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Bálcãs

20 de fevereiro de 2008

Após o reconhecimento da independência do Kosovo pelo governo alemão, a Sérvia anunciou a retirada de seu embaixador de Berlim. Rússia condena o envio de forças policiais e autoridades judiciárias da UE para o Kosovo.

Sérvios do Kosovo atacaram postos de fronteiraFoto: AP

Imediatamente após o reconhecimento da independência do Kosovo pela Alemanha, o ministro sérvio das Relações Exteriores, Vuk Jeremic, anunciou, nesta quarta-feira (20/02), em Estrasburgo, a retirada de seu embaixador de Berlim. Jeremic também noticiou a saída do embaixador sérvio de Viena.

Pelo mesmo motivo, Belgrado já havia retirado seus embaixadores de Washington, Paris e Londres. O governo alemão reagiu com calma ao anúncio da Sérvia. Nesta quarta-feira, o ministro alemão da Defesa, Franz Josef Jung (CDU), viajou para Pristina, capital do Kosovo, onde se encontra com representantes da Otan e do novo governo kosovar.

Serguei Lavrov, ministro russo das Relações Exteriores, condenou a decisão do último final de semana da União Européia de enviar 1900 policiais, juízes, agentes alfandegários e administrativos no contexto da missão para promover o Estado de Direito do Kosovo (Eulex). Lavrov afirmou ser uma ironia uma missão de Estado de Direito não respeitar o direito internacional.

"Prática comum"

Nova bandeira do KosovoFoto: picture-alliance/ dpa

O ministro sérvio Jeremic viajou para Estrasburgo para reforçar, perante o Conselho da Europa e o Parlamento Europeu, a recusa de seu país da independência da antiga província. O anúncio de retirada do embaixador sérvio de Berlim foi levado com ponderação pelo governo alemão. Segundo o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores alemão, Martin Jäger, a retirada ainda não foi comunicada oficialmente.

Jäger afirmou, nesta quarta-feira, que tal decisão seria "prática comum" da diplomacia e que não se poderia, de forma alguma, compará-la a um esfriamento ou ruptura das relações diplomáticas entre Alemanha e Sérvia. Jäger salientou que ninguém teria interesse num isolamento da Sérvia.

Em Estrasburgo, o ministro sérvio declarou que seu país "lutará com todos os meios diplomáticos, legais e econômicos contra a separação parcial e ilegal do Kosovo". Jeremic condenou os ataques de sérvios do Kosovo, na terça-feira, aos postos de fronteira controlados pela ONU. O ministro lamentou o ocorrido e afirmou que seria contra o uso da violência.

"República-mãe"

Slobodan Samardzic aprova ataques à fronteiraFoto: AP

No entanto, o ministro sérvio para o Kosovo, Slobodan Samardzic, é de outra opinião. Samardzic considerou como "legítima" a destruição dos dois postos de fronteiras, porque não deve haver fronteiras entre a "república-mãe" Sérvia e o norte do Kosovo.

Marko Jaksic, líder sérvio no Kosovo, advertiu seus compatriotas a não cooperarem com a administração da ONU do Kosovo e com a missão Eulex.

Conseqüentemente, cerca de 250 policiais sérvios do norte do Kosovo declararam lealdade ao governo de Belgrado. Em densas áreas residenciais, vivem cerca de 50 mil sérvios na região de 2,4 mil quilômetros quadrados, correspondente a 22% da área total do Kosovo, que a Sérvia reclama para si.

A segurança do Kosovo é garantida pela tropa internacional de paz (Kfor), um contingente de 16 mil soldados sob o comando da Otan, no qual as Forças Armadas Alemãs participam com 2,5 mil homens.

Nesta quarta-feira, o ministro alemão da Defesa, Franz Josef Jung, viajou para Pristina, onde conversa com representantes da Kfor e com políticos do Kosovo, entre eles, o presidente Fatmir Sejdiu e o primeiro-ministro Hashim Thaçi. (ca)

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