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Sinais de aproximação

Agências/DW (rr)29 de março de 2008

Enquanto Grécia e Macedônia mantêm impasse sobre nome, a Sérvia reforça sua intenção de ingressar na União Européia durante encontro informal de ministros do Exterior da UE. Kosovo, entretanto, continua sendo obstáculo.

Ministro sérvio Vuk Jeremic: que caminho tomar?Foto: AP

Apesar do conflito no Kosovo, a Sérvia anunciou que "continua disposta a levar adiante seu caminho rumo à integração européia". O anúncio foi feito neste sábado (29/03) pelo ministro sérvio do Exterior, Vuk Jeremic, após um encontro informal de ministros das Relações Exteriores da União Européia na cidade eslovena de Brdo.

A seis semanas das eleições na Sérvia, a declaração foi interpretada como uma tentativa de quebrar o gelo. A UE também se mostrou aberta a uma aproximação, por mais que os obstáculos ao ingresso de Belgrado no bloco sejam grandes.

A Sérvia se mostrou disposta a extraditar o ex-general Ratko Mladic, uma das principais condições impostas pela UE. Com isso, acredita-se que o acusado de liderar o massacre na cidade bósnia de Srebrenica em 1995 poderia ser julgado pelo Tribunal Internacional de Haia "num futuro muito próximo".

Ministro alemão Frank-Walter Steinmeier (e) e sua homóloga grega Dora BakoyannisFoto: AP

Após a declaração unilateral de independência do Kosovo em 17 de fevereiro último, Belgrado descartou a assinatura de um acordo provisório sobre facilitação comercial e de viagens, e anunciou que não voltará atrás quanto à retirada de seus embaixadores da Alemanha e de 18 outros países da UE que reconheceram a independência do Kosovo.

A UE ainda alertou a Sérvia a agir decididamente contra tendências separatistas no norte do Kosovo, onde vive uma população de maioria étnica sérvia. O país deve evitar "tanto uma retórica provocante quanto quaisquer atividades que ameacem a segurança na região". "Não podemos permitir que o Kosovo se divida", disse o ministro alemão Frank-Walter Steinmeier.

Grécia e Macedônia criam impasse

Embora pareça certo que um convite para o ingresso da Croácia na UE deva ser feito durante a cúpula da Otan na próxima semana em Bucareste, não houve avanço praticamente nenhum quanto ao ingresso da Macedônia no bloco.

"O tempo está ficando curto", disse o ministro Antonio Milososki, pensando no encontro. Atenas, no entanto, afirmou "não ter pressa alguma, afinal a Otan continuará existindo amanhã e depois de amanhã, e a Ex-República Iugoslava da Macedônia também".

A Grécia ameaça vetar o ingresso do vizinho no bloco caso este insista em manter o nome que, segundo ela, é parte da história helênica e nome de uma província setentrional grega e, portanto, de grande importância para manter a estabilidade na região. À exceção da Turquia, todos os demais países da Otan só reconhecem o país sob o nome de Ex-República Iugoslava da Macedônia".

Encontro durou dois diasFoto: picture-alliance/ dpa

O governo em Skopje, no entanto, cobrou da Grécia que mostre "se está disposta a um compromisso ou apenas buscando motivo para um bloqueio, pois o que importa na Otan é a segurança e não os nomes". Segundo Milososki, "a inclusão da Albânia, da Croácia e da Macedônia significam mais Bálcãs na Otan e portanto menos Otan nos Bálcãs".

Diálogo com Dalai Lama

Em uma declaração conjunta, os 27 ministros conclamaram ainda o governo chinês a promover um "diálogo substancial e construtivo" com o líder espiritual tibetano Dalai Lama, que deveria levar em conta questões como a manutenção da língua, da cultura, da religião e da tradição tibetanas.

Eles se mostraram "muito preocupados com os acontecimentos na região", mas não chegaram a um consenso quanto a um possível boicote aos Jogos Olímpicos em Pequim, nem quanto à ausência de políticos europeus durante a cerimônia oficial de abertura. Mesmo assim, anunciaram que "continuarão observando atentamente a situação dos direitos humanos na China".

Confiantes quanto à Rússia

A delicada relação com a Rússia também foi tema do encontro, já que as negociações acerca de um acordo estratégico de parceria não avançam há cerca de um ano e meio, em virtude do conflito acerca da independência do Kosovo e da ampliação da Otan. No entanto, o ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, chamou de "espetaculares" as declarações recentes do presidente eleito Dimitri Medvedev, que assumirá o cargo em maio.

A UE e a Comissão Européia desejam retomar o mais rápido possível as negociações com o vizinho acerca de um amplo acordo que abarque o fornecimento de energia, as relações econômicas e a condução do governo. No entanto, as conversas haviam sido suspensas devido a um boicote de motivações políticas por parte da Rússia contra produtos poloneses e a condições impostas pelo governo da Lituânia, que exige da Rússia a reforma de um deteriorado óleoduto e informações sobre o sumiço de um empresário lituano.

Segundo a comissária de Relações Exteriores da UE, Benita Ferrero-Waldner, a UE está confiante de poder encontrar uma solução até a próxima cúpula UE-Rússia, planejada para junho na Sibéria. Até lá, Mevedev já terá assumido o poder. A comissária alerta que não só a UE depende do fornecimento de gás russo, mas também a Rússia depende da Europa, que é o principal mercado para seus produtos.

Além disso, a Rússia precisa do apoio europeu para obter o desejado ingresso na Organização Mundial do Comércio (OMC), que, segundo ela, poderia sair até o final do ano, caso as negociações tomem um bom rumo.

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