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Fim de uma época

Agências (as)30 de dezembro de 2008

Hoje obsoleto, campo de refugiados da capital alemã foi criado para receber fugitivos do comunismo e abrigou 1,35 milhão de pessoas desde a sua criação, em 1953, até o final da Guerra Fria.

Fugitivos do regime comunista no campo de refugiados de Marienfelde em 1958Foto: picture-alliance / akg-images

O campo de refugiados Marienfelde, em Berlim, que durante a Guerra Fria abrigou milhares de fugitivos da Alemanha Oriental, será fechado nesta quarta-feira (31/12). O museu e o memorial que existem no lugar serão mantidos.

O motivo para o fechamento do conjunto de residências é evidente: não há mais fugitivos para serem abrigados. Hoje apenas 61 pessoas vivem em Marienfelde. Refugiados que vierem para Berlim a partir de 2009 serão alojados em outros locais.

Construído pouco depois da divisão da Alemanha, o alojamento foi rapidamente politizado pelos dois lados. Para os líderes da Alemanha Oriental, ele era um do símbolo do inimigo. Já os políticos ocidentais gostavam de visitar o local para se exibir ao lado dos fugitivos ali abrigados.

Alemanha dividida

Marienfelde foi também uma espécie de termômetro da relação entre as duas Alemanhas – dependendo de como ela estava, aumentava ou diminuía o número de abrigados no local.

Construção do alojamento, em 1952Foto: picture-alliance / akg-images

O fluxo de fugitivos para o oeste começou logo após a divisão da Alemanha, em 1949, e cresceu ainda mais a partir de 1952, quando os comunistas começaram a fechar as fronteiras com o lado ocidental.

Berlim Ocidental, encravada em território comunista, era uma divisa relativamente fácil de ser transposta, o que levava cada vez mais pessoas a pular do lado oriental para o lado ocidental.

Para receber esses fugitivos, o então presidente Theodor Heuss abriu o alojamento Marienfelde em 1953. Só naquele ano, eles somaram mais de 300 mil, tornando o "Portão para a Liberdade", como era conhecido, pequeno demais para abrigar tanta gente.

Pós-Muro de Berlim

O fluxo de gente era tamanho que o local logo teve de ser ampliado. Entre 1954 e 1961, o total de novos refugiados variou entre 90 mil e 150 mil ao ano.

Local abriga hoje memorialFoto: picture-alliance/ dpa

Com a construção do Muro de Berlim, em 13 de agosto de 1961, a onda de fugitivos diminuiu, e quem chegava ao lado ocidental normalmente tinha uma terrível história de fuga para contar.

A partir de 1964, Marienfelde passou a abrigar também descendentes de alemães oriundos da Polônia e da Rússia. Em 1989, com o esfacelamento da Alemanha Oriental, o abrigo ficou novamente lotado com a multidão que deixava o lado comunista.

Mais de 1,35 milhão de abrigados

Até a reunificação da Alemanha, em 1990, passaram pelo local cerca de 1,35 milhão de pessoas. Destas, em torno de 1 milhão chegaram antes da construção do Muro de Berlim, em 1961.

Em 1990, a língua dominante no local passou a ser o russo, com o contingente de fugitivos das repúblicas que formavam a União Soviética, que também se esfacelava. De lá para cá, Marienfelde começou a esvaziar. Se durante a década de 1990 em torno de 5 mil pessoas chegavam ao local por ano, em 2007 foram apenas 280.

O alojamento, que ocupa uma área de 22 mil metros quadrados, será devolvido pela administração municipal berlinense ao governo federal alemão ainda em 2009. Segundo Bettina Effner, diretora do memorial, os prédios do campo de refugiados não podem ser demolidos por estarem tombados.

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