Gerresheimer. Trata-se de uma recordação da visita a Colônia, em 1980, do líder da Igreja Católica de 1978 até sua morte, em 2005, aos 84 anos de idade.
O deão da catedral, Gerd Bachner, se disse horrorizado pelo delito. "O valor material é mínimo, muito maior é o prejuízo espiritual." O pontífice nascido na Polônia comoveu o mundo inteiro pela forma como suportou, até o fim, a própria fraqueza física, emitindo uma potente mensagem de dignidade, lembrou o decano.
Assim, o furto da relíquia não é apenas uma demonstração de impiedade, "mas sim um dano a esse grande homem, mesmo após sua morte – e a todos aqueles que procurem esse memorial na Catedral", condenou Bachner.
Este não é o primeiro roubo envolvendo uma relíquia de sangue de João Paulo 2º: em 2014 o relicário de uma pequena igreja próxima a Roma foi profanado com o mesmo fim.
AV/kna/epd/dpa
A eterna construção da catedral de Colônia
A catedral de Colônia vem sendo construída há cerca de 800 anos. Nos últimos dias, um enorme guindaste retirou alguns andaimes de uma das torres da catedral. Isso, porém, não significa que a construção terminou.
Foto: Foustontene - Fotolia.com
Liberdade para a torre norte
Um guindaste gigante retirou na semana passada andaimes de 25 metros da torre norte da catedral e os trouxe para o chão, numa descida de cerca de 100 metros. As armações foram instaladas há mais de dez anos, após um pedaço de pedra de três metros cair da torre. Depois dessa queda, o reforço, antes de ferro e bronze, foi substituído por aço inoxidável.
Foto: picture-alliance/dpa
Seis horas em vez de seis meses
Se os andaimes fossem separados individualmente e os pedaços levados para baixo um a um, o trabalho teria durado cerca de seis meses. Com o guindaste de 750 toneladas, a retirada dos andaimes durou apenas algumas horas e ainda foi atração para centenas de curiosos.
Foto: picture-alliance/dpa
Nas mãos de Deus
“Nós estamos nas mãos de Deus”, disse o mestre de obras da catedral, Michael Hauck, quando os operários desprenderam os andaimes com o guindaste a 100 metros de altura. Um pouco mais de vento teria tornado a operação perigosa, tanto para os trabalhadores quanto para as delicadas figuras da torre. Mas Deus fez com que os ventos fossem fracos no dia.
Foto: picture-alliance/dpa
O mestre de obras
Há um ano, Michael Hauck é o mestre de obras da catedral e chefe de cerca de 60 operários. ”Eu posso sentir a catedral”, diz Hauck. A responsabilidade dele é garantir que a parte antiga da construção não desmorone repentinamente.
Foto: picture-alliance/dpa
Sempre em obras
Armações e andaimes já fazem parte do visual da catedral de Colônia. Na cidade devem existir poucos habitantes que se lembram ou tenham visto a catedral sem tais estruturas de apoio. Os moradores acham “normal” e dizem que isso mostra que algumas coisas podem ser bonitas, mesmo sem estarem prontas.
Foto: picture-alliance/dpa
Uma pausa de 300 anos
A catedral de Colônia é jovem e antiga ao mesmo tempo. A construção começou ainda no século 13, mas em 1510 o dinheiro para dar continuidade ao projeto acabou. Durante 350 anos a igreja permaneceu sem as suas torres, como mostra a imagem de 1853. Só em 1880 as duas torres foram finalmente construídas, com base no projeto gótico original de 1248.
Foto: ullstein bild - histopics
As cicatrizes da guerra
Na Segunda Guerra Mundial, Colônia foi quase totalmente destruída pelos bombardeios. Atingida cerca de 70 vezes, a catedral também foi danificada, mas, no geral, de forma surpreendente, ficou em bom estado. Os trabalhos de reparação duraram décadas e muitos vitrais foram substituídos apenas por vidros comuns.
Foto: Keystone/Hulton Archive/Getty Images
Vitral controverso
Em 2007, o vitral feito por Gehard Richter mudou novamente a data de finalização da construção. O artista de Colônia fez um novo vitral para a janela de 113 metros quadrados que havia sido destruída durante a guerra. Mas nem todos os moradores da cidade ficaram satisfeitos.
Foto: picture-alliance/dpa
Falcão X pombos
Uma das maiores ameaças para o monumento de Colônia são as pombas, cujos excrementos destroem as pedras de arenito da catedral. Para evitar uma aglutinação de pombas e espantá-las do local foi colocado um falcão no topo da torre norte da catedral.
Foto: DW/ M.Hartlep
A rival
Durante quatro anos, a catedral de Colônia foi a maior construção do mundo, com 157 metros de altura. Em 1884, a torre da catedral de Ulm ficou pronta e, com seus 161,5 metros, a ultrapassou. Assim como ocorreu em Colônia, os cidadãos de Ulm deixaram a construção da sua catedral mais de 300 anos parada.
Foto: picture-alliance/Carsten Schmidt
Contra o fim do mundo
Se a catedral de Colônia não é a maior do mundo, para os habitantes da cidade ela é a mais bonita. Há 170 anos mais da metade dos custos da construção são pagos pelos próprios cidadãos através de uma associação. A entidade encarrega-se de garantir que as construções continuem. Isso é muito importante, pois, como é dito na cidade, quando a catedral de Colônia ficar pronta, o mundo vai acabar.