1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Russos protestam contra reforma da previdência

9 de setembro de 2018

Eleições regionais são marcadas por dezenas de detenções em protestos contra planos do Kremlin de reformar sistema previdenciário, aumentando idade de aposentadoria. Manifestações foram convocadas por líder da oposição.

Manifestantes protestam contra reforma da previdência na Rússia
Além de Moscou, manifestante foram às ruas de mais de 20 cidadesFoto: E. Barysheva

Críticos do governo do presidente Vladimir Putin saíram às ruas da Rússia neste domingo (09/09) para protestar contra os planos de aumentar a idade de aposentadoria, no mesmo dia em que são realizadas eleições regionais no país.

Centenas de pessoas participaram de manifestações em 25 cidades, incluindo Moscou e São Petersburgo. Ao menos 2 mil pessoas protestaram no centro da capital.

Os protestos foram convocados pelo líder da oposição e ativista anticorrupção Alexei Navalny, que atualmente cumpre uma sentença de 30 dias de detenção devido a outra manifestação, realizada em janeiro.

Cerca de 50 apoiadores de Navalny foram detidos antes do início dos protestos deste domingo.Mais de 150 pessoas foram presas durante as vários manifestações, segundo o grupo independente de monitoramento OVD-Info.

O governo russo planeja elevar a idade de aposentadoria em cinco anos – de 60 para 65 anos para homens e 55 para 60 anos para mulheres. A expectativa média de vida na Rússia é de 66 anos para homens e 77 para mulheres.

A proposta provocou uma rara eclosão popular e fez com que o índice de aprovação de Putin caísse 15%.

Protesto em Moscou reuniu centenas de pessoasFoto: E. Barysheva

Mesmo atrás das grades, Navalny fez sentir sua presença à frente das manifestações. "Por 18 anos, Putin e seu governo roubaram do orçamento, desperdiçando em projetos sem sentido. Agora o dinheiro acabou e nós temos que roubar dos aposentados para pagar as contas", disse a equipe de rede social de Navalny, ao apelar ao público para ir às ruas.

O plano de reforma previdenciária do Kremlin parece ser a medida mais impopular do governo desde 2005, quando acabou com vários benefícios da era soviética.

Para reagir à queda de popularidade, Putin propôs uma série de medidas para suavizar uma impopular reforma previdenciária. Em raro discurso televisionado, o presidente sugeriu no fim de agosto elevar a idade de aposentadoria em apenas cinco anos para mulheres (60 anos), em vez da proposta anterior de oito anos. Por outro lado, Putin manteve o aumento proposto na idade de aposentadoria para os homens para 65 anos.

O presidente também sugeriu a aposentadoria antecipada para mães de famílias numerosas. "Se a mulher tem três filhos, poderá se aposentar três anos antes do prazo. Se são quatro, serão quatro anos antes. Já para as mulheres que tenham cinco filhos ou mais, tudo deve continuar como até agora, elas poderão se aposentar aos 55 anos", acrescentou o líder russo.

Reflexo nas urnas

Os russos vão às urnas neste domingo para escolher governadores, legisladores locais e outros funcionários. Em Moscou, espera-se que o prefeito e aliado de Putin, Serguei Sobyanin, vença por esmagadora maioria, apesar de ter se recusado a participar de qualquer debate eleitoral que antecedeu a votação.

No geral, porém, a eleição deste domingo deve ser prejudicada pela baixa participação, principalmente devido ao descontentamento generalizado em relação às reformas do sistema de pensões do governo.

Alexei Navalny cumpre pena de 30 dias de reclusão devido a protestos antigoverno em janeiro últimoFoto: Reuters/M. Shemetov

"Obviamente, a insatisfação com a reforma da previdência se expressará numa redução da porcentagem de eleitores que vai votar para o partido no poder, bem como na atividade eleitoral em geral", disse Valery Fedorov, chefe do Centro de Pesquisa de Opinião Pública da Rússia à  agência de notícias Interfax na semana passada.

CA/ap/afp/rtr/dpa

----------------

A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos no Facebook | Twitter | YouTube | WhatsApp

 | App | Instagram | Newsletter

Pular a seção Mais sobre este assunto
Pular a seção Manchete

Manchete

Pular a seção Outros temas em destaque