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Mulheres na história

1 de maio de 2010

Por trás das fachadas de vidro dos edifícios modernos e dos prédios históricos do porto de Colônia escondem-se histórias de séculos passados, envolvendo mulheres que viveram e até mesmo foram mortas ali.

Antigo estaleiro Agripina em ColôniaFoto: Alina Dain

Um passeio pelo porto Rheinauhafen, por algumas praças e ruas em Colônia, no oeste da Alemanha, remetem ao passado – e às mulheres que fizeram parte dele. Já nos tempos do domínio romano, a região tinha forte influência feminina.

"Atualmente há várias referências a Agripina em Colônia: a Doca Agripina, a marginal Agripina e uma estátua perto da histórica torre da prefeitura", explica a guia turística e arquiteta de Colônia Anna Maria Bermejo.

AgripinaFoto: by Evil berry

Agripina, a Jovem, nasceu no ano 15 d.C. em Colônia, conhecida naquela época como Oppidum Ubiorum. Depois do assassinato da primeira esposa do imperador Cláudio, ela tornou-se sua segunda esposa. Em 50 d.C., Agripina convenceu o marido a mudar o nome do local para Colônia Claudia Ara Agrippinensium.

Naquele tempo, a violência era comum também nas famílias de monarcas. Quando Cláudio se negou a reconhecer como seu herdeiro Nero, filho de Agripina com seu primeiro marido, o imperador foi assassinado. Nero, então, exigiu o direito de governar, mas diante da recusa de Agripina, ela foi assassinada pelo próprio filho.

Outros locais históricos

A Doca Agripina não é o único lugar no porto do Reno em Colônia com o nome de uma mulher importante. O passeio público Katharina Schauberg, por exemplo, é dedicado a uma empreendedora do século 19.

Schauberg ajudou a fundar um jornal, administrou sozinha uma livraria e cuidava também da contabilidade e dos anúncios. O jornal se transformou no hoje conhecido Kölner Stadt-Anzeiger, o de maior circulação em Colônia.

Calçada Laura von Oelbermann em ColôniaFoto: Alina Dain

Laura von Oelbermann, que dá nome a um calçadão próximo, não foi tão bem-sucedida. Ela perdeu o marido e os dois filhos na Primeira Guerra Mundial. Apesar da tragédia pessoal, Von Oelbermann conseguiu fundar um hospital e outras organizações que apoiam mulheres grávidas, viúvas, garotas e órfãos.

"E não só isso. Ela visitava os pobres diariamente, fazia até 15 visitas num dia, o que era espantoso para uma mulher com seu status" diz Bermejo. Sua reputação de mulher generosa levou a que, após sua morte, fosse criada expressão, dita pelos pais aos filhos que pediam dinheiro: "Menino, não sou a senhora Oelbermann".

Menina prodígio

Autorretrato de Anna Maria van Schurman (1607-1678), feito em 1640Foto: wikipedia

Outra rua leva o nome de Anna Maria van Schurman, nascida em Colônia no século 17 e que, aos 11 anos, já havia se destacado com trabalhos em pintura, esculturas de madeira, música e outras formas de arte. Hoje ainda existem mais de 20 trabalhos de Anna Maria, que falava nove idiomas com fluência.

Ao lado da Doca Agripina, fica a praça Elisabeth Treskow, que tem o nome de uma ourives do século 19. A professora numa escola de arte em Colônia redescobriu uma técnica antiga usada pelos etruscos e fazia belas jóias. Uma de suas coleções foi doada ao Museu de Artes Aplicadas da cidade.

Autora: Alina Dain (np)

Revisão: Roselaine Wandscheer

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