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São Paulo e Rio têm greves e protestos a uma semana da Copa

Marina Estarque, de São Paulo6 de junho de 2014

Paralisação de metroviários afeta 4 milhões de pessoas na capital paulista e continua. Dirigentes da Fifa ficam presos no trânsito paulistano. Professores voltam às ruas no Rio.

Grupo ataca a entrada da estação de metrô Corinthians-Itaquera, perto do estádio de abertura da CopaFoto: Reuters

Rio de Janeiro e São Paulo tiveram um dia de greves e protestos nesta quinta-feira (05/06), a uma semana da Copa do Mundo. Em São Paulo, onde será a abertura do Mundial, em 12 de junho, uma greve dos metroviários afetou mais de 4 milhões de pessoas.

O rodízio de carros foi suspenso e houve paralisação dos agentes da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). As greves prejudicaram o trânsito, que bateu o recorde de lentidão no período da manhã, por volta das 9h30, com mais de 200 quilômetros de congestionamento.

Alguns dos dirigentes da Fifa, que chegavam à cidade, ficaram presos no trânsito por cerca de três horas, no trajeto entre o Aeroporto Internacional de Guarulhos e o Hotel Hyatt, próximo à Marginal Pinheiros.

Das cinco linhas de metrô, apenas duas funcionaram normalmente. Uma delas, a Linha 4-Amarela, é operada pela iniciativa privada e não foi afetada pela greve. As linhas Azul, Vermelha e Verde funcionaram parcialmente e tiveram estações fechadas. De manhã, o portão da estação Corinthians-Itaquera, na zona leste, foi depredado por usuários. A estação fica em frente ao estádio que será palco da abertura da Copa de 2014 e estava fechada no início da manhã.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse que a greve era abusiva, em entrevista à TV Globo. "Não tem o menor sentido, prejudica muito a população. Vamos entrar com um pedido de indenização por danos materiais, com todas as suas consequências. É um pequeno grupo, muito político, para levar caos e bagunça." Os grevistas afirmam que o governo não dialogou com o movimento.

Após reunião com o Metrô, que terminou sem acordo, os funcionários decidiram manter a paralisação pelo segundo dia consecutivo, nesta sexta, em assembleia na tarde de quinta.

Também na audiência, os metroviários aprovaram a liberação das catracas. Nesse caso, eles aceitaram ter o salário de um dia descontado para compensar as perdas, o que foi rejeitado pelo Metrô. Em nota, o Metrô disse que a greve era crueldade e covardia com a população.

A Justiça determinou que os metroviários mantenham 70% dos trens circulando nos horários normais e 100% nos horários de pico - 6h às 9h e das 16h às 19h. Como a medida não foi cumprida, o sindicato corre o risco de ser multado em R$ 100 mil por dia.

Nesta sexta-feira, trens e ônibus terão esquema especial para amenizar o impacto da greve. O rodízio de carros será novamente suspenso. Já os agentes de trânsito vão voltar ao trabalho. Em assembléia, eles decidiram suspender a paralisação iniciada na noite de quarta-feira e aguardar uma nova proposta da CET.

Rio de Janeiro

Diversas manifestações pacíficas prejudicaram o trânsito no Rio de Janeiro, palco da final da Copa do Mundo, na quinta-feira. Importantes vias do Centro e Zona Sul da cidade foram interditadas.

O maior protesto foi de um movimento unificado de grevistas, incluindo professores das redes estaduais e municipais, parados há mais de 20 dias. Representantes de garis, vigilantes e servidores também se uniram à passeata, que terminou por volta das 19h30, sem tumultos. Segundo a Polícia Militar, cerca de 500 pessoas participaram do protesto.

Em Laranjeiras, na Zona Sul, funcionários em greve da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) realizaram uma passeata até o Palácio Guanabara, sede do governo do Estado, e fecharam a rua Pinheiro Machado.

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