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Síria terá eleições presidenciais em junho

21 de abril de 2014

Parlamento anuncia que candidatos podem se lançar a partir desta terça-feira. Escolhido duas vezes por referendo, presidente Bashar al-Assad deve continuar no comando de país em plena guerra civil.

Bashar al-Assad já anunciou provável candidatura
Foto: Reuters

O presidente do Parlamento da Síria, Mohammad al-Laham, anunciou nesta segunda-feira (21/04) que as eleições presidenciais no país serão realizadas no dia 3 de junho. Serão as primeiras eleições presidenciais desde a aprovação da atual Constituição, em 2012, que acabou com o antigo sistema de referendo, permitindo a existência de vários candidatos.

Apesar disso, segundo observadores, o pleito deverá levar à reeleição do presidente Bashar al-Assad, que deverá ser o único candidato.

As candidaturas ao cargo deverão ser colocadas a partir desta terça-feira e até 1º de maio, informou Al-Laham. Ele adiantou ainda que os sírios que vivem fora do país poderão votar já em 28 de maio.

Provável candidato único

As condições impostas a candidatos a presidente, no entanto, restringem as chances da oposição, já que muitos oposicionistas fugiram da repressão estatal e buscaram exílio no exterior. É exigido dos candidatos à presidência que tenham residido de modo continuado no país nos últimos dez anos.

Ainda é incerto como serão realizadas as eleições no país, devastado por uma guerra que já causou mais de 150 mil mortes, 2,5 milhões de refugiados e 6,5 milhões de deslocados desde março de 2011. Rebeldes controlam grandes áreas do território.

Da mesma forma como acontecera com seu pai, Hafez, até agora Bashar al-Assad foi eleito por referendo, como candidato único. Depois sua eleição em 2000 com 97,29% dos votos, ele foi reeleito em 2007 com 97,62%.

Assad ainda não anunciou oficialmente a sua candidatura, mas em uma entrevista em janeiro ele admitiu que isso seria "provável". Os oposicionistas exigem a saída incondicional do presidente da chefia do governo.

Edouard Elias, Nicolas Henin, Pierre Torres e Laurent Fabius foram recebidos por Hollande (à esquerda) e o ministro francês do Exterior, Laurent Fabius (à direita)Foto: picture-alliance/dpa

Jornalistas franceses libertados

No final de semana foram libertados os quatro jornalistas franceses que haviam sido raptados na Síria em junho do ano passado. Eles chegaram neste domingo à França, onde foram recebidos pelo presidente François Hollande.

Edouard Elias, Didier François, Nicolas Hénin e Pierre Torres estão "em boas condições de saúde, apesar das condições adversas sob as quais estiveram", disse Hollande. O grupo havia sido capturado pelo grupo extremista Isil, que luta na Síria e no Iraque pela criação de um Estado islâmico.

Armas químicas destruídas

Cerca de 80% das armas químicas declaradas pela Síria foram retiradas do país ou estão destruídas, segundo inspetores internacionais. Se continuar nesse ritmo, a Síria poderá cumprir o prazo de 27 de abril para entregar todas as armas, disse a coordenadora especial das Nações Unidas e da Organização para a Proibição de Armas Químicas, Sigrid Kaag.

Após um ataque com armas químicas perto de Damasco em agosto do ano passado, o governo do país em guerra civil havia concordado com a destruição de gases venenosos de seu estoque, para evitar um ataque militar dos Estados Unidos.

RW/lusa/dpa/rtr

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